Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

F. C. do Porto à (e há) campeão !

SLBxFCP_CNFestejos com luzes apagadas e sistema de rega a funcionar. Inacreditável “fair play” e “espírito desportivo” do Benfica

O F. C. do Porto procurou a sorte do jogo e conquistou-a; procurou ainda a sorte e teve-a! Por isso, jogou o suficiente para procurar ser campeão e conseguiu-o. E com dez jogadores nos últimos vinte e quatro minutos!

Depois do senão das bolas de golfe que apareceram no campo logo no primeiro minuto – para colocar Duarte Gomes à prova – mercê de uma arrancada de Varela, que conquistou um canto, o Estádio “gelou” logo aos oito minutos. Sidnei perde a bola na zona central, Guarin capta-a, isola-se e frente a Roberto, sob o lado direito, remata forte para a baliza, com o guardião benfiquista a tocar ainda com o braço na bola mas sem conseguir desviá-la para fora. Calculou mal a forma do passe-remate de Guarin.

Aproveitando a vantagem e colocando os seus homens bem perto dos adversários, o Porto manteve a supremacia territorial. No entanto, de forma inesperada, sem que se percebesse muito bem como, Duarte Gomes assinala uma grande penalidade contra o Porto. Chamado a cobrar o castigo máximo, Saviola rematou colocado e Helton bem se esticou mas não conseguir deter a bola, que levava lume. Estava feito o empate, aos 17’.

Aguardando-se que fosse o Benfica a rectificar o sistema de jogo até aí desenvolvido, a verdade é que nada se viu, mantendo-se tudo na mesma. Aproveitou o Porto para manter o ascendente, coeso, jogando em equipa e não em termos individuais com o Benfica o fez. Daí que o segundo golo chegasse passados mais dez minutos. Falcão aproveita um deslize da defesa benfiquista, surge isolado frente a Roberto e, quando se tenta esgueirar para rematar mais à vontade, vê-se no chão por acção das mãos do guardião encarnado. Hulk, aos 26’, remata forte e a bola entrar, apesar do esforço de Roberto.

A partir daqui, ainda com muito jogo para jogar, o Benfica tinha todas as condições para poder dar a volta ao jogo. No entanto, a falha sistemática de um fio condutor, a pouca versatilidade harmónica da equipa, foi-se impondo e nem mesmo contra 10 (nos últimos vinte minutos) os comandados de Jorge Jesus (finalmente sem sair do seu recanto durante todo o jogo, o que é de louvar) ou até talvez por isso, não atinaram nem fisicamente e muito menos mentalmente.

É verdade que ainda tiveram o 2-2 nos pés, quando (90+1’) Saviola chuta a bola para o poste de Helton, mas era nítido que já tinham baixado os braços ante a supremacia portista. Aliás, o F.C. Porto ganhou sem contestação. Foi o melhor estratega, soube gerir o tempo e teve arte para marcar mais e sofrer menos.

Um campeão a cinco jornadas do fim. Muito bem. Mereceu.

O Benfica tem de se cuidar. É verdade que há jogadores lesionados mas a proximidade de todas as decisões (europeia já na 5ª feira) leva a reforçar, em especial, o aspecto psíquico.

Roberto, Luisão, Saviola, Fábio Coentrão e Salvio foram os melhores no Benfica (Cardozo que entrou para poder decidir o jogo foi expulso por agressão ainda com poucos minutos de jogo), enquanto no Porto se salientaram Helton, Álvaro, Falcão, Guarin, Hulk, Rolando e Varela.

Sob a direcção de Duarte Gomes, que teve uma actuação à altura, coadjuvado pelos assistentes Tiago Trigo e Pedro Garcia, as equipas alinharam:

Benfica – Roberto; Airton (Jardel, 61’), Luisão, Sidnei e Fábio Coentrão; Salvio, Aimar (César Peixoto, 45’), Javier Garcia e Gaitan; Saviola e Jara (Cardozo, 45’).

F. C. Porto – Helton; Fucile, Rolando, Otamendi e Álvaro; Guarin (C. Rodriguez, 81’), Fernando e Moutinho; Hulk, Falcão (Maicon, 72’) e Varela (Belluschi, 72’).

Cartões amarelos para Aimar (3’), Airton (14’), Otamendi (16 e 69’), Fábio Coentrão (21’), Roberto (25’), Fucile (33’), Javi Garcia (67’), Álvaro (81’), Jardel (88’) e João Moutinho (90+3’).

Cartões vermelhos: Otamendi (duplo amarelo) e Cardozo (86’) de forma directa.

Artur Madeira

 

© 2024 Central Noticias. Todos os direitos reservados. XHTML / CSS Valid.