Há um mês (7 de Fevereiro), tivemos oportunidade de dar à estampa, neste mesmo local, a previsão de que Braz da Silva, o primeiro candidato assumido à liderança do Sporting tinha o “terreno cada vez mais minado”.
Três quatro dias depois, caiu por terra. Minado por “amigos” que, na primeira fase, o tinham convidado a abrir portas para conquistar capital fresco – embora o tenham esquecido de imediato – e, pior, voltaram a alinhar, ao colar-se (e ajudar a implementar) à candidatura do próprio Braz da Silva. Naturalmente para “acabar” com ele de vez.
Nessa altura, também aqui foi referido que o panorama que se apresenta continua a caminhar no sentido de “tudo ficar na mesma”. Isto é, o grupo de Roquette (que iniciou este tipo de gestão para o clube) continuará a afundar o Sporting em águas cada vez mais profundas.
De candidato, Rogério Alves passou a alinhar com Godinho Lopes. Paulo Pereira Cristóvão, de candidato do tudo contra todos em 2009, também alinha neste “consenso”. Bacoco.
Para que conste, José Roquette, Dias da Cunha e Soares Franco estão alinhados pelo mesmo diapasão, a que se deve seguir José Dias Ferreira, apesar de continuar a “espadeirar” com uma candidatura “futrista” sem futuro.
Bruno Carvalho (hoje muito conhecido por ser um “industrial de construção civil”; por ser o presidente da Fundação Aragão Pinto, que sempre andou de mãos dadas com o executivo de Soares Franco e Bettencourt e gestor da Associação de Hóquei em Patins do Sporting). Conseguiu notoriedade que nunca teve mas que deve sair de cena por efeito de alguma “inclusão”.
João Rocha Júnior, nitidamente sem perfil, saiu tão depressa como entrou.
Em fase posterior, Zeferino Boal, Pedro Baltazar e Abrantes Mendes, anunciaram-se. Não com milhões (como os primeiros três) mas com trabalho, os dois primeiros com técnicos na algibeira. O terceiro ainda hoje aguarda para dar a conhecer o que os sportinguistas pretendem ouvir.
Numa perspectiva que pode apresentar sem grandes apreensões, Dias Ferreira, como se referiu, deve “passar-se” para outro lado (lista – Godinho Lopes seria a mais viável ou mesmo Bruno Carvalho) ou fica de fora. O facto de ter sido cronista televisivo desempenhando funções como Presidente da Assembleia-geral do clube não foi bom. Como não foi quando fazia o mesmo no “Record” e que foi pressionado, numa assembleia, a sair. E saiu. É provável que haja muita gente que não o perdoará por isso.
Pedro Baltazar parece seguro, foi o único a apresentar uma lista, mas algumas figuras que a integra não tem carisma, não tem experiência clubista, e pode manter e ou aumentar o estilo Bettencourt, de má memória.
Boal, como ele próprio assumiu quando se apresentou, “falava” com o consentimento de Abrantes Mendes. Isto não quer dizer nada? Até pode ser. Mas será? O mais crível é que Boal se una a Abrantes Mendes, aliás recordando a junção tida quando da luta contra Soares Franco.
Neste quadro e até ao dia 18, final do prazo de entrega de listas, tudo pode acontecer.
Pela função que desempenha profissionalmente (juiz) e também pelo que conhece e da experiência que tem tido no clube, Abrantes Mendes pode assumir-se como o candidato ideal. Em especial para renovar o espírito de clube e de sportinguismo.
Não é um comprometido com o passado recente do clube. Antes pelo contrário. Como se provou. Mais do que dinheiro e figuras que se apelidam “de proa” – embora pouco ou nada tenham feito pelo Sporting ao longo dos anos e que agora se apresentam à procura de protagonismo – importa repor o Sporting dos associados e para os associados.
Ainda assim, arrisca-se: as três listas (Godinho Lopes, com Dias Ferreira e Bruno Carvalho), Baltazar e Abrantes Mendes (com Boal) podem ter um fiel da balança (Pedro Baltazar) que pode evoluir para uma única via. Entendo isso como indispensável. Para e em nome de um Sporting com futuro.
Para que não haja “enterro”. Nem “quarta-feira de cinzas”!
Sérgio Luso
