Taça de Portugal Millenium
Benfica, 1 – F. C. Porto, 3
Dez minutos fatais e Benfica … afundou-se!
Cada vez mais a percepção e a leitura do jogo é importante para se poder delinear uma estratégia que permita atingir o objectivo.
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Com a preocupação de esbracejar, mandar os jogadores para ali e para acolá, o que é sempre difícil de cumprir, Jorge Jesus “perde-se” com esses pormenores que fazem falta para anotar, analisar e substituir na hora e não quando já não há esperança.
Foi isso o que verificou na Luz, neste sempre renovado Benfica-F.C.Porto. Com uma grande agravante: o Benfica tinha dois golos de vantagem e a passagem à final quase garantida. Villas Boas fez todas as leituras e aproveitando os dois artistas (Hulk e Falcão e médios como João Moutinho)que tem a arte de mexer na bola (guardando-a ou passando metricamente para cada companheiro), veio a construir um apuramento que se pode considerar histórico, porque não se esperava que o Benfica não estivesse à altura dom mesmo objectivo, mais a mais jogando em casa.
No decorrer do primeiro tempo, notou-se o Porto a pressionar mais – como lixe competia se querias virar o resultado a seu favor – com o Benfica a tentar contrariar embora sem brilho. Aos 25’ Falcão rematou à figura de Júlio César (eu não teve culpa nos golos), com Rodriguez lodo a seguir a fazer a mesma coisa.
E foi a partir do minuto 41’ que se percebeu que o F. C. Porto estava melhor preparado para surpreender o Benfica logo que fosse oportuno. Aqui, foi Falcão a rematar com o selo de golo mas que o guardião benfiquista respondeu com uma excedente defesa.
O intervalo chegou sem outros factos de relevo mas, no reatamento, a tónica era idêntica. Era o F. C. Porto que mais procurava o golo.
Aos 49’ Júlio César foi novamente posto à prova num remate de Hulk (o endiabrado), que repetiu um pouco mais tarde.
Nesta segunda parte, parecia ser possível o Benfica dar a volta ao resultado mas estava a faltar-lhe clarividência, onde as oportunidades de golo não foram por aí alem. Isto sem ter nada a ver com o estado de espírito do próprio árbitro.
A supremacia do Porto veio ao de cima e em dez minutos fez três golos limpos.
E o que se viu é que o Porto, em dez minutos, fatais para o Benfica, chegou a um 3-0 com uma facilidade medonha. Primeiro, foi Moutinho, num belo passe do lado esquerdo, a rematar, solto, sem pedir licença e tornar impossível a estirada de Júlio César. Decorria o minuto 63’.
O Porto continua a carregar e, oito minutos depois, aumenta para 2-0. Hulk, “embrulhado” na defesa benfiquista, capta a bola e envia-a para o fundo das balizas. Três minutos depois, foi Falcão a molhar “a sopa”, desmarcando-se muito bem dentro da pequena área do Benfica e que viu a bola, tendo aproveitado para rematar até lá.
Varela entra para reforçar o ataque, enquanto Beto neves se descuidou o rapaz não foi mofado.
E chegou o penalty, No que poderia ser o momento da verdade e a rei viravolta que o Benfica precisava. Surgiu logo a seguir o pernalta e o correspondente 3-1 mas nada se alterou. Nem mesmo os suplentes que, entretanto, queriam ter os ídolos por perto.
Mas foi o Porto que, aos 87’, beneficiou de uma joga com 5×2 jogadores e não soube aproveitar para os 4-1.
Depois do campeonato, foi-se agora a oportunidade de chegar à Taça de Portugal. Ficando-se na expectativa de ver com acaba a historia no final da época.
Carlos Xistra foi o árbitro do encontro. Começou com calma mas depressa se começou a que estava a “escorregar” para. No entanto, nos golos obtidos não houve nada de especial, fazendo um trabalho positivo. Os auxiliares, em especial o da bancada nascente, Venâncio Tomé, estavam atento demais e provocou muitas assobiadelas extras.
Uma boa casa com 37.349 espectadores.
As equipas alinharam:
Benfica – Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Coentrão (Weldon, 88); Jara (Pablo Aimar, 77’), Javi Garcia (Kardec) e César Peixoto; Saviola, Cardozo e Carlos Martins.
F. C. Porto – Beto, Sapunaru (Sereno, 86’), Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira; Ruben Micael (James), Fernando e João Moutinho; Hulk, Falcão e Rodriguez (Varela, 75’).
Cartões amarelos para Maxi Pereira (21’), Javi Garcia (46’), Franco Jara (58’), Cardozo (64’), Jardel (82’) e Coentrão (90+2’), pelo Benfica. Álvaro (18’), Rodriguez (30’), Falcão (31’), Sapunaru e Fernando (78’), Hulk, 83; e Beto (90+3).