A vantagem de um golo, para o Benfica, no final dos 90 minutos, espelha, de alguma forma, o estado actual das duas equipas, isto é, à procura de acertar e afinar o fio de jogo que possa garantir muitas vitórias e, com isso, mais pontos que os adversários.
No primeiro tempo, o jogo foi feito a meio gás (e sem gás nenhum), uma vez que, por um lado, o Benfica, apesar da supremacia sobre a bola, não conseguiu ultrapassar a forte barreira feita pelos franceses, com duas linhas de quatro jogadores (tipo 4x4x2) que tapavam todos os caminhos.
Por seu lado, os franceses, por força do referido recuo, não tiveram oportunidade de passar muito para além de meio campo. Numa ou outra esporádica “estiragem”, não chegaram à grande área.
Parecia que não havia pressa para nada. O ataque do Benfica não se dava com o meio campo e a defesa dos franceses e o do Toulouse não incomodava Artur (primeiro) e Eduardo (depois).
Javi Garcia, “imitando” Luisão, tinha que ir à área contrária para cabecear. Sem resultado. Nolito, em especial, e Urreta, eram os mais activos na linha da frente mas chegavam à baliza. Mas o guarda-redes dos franceses ainda teve oportunidade de brilhar ao fazer três defesas com alguma dificuldade, fruto também da excelente colocação e visão tida.
Na segunda parte, a situação modificou-se a favor do Benfica.
Com a entrada de Gaitán, Garay e Saviola, aumentou significativamente o ritmo de jogo, se bem que os franceses, embora sem fazer quaisquer substituições até aí, também responderam bem, cortando grande parte das jogadas produzidas pelos jogadores do Benfica, pese embora uma grande parte destas não surtissem.
Foi Gaitán que, aos 64’, e no seguimento de um pontapé de canto, levou a bola à cabeça que Garay que a enviou, com força, ao poste e perdendo-se a recarga. Poucos minutos depois, o mesmo Gaitán procedeu da mesma forma mas a bola foi à figura do guardião Ali. O mesmo Gaitán, aos 81’, rematou para a baliza mas o guardião visitante fez uma difícil defesa, evitando o golo.
No minuto seguinte, numa arrancada rápida, os franceses podiam ter marcado. Pentecote, que havia entrado, recebeu um passe de Sissoko, Eduardo saiu ao cruzamento mas não chegou à bola, e Pentecote levou a bola a passar a poucos centímetros da baliza.
Aos 87’, o golo do triunfo. Colocado no enfiamento da pequena área com a baliza, Saviola recebe um passe largo do lado esquerdo e remata. Com o guarda-redes batido, a bola andou por perto da linha final, um defesa cai e Jardel aproveitou para meter a bola na baliza. Esteva feito o 1-0 e o resultado do jogo, que se ajusta.
Com duas partes distintas – a primeira mais lenta, menos coordenada – e uma segunda com maior movimentação, mais mexida (também pelas alterações verificadas, em especial no Benfica, que fez rodar quase toda a gente), houve oportunidade de testar alguma coisa. Mas pouco se viu.
Javi Garcia e Nolito (primeira parte) e Gaitán, Garay e Saviola (na segunda) deram o mote, ainda ténue, enquanto nos franceses o destaque vai para o guardião Ali Ahmada, Brraaten, Abdennour, Devaux e Sissoko.
Hugo Miguel, o jovem árbitro do encontro, só não teve dificuldades de maior porque o jogo era a “feijões”, demonstrando alguma altivez (vaidade na forma de estar em campo), enquanto o seu auxiliar da bancada Meo deixou passar, pelo menos, três fora de jogo, e o seu colega da bancada das cabinas esteve muito bem ao tirar dois foras de jogo limpos.
As equipas alinharam:
Benfica – Artur (Eduardo); André Almeida, Javi Garcia, Fábio Faria e Emerson; Pablo Aimar, Matic e Urreta; Nolito, Bruno César e Cardozo. No decorrer da segunda parte entraram: Eduardo, Jara, Nuno Coelho, Gaitán, Mora, Garay, Witsel, Saviola, Jardel e Enzo Perez.
Toulouse – Ali Ahmada; Braaten, Daniel Congre, Abdennour e M. Bengue; Devaux e Firmin; Fofana, Tabanou, Bulut e Sissoko. Jogaram ainda Jean Daniel, Pentecote, Sireix e Tabanou.
Artur Madeira