No jogo com o Olhanense já tínhamos sentenciado: não restam dúvidas que, assim, o Sporting não vai a lado nenhum. Não é uma formação. É um conjunto de bons rapazes que, parece, se juntam para se entreter em qualquer pelada. Em especial Djaló. Novo empate para novo presidente ver. Muito mau.
Ao longo de todo o jogo não se viu uma jogada com princípio, meio e fim, apesar da criação de uma ou outra situação com maior ou menor perigo, mas que não resultaram, o que redundou no nulo final, sem dúvida mais um castigo para a descolorida exibição leonina.
Outro cartão amarelo que foi visto, desta vez, por 15.510 cidadãos (dos mais fracos da época).
Desde o apito inicial do árbitro, Salomão, Postiga, Djaló (duas vezes), tentaram rematar à baliza mas não fizerem mossa. Aos 20’, Djaló passa da direita para a esquerda por troca com Salomão mas nada funciona. Aos 21’ Matias Fernandez, isolado, remata para uma excelente defesa de Michael, tendo ainda Postiga, Djaló e Salomão oportunidades para marcar mas não conseguiram. Mas isto à custa de jogadas pouco consistentes do ponto de vista técnico e táctico.
A linha avançada raramente fazia uma jogada mais ou menos estudada, Postiga estava quase sempre em fora-de-jogo (aliás como é costume e ninguém lhe diz ou ensina a ver a linha da defesa para evitar estas situações) e Djaló não dava seguimento a nada. Perdia bolas sobre bolas. O que, aliás, levou o público a assobiar e Couceiro a mandá-lo sair logo depois do início da segunda parte.
Sem estar a jogar bem, antes pelo contrário, o Sporting entrou no segundo tempo com a mesma equipa, apesar de ter visto o Leiria com novos jogadores. Boa táctica para tentar aproveitar os contra-ataques e poder marcar, que Couceiro permitiu depois de ver a sua equipa a não jogar nada. Não se pode chamar falta de sorte. Só aos 57’ é que rendeu Djaló e aos 65’ mandou entrar Valdês para dar maior amplitude na ligação linha média – linha avançada. Aliás, foi Valdés que catapultou o Sporting no ataque mas a chama já ia baixa e não aqueceu o suficiente.
Se bem que a posse da bola fosse mais do Sporting, a verdade é que isso não marca golos. É preciso avançar e com incisão. O que não aconteceu. E foi Patrício que, aos 84’, salvou o Sporting de uma derrota que esteve nos pés Pateiro.
O União de Leiria não se remeteu à defesa. Com jogadores atentos e a jogar em antecipação, os pupilos de Caixinha souberam “encaixar” quase na perfeição a táctica definida. Resolveram todos os problemas na defesa e meio-campo e no ataque tentaram a sorte, que podia ter acontecido.
Mais um triste espectáculo no Alvalade XXI por parte do Sporting. De mal a pior.
Destaque para Valdés e Matias Fernandez (os melhores), Torsiglieri e Evaldo (Sporting); Michael (o melhor), Vinicius, Hugo Gomes, Zé António, Caca e Ruben Brígido (Leiria).
Sob a direcção de Rui Costa (Porto), coadjuvado pelos assistentes Serafim Nogueira e Tomás Santos, num trabalho sem problemas, as equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Polga, Torsiglieri e Evaldo; Zapater, André Santos (Saleiro, 74’) e Matias Fernandez; Postiga, Djaló (Vukcevic, 57’) e Salomão (Valdés, 65’).
U. Leiria – Michael; Hugo Gomes, Marcos Paulo, Zé António e Vinicius; Diogo Amado, Iturra (Pateiro, 45’) e Patrick; Cacá, Fabrício (João Silva, 79’) e Leandro Lima (Rúben Brígido, 45’).
Cartões amarelos para Cacá (61’) e André Santos (68’).
Artur Madeira