Apesar de jogar com apenas dez jogadores durante toda a segunda parte, por infantilidade de Sidnei, o Benfica foi a única em campo que jogou para ganhar. Fê-lo até sem grande dificuldade, face a mais uma exibição descolorida por parte dos leões, provavelmente adormecidos, sem garras, sem raça nem garra, mas cheio de estrelas. O abismo está cada vez mais perto.
Por sorte, foram 36.422 os espectadores que estiveram em Alvalade, sem dúvida um dos mais baixos de sempre nestes “derby’s”, o que diz bem do ambiente que se vive para as bandas da selva verde e branca.
Como se referiu, o Benfica dominou de princípio a fim. O Sporting, como tem sido hábito, empenhou-se em rodar a bola para lado e para trás, pouco perigo causou, para além do golo-que-não-foi porque, também uma vez mais, Postiga estava na posição de fora-de-jogo. O rei dos foras-de-jogo nunca se dá ao trabalho de ver em que posição está, não sendo menos verdade que quem lhe passa a bola também não deve ver bem. Quiçá curtos de vista.
Por isso, não admirou que, aos 15’, o Benfica se adiantasse no marcador. Na esquerda do ataque do Benfica, como aconteceu várias vezes, Gaitán centra atrasado, Grimi não consegue dominar a bola e Salvio, de primeira, remata cruzado para obter um belo golo. Começou aqui o sem-cerimónia dos jogadores do Benfica em chegar à área do Sporting, quando e de que forma quiseram.
Uma reacção de pouca dura por parte do Sporting, com Djaló em plano de evidência não positiva, porque não dominava a bola, quando a perdia deixava de correr e quando corria o “carrasco” Luisão encostava o “tronco” e … chão. Queria faltas. Não havia. Aliás, com homens altos e fortes, como Luisão e Sidnei – e Cardozo também a ajudar atrás se fosse preciso – o Sporting não tinha ninguém para contrapor neste tipo de ”confronto”.
O erro de Sidnei podia ter sido fatal para o Benfica, com 45 minutos ainda por jogar. Mas depressa se viu que nem era preciso tal a “fraqueza” física e anímica dos homens do Sporting, que até colocaram a jogar os “brinca-na-areia” Saleiro e Salomão, sem “estaleca” para este (e outro) tipo de jogo.
O Sporting entrou na segunda parte a toda a força, pretendendo aproveitar a superioridade numérica, mas foi sol de pouca dura.
Aos 62’, Gaitán acabou com o resto, se é que ainda havia. Livre de Carlos Martins, a meio do meio campo do Sporting, descaído sobre a esquerda do ataque benfiquista, que leva a bola a bater na barreira e ressaltar para Gaitán, oportuno, fazer o 2-0 sem dificuldade. E o jogo acabou aí.
Mas na bancada da Juventude Leonina já tinha havido “festa” com o Corpo de Intervenção a “atacar” alguns dos maus que estavam a portar-se mal com os foguetes que, Incrivelmente, continuam a entrar para as bancadas, e que, entretanto, partiram mais algumas cadeiras para o Sporting pagar. Até nisso, as gentes do Sporting são boas: ajudam a afundar. Não há memória. Os verdes, alegremente, continuam desacreditados em toda a linha.
No Benfica, que venceu muito bem, Coentrão e Gaitán foram os melhores, seguidos por Luisão, Salvio e Maxi Pereira, salientando-se João Pereira (o melhor), Postiga (ainda assim, pelo esforço), sendo Djaló a estrela que ninguém pode tocar. Assim, não há golos.
Artur Soares Dias, com um ou outro erro de pouca monta, esteve bem, com os árbitros auxiliares muito bem na questão dos foras-de-jogo.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Torsiglieri, Polga e Grimi (Maniche, 71’); André Santos e Pedro Mendes (Saleiro, 63’); Djaló, Matiaz Fernandes e Cristiano (Salomão, 71’); Postiga.
Benfica – Roberto; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei (Jardel, 45’) e Coentrão; Carlos Martins (Airton, 63’), Javi Garcia e Gaitán; Salvio, Cardozo (Jara, 71’) e Saviola.
Cartão vermelho para Sidnei (44’) e amarelos para Grimi (4’), Carlos Martins (23’), Pedro Mendes (24’), Gaitán (28’), Maxi Pereira (35’), Polga (61’) e Roberto (80’).
Artur Madeira
