Até hoje, dezoito atletas portugueses atingiram a primeira parte do seu objectivo, que era conseguir os resultados que dessem entrada no Campeonato Mundial, na cidade de Daegu (Coreia do Sul), de 27 de Agosto a 4 de Setembro próximos.
Deste grupo, as mulheres estão em larga supremacia (11-7) e confirma a evolução tida nos últimos anos em relação ao sector feminino, que pode estar a caminhar para a conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres (2012), contrariamente ao que se passa no sector masculino, a atravessar um momento como que de “paragem no tempo”.
Francis Obikwelu (100 e aposta ainda nos 200), Arnaldo Abrantes (para já nos 200 mas atacará os 100), Rui Silva (provavelmente apenas nos 5.000, apesar de ter mínimo também nos 10.000), Jorge Paula (400 barreiras), Edi Maia (vara), Marco Fortes (peso) e João Vieira (20 km marcha), compõem a parte masculina.
Nas senhoras, Sara Moreira (5.000 e ou 10.000 e ou 3.000 obstáculos), Dulce Félix e Jessica Augusto (10.000 ou maratona), Marisa Barros (maratona), Eleanor Tavares (vara), Naide Gomes (comprimento), Vânia Silva (martelo), Sílvia Cruz (dardo), Inês Henriques, Susana Feitor e Ana Cabecinha (20 km marcha), formam o grupo.
Existem algumas indefinições, em especial na área do meio fundo e fundo (3.000 a 10.000), porquanto os atletas desta área estão ainda a testar as distâncias que poderão percorrer no mundial.
No entanto, qualquer que seja a opção a fazer as dificuldades não diminuem em relação ao conjunto doa atletas africanos, em especial, que vão ter a seu lado.
Não é preciso ser-se esperto para perceber que os quenianos e os etíopes, em especial, vão querer manter o pódio apenas por sua conta como, aliás, tem vindo a confirmar ano após ano e a desde os anos 90. Por isso, qualquer veleidade dos europeus por certo que irá esbarrar nos africanos. E a situação coloca-se no masculino e no feminino.
A única excepção do fundo longo é na marcha (ambos os sexos), onde não existem africanos de categoria. Isto de “dar ao rabo” só no velho Continente e no Sul-americano.
O campeão olímpico Nelson Évora, só há pouco tempo regressou à actividade normal, ainda assim não a cem por cento, já que ainda não consegui atingir o mínimo (16,85) se bem que não falte muito (tem 16,69). Alberto Paulo (3.000 obstáculos), Sónia Tavares (100) e Patrícia Mamona (100 barreiras), juntamente com a estafeta masculina de 4×100 metros procuram ainda chegar-se ao grupo que já tem visto de entrada na Coreia.
Para este efeito, esta sexta-feira Dulce Félix irá estar no Meeting de Paris enquanto, no sábado, Rui Silva, Arnaldo Abrantes, Sónia Tavares, Edi Maia e Sílvia Cruz estarão em Madrid.
A mês e meio, sensivelmente, data do mundial, está na hora das afinações finais. E será bom que, apesar dos mínimos feitos, só devam ir os que, mais perto do início da competição, estejam em condições físicas perto do ideal. Senão, transforma-se num passeio. E em tempo de contenção, há que apostar nos que podem chegar à final.