Domingo 25 de Novembro de 1956

Liga dos Campeões: Benfica ganhou mas … pode ser pouco!

BenficaEstugardaNuma disputa a duas mãos, sem dúvida que é preciso ganhar. Em casa e fora. Na Luz, cumpriu-se calendário, não sem uns arrepios que não foram maiores porque os benfiquistas acabaram por ter alguma felicidade (dois golos de recarga). Jogaram um pouco melhor. Na Alemanha, Jesus quer ganhar também. Falta uma semana.

Com os primeiros quinze minutos jogados “taco a taco” e sem oportunidades de golo, a verdade é que foi Roberto o primeiro a entrar em acção de bom m plano, ao defender uma bola que podia ser golo, rematada por Okazaki. Não foi mas cinco minutos depois o Estugarda ganhou vantagem no marcador.

Aos 20 minutos, a bola foi lançada do meio campo para trás da linha defensiva do Benfica, apanhou Luisão e Sidnei desprevenidos e, nas suas costas, surgiu muito rápido Harnik que fez um chapéu de belo efeito a Roberto, adiantado.

A partir daqui, os homens de Jesus começaram a procurar o golo do empate mas não teve nem arte nem manha para chegar ao empate a não ser em cima dos 45 minutos quando Luisão se atrapalha, na área dos alemães, e não conseguiu rematar para um golo que parecia iminente. Mas esta falta de golos também se deveu a um fecho, por parte do Estugarda, dos caminhos para a sua baliza, povoando todo o campo.

No segundo tempo, o Benfica, que saiu com a bola, começou aí a tentar dar a volta ao resultado desfavorável, com Cardozo – que viria a ser o herói do Benfica – a rematar ao lado. Três minutos depois foi Javi Garcia que atirou contra a barreira no seguimento de um livre e mais três para Coentrão, do lado esquerdo do seu ataque, proporcionar uma boa defesa ao herói do jogo, o guardião do Estugarda.

Depois de Aimar rematar forte e proporcionar outra boa defesa a Ulreich e da pressão continuada do Benfica, chega-se ao empate. Decorria o minuto 69 quando Cardozo, no seguimento de um ressalto, dá meia volta sobre si próprio e remata forte sem defesa. Com o 1-1 alcançado, Jesus faz sair Salvio e Aimar, algo apagados, entrando Carlos Martins e Kardec, nitidamente para modificar o rumo do resultado. Não só por estarem frescos mas por serem homens de ataque.

E foi que assim, aos 80’, o mesmo Cardozo chegou ao 2-1. Ma sequência de uma excelente defesa de Ulreich a remate de Gaitán, a bola sobra para Kardec, que remata à trave, sobrando para Cardoso que, de novo, não perdoou e colocou o Benfica a ganhar.

Com o seu quê de alguma felicidade mas a pressão manifestada nesse período deu-lhe uma vantagem territorial, pelo que se justificava o resultado.

Quando parecia que pouco mais havia para fazer, eis que surge Élson, que havia entrado no Estugarda para, ais 85’, rematar a bola ao foste com Roberto fora do contexto. O que poderia ter sido recuperado por Filipe Menezes, entrado há cinco minutos, se acertasse na baliza quando estava apto a enviar a bola para o fundo das redes, pese embora o guardião alemão defendeu.

No Benfica, realce para Cardoso, o homem dos golos – o que vale tudo – com Roberto, Luisão, Coentrão e Gaitán em bom plano, enquanto no Estugarda Ulreich foi o melhor, seguido de Molinaro, Harnik, Delpierre, Cacau, Élson e Okazaki.

O árbitro, o holandês Eric Braambhaar não teve problemas para segurar o jogo (estando melhor a colocar Jesus na ordem) e esteve bem auxiliado. Apesar dos constantes assobios das claques do Benfica.

As equipas alinharam:

Benfica (4x3x3) – Roberto; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei e Fábio Coentrão; Salvio (Kardec, 73’), Javi Garcia e Gaitán; Jara (Filipe Martins, 86’), Aimar (Carlos Martins, 73’) e Cardozo.

Estugarda (4x2x4) – Ulreich; Boulahrouz, Tasci, Delpierre e Molinaro; Trasch e Kuzmanovic (Niedermeier, 76’); Harnik, Okazaki, Cacau e Hajnal (Élson, 63’).

Cartões amarelos para Tasci (14’), Harnik (26’), Fábio Coentrão (42’), Delpierre (58’) e Javi Garcia (86’).

Artur Madeira

© 1957 Central Noticias. Todos os direitos reservados. XHTML / CSS Valid.