Entrando em campo com o objectivo único de vencer e, como se viu, o mais depressa possível, o Benfica desde cedo deu a entender que não estava para brincadeiras e pressionou até para que Luisão – em dia completar 30 anos – também fizesse parte do ataque e marcasse um golo. E se não aconteceu, a verdade é que ele próprio não aproveitou as, pelo menos, três oportunidades que teve na cabeça.
Do lado do Guimarães, também depressa se percebeu que não estava ali para fazer grande resistência, dado que jogava sobre o meio campo e poucas vezes daí passou em jogadas que criassem verdadeiro perigo para a baliza de Roberto. Do lado contrário sim. Nilson teve de suar para, aos 19 minutos evitar um golo certo (defesa aos pés de Gaitán).
Coroando a maior superioridade territorial e de posse de bola, face a um desenvolver de jogadas, com princípio meio e fim, o Benfica chegou ao 1-0 com um golo de Sidnei que, na sequência de um canto do lado direito do ataque, meteu o pé na altura própria, antecipando-se a um defesa, e chutou para a baliza, apanhando de surpresa Nilson, tapado pelo defesa que não foi capaz de aliviar a bola.
Se é verdade que até ao intervalo não houve mais golos, isso ficou a dever-se à má pontaria dos jogadores do Benfica (aos 27 e aos 40’ dois golos certos foram perdidos), uma vez que o Guimarães não dava luta directa, a não ser tentar ter a bola em seu poder – numa espécie de brinca-na-areia, nem para trás nem para a frente – sem atacar, demonstrando, com esta táctica, que parece não estar interessado na Europa. Ou então era para perder por poucos.
Com o 2-0 a surgir logo aos três minutos da segunda parte, por Aimar, dando o melhor seguimento a uma boa jogada de Saviola, que o isolou frente a Nilson, o Benfica arrumou o jogo.
Aos 75’ o Benfica beneficiou de uma grande penalidade (justa) com Cardozo a mandar a bola para as nuvens mas aos 90+3’ chegou ao 3-0, com Carlos Martins – que tinha entrado à pouco mais de vinte minutos – a fazer um chapéu a Nilson e a fixar o resultado final. Que pecou por curto face às oportunidades que criou.
Se jogar desta forma na próxima quinta-feira, com o Estugarda, o Benfica dará um passo de gigante para seguir em frente na Champions League.
Referência para Roberto, Luisão, Salvio, Aimar, Gaitán e Saviola (Benfica) e Nilson, Bruno Teles, Ricardo, João Ribeiro, Edgar e Alex.
Uma nota final para tentar perceber porque é que a equipa de arbitragem permite que Jorge Jesus, amiúde, pressione o quarto árbitro e mesmo o árbitro auxiliar que está do seu lado, com perguntas e outras questões, como é visível em quase todos os jogos?
Cartão amarelo: João Alves (75’).
Sob a direcção de João Ferreira – que não influiu no resultado mas teve algumas saídas infelizes – coadjuvado pelos assistentes Luís Ramos e Pais António, que continuam sem perceber quando devem assinalar os foras-de-jogo, as equipas alinharam:
Benfica – Roberto; Maxi Pereira, Luisão (Jardel, 90+2’), Sidnei e Fábio Coentrão; Javi Garcia, Aimar (Carlos Martins, 60’) e Gaitán; Salvio, Saviola (Jara, 60’) e Cardozo.
Guimarães – Nilson; Alex, Ricardo, N’Diaye e Bruno Teles; Renan (Targino, 55’), Rui Miguel (Jorge Ribeiro, 45’) e João Ribeiro; João Alves, Faouzi (João Pedro, 55’) e Edgar.
Artur Madeira