Na sequência de uma recente a Angola, a chanceler alemã Angela Merkel elogiou o país africano de expressão portuguesa afirmando que “realizou eleições democráticas e justas e tem condições essenciais para atrair investimento e a concretização do desenvolvimento económico”.
Esta atracção do investimento estrangeiro vai funcionar na “transferência de conhecimentos (know how), formação de quadros e ainda o fornecimento ao governo de Luanda de seis a oito barcos de patrulha para a marinha angolana e formação de militares”.
De acordo com o Jornal (online) “O País”, de Angola, “a Alemanha passou, a partir de agora, a fazer parte do círculo restrito de países que mantém com Angola um relacionamento estratégico”, segundo referiu o Presidente José Eduardo dos Santos no encontro com a chanceler alemã.
Refere ainda o citado jornal que “a vinda de Angela Merkel a Luanda permitiu ainda a abertura de outras portas, com vantagens mútuas, tendo a parte angolana colocado à disposição da Alemanha outros segmentos de mercado, como são o caso da construção de infra-estruturas, agricultura, educação, cultura e ciências”.
Não deixa de causar algum espanto a qualquer cidadão luso que passa os olhos pela informação que vai sendo veiculada pelos variados órgãos de comunicação social, o facto de a Alemanha poder fornecer não só os barcos (provavelmente os nossos Estrangeiros de Viana do Castelo não tem qualificação para isso) como formação de quadros, aqui com grandes probabilidades de Portugal estar apto, face aos êxitos que os nossos cientistas tem conquistado nos últimos tempos, em várias áreas.
Será que os nossos dirigentes estarão atentos às necessidades dos países africanos de língua portuguesa, em especial Angola, que se encontra numa fase de desenvolvimento a grande velocidade?
Sabe-se (melhor, quem sabe?), a propósito, que em Setembro próximo a cidade de Maputo (Moçambique) vai ser o palco dos X Jogos Africanos e que Portugal foi solicitado a colaborar, no que é um bom exemplo da cooperação entre os países lusófonos.
Não será bom investir muito mais em África? O sentimento é positivo mas a acção, acreditamos, que é lenta de mais para a rapidez com que o mundo se move nestes e nos tempos mais próximos.
Que Portugal depois não se queixe de que o Brasil, a Alemanha – e outros países – estejam na dianteira, como já vai acontecendo nalgumas áreas.
Luís Direito