Quarta-feira 25 de Novembro de 7131

Falar no seio dos órgãos sociais e não nos órgãos de comunicação social

Ernesto Ferreira da Silva, ex-dirigente sportinguista (Conselho Fiscal), é um cronista que, no jornal A Bola, escreve sob “Espírito desportivo”. Mormente versando temas ligados ao Sporting.

No escrito na edição de hoje (sábado, 2 de Abril), passa em revista o 89º aniversário do jornal “O Sporting” – o mais antigo jornal de clube que se publica no continente europeu – e, em especial, o dia eleitoral do clube de leão ao peito.

Por curiosidade, o subtítulo da peça refere que “espero (ele próprio, ex-dirigente e sócio antigo do clube) um Sporting a uma só voz, com os membros a falarem no seio dos órgãos sociais e não nos órgãos de comunicação social”.

E adianto por curiosidade pelo “simples” facto de que este ex-dirigente, ao longo de textos escritos há bastante tempo, não se demite de falar, quase a cem por cento, em tudo o que diga respeito ao Sporting. Um defensor acérrimo do clube. Contra tudo e contra todos.

É um privilégio único que é concedido a poucos cidadãos deste país, seja do Sporting, do Benfica ou do F. C. do Porto, alguns elevados à categoria de “Senadores” ou outras designações.

É ver, em vários órgãos da comunicação, em especial da área desportiva, um sem número de associados do Sporting tentarem “defenderem” ou indicarem “caminhos a seguir pelos dirigentes no poder” as posições – ficando-se na dúvida em relação ao que defendem; se as posições pessoais ou grupais, menos as dos que estão a dirigir.

Situações que, recentemente, levaram vários sócios, em assembleia não muito longe, a como que “impor” a Dias Ferreira, ex-presidente da Assembleia-geral, que deixasse de escrever e de comentar na tv, face ao facto de ser o dirigente máximo do clube e não se coibir de divulgar situações em que nada beneficiaram o clube.

Face ao subtítulo, que é tirado do texto escrito, parece evidente que esta “piada” terá algum (ou alguns) destinatário dentro do próprio clube.

Se assim é – e parece não haver dúvidas – Ferreira da Silva devia ser o primeiro a utilizar a rubrica do “Espírito desportivo” ou “Fair Play” para falar em situações que integrassem os valores que estes dois assuntos sugerem.

Não parece ser esta a melhor forma de divulgar o espírito desportivo e o fair play junto de toda a população desportiva.

Daí que, como são muitos, os “senadores” clubistas devessem dar luz a temas que sejam transversais a uma população que precisa de informação e modelos de actuação concreta com estes objectivos e não criticar os árbitros, por exemplo, por norma os grandes culpados do que se passa nos recintos onde se pratica o desporto, em especial os das modalidades colectivas.

Fair play é aceitar as vitórias e as derrotas, seja de quem for; espírito desportivo é salientar a forma salutar, ética, disciplinada e urbana como qualquer elemento ligado a uma actividade desportiva se deve comportar.

Luís Direito

 

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