É verdade que Fábio Coentrão e Luisão fazem falta em qualquer equipa. Também verdade é que Benfica e Portimonense jogaram com 11 jogadores cada um. É ainda verdade que o Benfica jogou mal, em especial na primeira parte. Outra verdade é que não merecia vencer. E não perdeu porque os erros foram dos avançados dos algarvios.
E por verdade, o Benfica entrou a “matar” e aos 2 e 4 minutos obrigou Ventura a duas excelentes defesas. Mas a partir daí, como não surgiu golo, apagaram-se rapidamente. Tanto que aos 25’ os forasteiros podiam ter aberto o marcador por Pedro Moreira, no seguimento de um canto marcado por Candeias, que fez a recarga e a bola foi bater estrondosamente na trave.
Mas três minutos passados a bola entrou mesmo. Roderick, dentro da sua área e no entender do árbitro, faz falta merecedora de grande penalidade e também teve mais uma prenda: cartão amarelo. Chamado a marcar a falta máxima, Ricardo Pessoa não deu hipóteses a Moreira e fez o 0-1, de alguma forma merecido pelo excelente trabalho de contra-ataque feito pelos portimonenses.
O Benfica reagiu mas sem marcar. Primeiro foi Airton que, frente e perto do poste direito, remata forte para o poste contrário e a bola sai (39’) e no minuto seguinte foi Carole a tentar a sua sorte mas sem êxito.
No segundo tempo, o Benfica entrou em campo com duas substituições (Salvio e Gaitán) e o ritmo começou por ser mais atacante, em especial por parte de Gaitán, mas sem efeitos práticos até aos 68 minutos, quando o Portimonense podia ter marcado num rápido contra-ataque, com a bola a perder-se pela linha final e, aos 74’, uma jogada de belo efeito dos algarvios leva a isolar Hélder Castro (que havia entrado aos 60’) a fazer um chapéu a Moreira mas a bola, caprichosamente, foi bater no poste mais longe e não entrou.
Dois minuto depois, já com Nuno Gomes em campo, foi o Benfica que, com um pouco de sorte, chegou ao empate.
Após dois cantos seguidos e que não produziram efeito, a bola voltou para o quarto de círculo, voou para a zona central da pequena área, vai à barra por duas vezes e só à terceira é que Nuno Gomes surge só a empurrá-la, com a cabeça, para dentro da baliza de Ventura, desta vez incapaz para a deter e acabou lesionado. Como o ditado, com duas oportunidades para golo e não as concretizar é como se diz na gíria que “quem não marca…sofre”. Foi azar.
O Portimonense não desistiu e aos 85’ ainda teve mais uma oportunidade, desta vez parada por uma boa defesa de Moreira. Até final, nada digno de registo, a não ser a azia de Jesus e seus pares.
Relevo para Airton, Aimar, Carole, Jara, Gaitán e Salvio (Benfica) e Ventura (o herói do jogo), Lito, Kadi, Candeias, Ruben Fernandes e Hélder Castro (Portimonense).
Sob a direcção do “gelado e frio” Paulo Baptista – que acabou por não ter tido influência no resultado e até ter apitado menos do que o costume – o auxiliar do lado do banco dos suplentes (José Braga?) tentou quase tudo para dar nas vistas: bolas fora, livres e até foras-de-jogo. Nem sempre bem. O outro assistente, Luís Tavares, não se deu por ele, o que foi bom.
As equipas alinharam:
Benfica – Moreira; Luís Filipe, Roderick, Jardel e Carole (Gaitán, 45’); Filipe Menezes (Salvio, 45’), Airton e César Peixoto; Jara, Aimar (Nuno Gomes, 69’) e Kardec.
Portimonense – Ventura; Ricardo Pessoa, André Pinto, Ricardo Nascimento e Rúben Fernandes; Elias, Pedro Moreira (Vilas Boas, 84’) e Soares; Lito (Di Fábio, 72’), Kadi (Hélder Castro, 60’) e Candeias.
Cartões amarelos: Roderick (27’), André Pinto (30’), César Peixoto (33’), Soares (83’) e Ricardo Nascimento (88’)
Artur Madeira