Quanto só se pensa em jogar individualmente, como aconteceu com Djaló e Izmailov; quando a defesa mete água que se parta (Rui Patrício incluído), de certo que o Sporting não podia esperar sair vencedor de um jogo, onde o Setúbal soube impor-se pela força da razão. Sem favores da equipa de arbiragem.
José Couceiro voltou a falar em “erros infantis” e foi verdade. É o confirmar de uma postura, em campo e de alguns jogadores, de que não vale a pena lutar por nada, porque o vencimento está certo. Sem tirar nem por.
Pese embora a maior dinâmica de jogo por parte do Sporting, em termos globais, raramente se viu um remate à baliza. No primeiro tempo, só aos 26’ Matias Férnandez fez um remate (fraco) que Diego defendeu sem problemas. E o segundo remate surgiu aos 41’ quando Postiga cabeceou para golo mas Hugo Leal salvou quase em cima da linha de golo.
Para culminar a primeira parte, foi o Setúbal que Esteves prestes a marcar. Miguelito, do lado, esquerdo do ataque vitoriano, centrou para a baliza e Zeca cabeceou ao lado com a baliza toda aberta, porque Rui Patrício não estava lá.
Mas estava dado o mote para o que se verificou logo aos dez minutos do segundo tempo. Desta vez, pelo mesmo lado (esquerdo), foi Pitbull que centrou, a bola sobrevoa a pequena área, ninguém estorva ninguém, nem mesmo Patrício que fica colado entre os postes, o que aproveitou Jailson para marcar à vontade.
Feito o 1-0, nem por isso o Vitória baixou os braços e continuou a “chatear” o Sporting. Isto apesar da entrada de Valdés (56’) que deu maior vivacidade ao meio campo leonino, já que Matias (61’) rematou forte para uma grande defesa de Diego.. Aos 73’ Saleiro rendeu Izmailov e pensou-se que o Sporting podia chegar ao empate – ou ainda com a entrada de Vukcevic a dez minutos do final – mas nada disso aconteceu. Pelo contrário, a defesa do Sporting e o individualismo de Djaló e até de Postiga, ditaram o resultado final.
Muito bom para os setubalenses, que garantiram ficar na I Liga mas mau para o Sporting – que vê o terceiro lugar em perigo – e, em especial, para a massa associativa e adepta que, em grande número (35.484), esteve em Alvalade. Por certo saiu perfeitamente “estarrecida” pelo que viu.
Destaques a labuta de Polga, Evaldo, Matias e Cedric, no Sporting e Diego, Ricardo Silva, Anderson, Jailson, José Pedro, Pitbull, Neca e Hugo leal.
Sob a direcção de Paulo Batista (Portalegre), coadjuvado pelos assistentes Paulo Soares e Jorge Cruz – que passaram quase por completo incógnitos porque quase não se percebeu que era preciso árbitros – as equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; Cédric (Vukcevic, 81’), Polga, Torsiglieri (Valdês, 56’) e Evaldo; Zapater, Carriço e Matias Férnandez; Izmailov (Saleiro, 73’), Postiga e Djaló.
V. Setúbal – Diego; Michel, Ricardo Silva, Anderson e Miguelito; Zeca, Hugo Leal e José Pedro (Tengarrinha, 66’); Pitbull (Brasão, 88’), Neca e Jailson (François, 77’).
Cartões amarelos para Torsiglieri e Vukcevic (Sporting) e Hugo Leal (Setúbal).
Artur Madeira