Sexta-feira 24 de Novembro de 0051

Acordo …”não agrada a Gregos e Troianos”

camioesO acordo desta noite entre três associações que representam os transportadores rodoviários de mercadorias e o Governo, não agradou aos empresários de pequenas e médias empresas reunidos em Leiria.

Segundo declarações feitas por alguns dos empresários presentes na concentração de Leiria, o protesto não valeu a pena para as pequenas e médias empresas, ficando o presente acordo aquém do acordo estabelecido em 2008.

Para os mesmos empresários a ideia que transparece desta nova paralisação é que “os pequenos nas estradas e os grandes tem os benefícios”, lamentando ainda que “se houvesse desconto no gasóleo era um bom acordo”.

 

 

 

 

 

 

Vários empresários da região de Leiria manifestaram-se esta noite desiludidos com o acordo alcançado entre

 

No Barracão, em Leiria, junto ao itinerário complementar 2, onde desde segunda-feira camionistas e empresários iniciaram o protesto, não se ouviram aplausos, nem reações de regozijo à notícia do teor do acordo, mas antes manifestações de desilusão e deceção.

 

António Morais, empresário de Pombal, afirmou à agência Lusa que é uma “desilusão continuada”, considerando que a paralisação, iniciada às 00:00 de segunda-feira, “não adiantou nada”.

 

O empresário, que se preparava para desmobilizar, no que era secundado por outros, sustentou que uma das soluções para o setor seria a “tarifação do transporte rodoviário de mercadorias, à semelhança dos táxis”, mas reconheceu que essa proposta “nunca esteve em cima da mesa”.

 

O acordo, que tem como contrapartida o levantamento da paralisação, estabelece, entre outras medidas, a introdução de “descontos no pagamento de portagens no âmbito das SCUT [autoestradas sem custos para o utilizador], designadamente através da modulação horária, admitindo-se descontos até 10 por cento no período diurno e 25 por cento no período noturno”, além da majoração dos custos com combustível para efeitos de IRC.

 

O empresário Rui Lisboa, que após saber do consenso iniciou contactos com os seus funcionários para que na quarta-feira se apresentassem ao serviço, admitiu que “esperava mais das negociações ao nível das portagens, porque dizem que no gasóleo é impossível mexer”.

 

Ainda assim, reconheceu mérito na paralisação.

 

“Vale sempre a pena”, afirmou Rui Lisboa, defendendo que, “pelo menos, se ficou a saber do descontentamento das empresas”.

 

Outro transportador declarou-se “muito desiludido”, explicando que o protocolo estabelecido “favorece e facilita a vida às grandes empresas que precisam de andar todos os dias nas SCUT, de dia e de noite, e têm uma maior rentabilidade”.

 

“O protesto não valeu a pena para as pequenas e médias empresas (PME). Foi um acordo pior que em 2008 e lutaram as PME para as grandes terem benefícios”, lamentou, sustentando que “se houvesse desconto no gasóleo era um bom acordo”.

 

José Barros Moreira, empresário de Ponte de Lima que estacionou o camião e juntou-se aos colegas que se encontravam no Barracão, reconheceu: “Queria boas notícias, mas o acordo, para mim, não serve de nada”.

 

“O protesto não surtiu o efeito desejado. Não vale a pena andar a perder tempo”, acrescentou.

 

O consenso foi alcançado durante uma reunião no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que durou cerca de quatro horas.

 

Na reunião estiveram presentes os presidentes das Associações de Transportadores de Terras, Inertes, Madeiras e Afins (ATTIMA), Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e Nacional de Transportadoras Portuguesas (ANTP).

 

© 0051 Central Noticias. Todos os direitos reservados. XHTML / CSS Valid.