A defesa é o melhor ataque, é assim que quase todos os grandes treinadores cultivam o jogo, mas o debate entre Passos Coelho e José Sócrates deu um empate, Portugal vai ter de esperar pela finalíssima a 5 Junho.
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No debate desta noite surgiram dois candidatos com as sondagens a dar empate técnico entre ambos, seria uma oportunidade de ganhar terreno impedindo o adversário colocar as suas pedras em jogo de modo a inviabilizar o ataque adversário.
O pontapé de saída coube a Sócrates, apostando forte no ataque, questionando Passos Coelho, sobre a proposta de revisão constitucional mas o candidato social-democrata respondeu que a acusação de imaturo era vazia dando exemplos de líderes britânicos David Cameron e Tony Blair.
Depois foi mais do mesmo com a fuga às perguntas por parte de José Sócrates, por exemplo sobre porque deveria receber dos portugueses uma nova oportunidade, José Sócrates atacou para outro lado ao apontar culpas à oposição “estávamos a fazer o nosso caminho, mas esse processo foi interrompido por uma crise política”,por isso Sócrates considera que este cenário era escusado.
Ambos acreditam que “se trata de me dar uma nova oportunidade” a Portugal, assim um diz que vai continuar o caminho interrompido pelo chumbo do PEC IV e outro a dizer que a mudança é necessária na liderança do Governo de Portugal, com clareza e rigor.
O debate foi preenchido na sua maior parte com os temas da saúde, do emprego e da Taxa Social Única, com José Sócrates mais uma vez ao ataque a solicitar a Passos Coelho esclareça os “co-pagamentos que o PSD quer implementar no SNS”, e disse ainda que a revisão constitucional proposta pelo PSD “apresentava fundamentalmente três mudanças, fim de SNS tendencialmente gratuito, o fim do despedimento por justa causa e o fim da obrigatoriedade de uma rede de escolas públicas”.
Passos Coelho também ao ataque disse “o engenheiro Sócrates é o primeiro-ministro socialista que mais maldades fez ao Estado social.”, e acrescentou ” cortou os salários na função pública, diminuiu comparticipações dos medicamentos, reduziu subsídios e abonos” e conclui “vem aqui querer dizer ao País, que isto está muito mal por causa da crise internacional, e cuidado, que dali do outro lado’, apontando para mim, está alguém que quer destruir o Estado Social?”.
“Portugal tem 700 mil desempregados.” foi a frase que “baixinho” foi repetindo Passos Coelho ao longo do debate ao qual José Sócrates não conseguiu explicar . Além destes “truques” no debate os candidatos a primeiro ministro fizeram mostra que foi feito um estágio antes da partida ao colocarem na mesa ‘citações’ um do outro, tipo TdC (trabalhos de casa).
O jogo aqueceu um pouco com algumas entradas “duras” com acusações de “em vários momentos da sua intervenção política, ter posto em causa a minha palavra” dizia Sócrates, “O engenheiro Sócrates criou uma fantasia” dizia Pedro Passos Coelho , “O senhor é responsável por criar uma crise politica no nosso pais. Levou Portugal a ter que pedir ajuda externa”, respondeu por seu lado, Passos Coelho “o Parlamento quando lhe chumbou o PEC foi apenas porque os partidos políticos estavam cheios de pressa para ir para o Governo” afirmando em tom irónico. ” Nunca exigi a ninguém contrapartidas governativas para aprovar com o Governo medidas difíceis.”
Num aspecto os dois estão de acordo, só vão para S.Bento comandar a equipa se “o povo” der essa confiança, ou seja vencerem as eleições.