Se bem que fosse um jogo para ganhar, a verdade é que o Benfica depressa deu a entender que não havia pressa. Talvez por não terem entrado com todas as vedetas (algumas em descanso, outras por imposição regulamentar). Com calma, a meio gás. O que aproveitaram os visitantes, embora sem sorte.
Tal que logo aos nove minutos Júlio César foi obrigar a desviar para canto uma bola rematada por Wilson Eduardo, depois de uma falha de Sidnei. Na sequência do canto, Renan rematou frouxo e Júlio César agarrou bem.
Entre os 13’ e os 23’, o Beira Mar dominou mais mas não marcou, tendo Artur feito um remate de longe, depois de aproveitar outra falha de Sidnei, que errou o alvo. Foi ainda Wilson Eduardo que, aos 28’, levou a bola a roçar o poste da baliza de Júlio César, guarda-redes que votou a estar em evidência logo de seguida.
O Benfica, neste período, esteve muito permeável, sem ritmo, começando a retornar “à vida” quando Kardec, 33’, rematou para uma grande defesa de Rui Rego. O último momento, aos 45+1’, na marcação de um livre indirecto, Aimar remata directamente para a baliza e a bola entra. Atento, o árbitro auxiliar levantou a bandeirola para assinalar a irregularidade e o golo não foi validado. Nos livres indirectos não pode haver golo, ficando-se na dúvida, no campo, se a bola havia batido em alguém ou não. Vistas as imagens televisivas, a bola terá batido num defesa aveirense, o que validaria o golo.
No reatamento – quando se soube que estavam 25.588 espectadores – o Benfica apareceu mais rápido e Kardec, logo aos 47’, fez um potente remate que foi embater no poste. Foi o primeiro sinal sério de que os homens de Jesus (na bancada, ficando o banco num sossego) tinham que começar a marcar.
Aos 53’, depois de avançada pelo lado direito do ataque, Kardec faz um centro para o poste contrário, onde foi encontrar Sidnei – depois das asneiras feitas no primeiro tempo – que se limitou a empurrar a bola para dentro da baliza, já que não tinha marcação. Pedro Moreira esqueceu-se que devia estar no seu lugar.
Aos 57’ Carlos Martins – que foi o motor da equipa – ainda rematou à figura de Rui Rego e passaram-se mais quinze minutos sem nada de especial, a não ser a preparação do segundo golo do Benfica.
Na sequência de uma jogada pela linha central, Jara apossou-se da bola. Fintou um, mais outro, a bola tabelou num terceiro e continuou na sua posse, isolou-se e rematou a contar. Aos 71’.
Aí o Beira Mar baixou nitidamente de rendimento mas ainda tentou marcar o ponto de honra, que merecia. Aos 86’ esteve quase, com Júlio César a defender com as pernas, mas aos 90+4’, Yartei captou a bola junto ao nico da grande área, do lado direito de Júlio César, e fez um remate potente e direccionando a bola para o fundo da baliza. Um resultado que se aceita, se bem que o empate não escandalizaria.
Júlio César, Aimar, Carlos Martins, Carole e Fernandez foram os melhores no Benfica enquanto que, nos aveirenses, se salientaram Rui Rego, Hugo, Wilson Eduardo, Renan, Rui Sampaio e Leandro Tatu.
Sob a direcção de Elmano Santos (Madeira), que cometeu alguns erros mas sem comprometer o resultado (na questão do golo de livre não estava em posição de ajuizar convenientemente, pelo que teve de concordar com o auxiliar) coadjuvado pelos assistentes Sérgio Serrão e Nuno Roque, que também tiveram algumas falhas ainda que sem problemas de maior, as equipas alinharam:
Benfica – Júlio César; Luís Filipe (Máxi Pereira, 66’), Roderick e Carole; Carlos Martins, Aimar (Cardozo, 62’) e Airton; Jara, Kardec e Fernandez (César Peixoto, 58’).
Beira Mar – Rui Rego; Pedro Moreira, Jaime, Hugo e André Marques; Rui Sampaio (Sérgio Oliveira, 62’), Djamal e Renan (Yartei, 76’); Leandro Tatu, Wilson Eduardo (Élio, 83’) e Artur.
Artur Madeira