Antes do pedido de José Bettencourt ter apresentado a demissão, já se sabia que no Reino do Leão a ”selva” estava assanhada. Aliás, esteve sempre assim desde que este dirigente bancário se tornou candidato e ganhou com uma “abada” de cerca de 90%. Só que os tempos mudam mas as pessoas não!
Para quem não acompanha, amiúde, o clube, por certo que ficou ciente de que este seria o melhor presidente que o clube jamais tivera, porque nunca antes havia sido encontrada tamanha percentagem de vantagem.
Puro engano, como os mais conhecedores logo perceberam. Porquê? Por várias razões: entrou para o Sporting por uma porta aberta não se sabe por quem e porquê, quiçá a ligação ao sistema bancário (embora da concorrência dos bancos que já eram e são ainda mais os donos do clube); nunca fora dirigente desportivo nem tinha praticado actividade desportiva federada pelo clube, para perceber as engrenagens que existem e cada vez mais refinadas; não percebia a linguagem desportiva; não conhecia os meandros de empresários de jogadores e outros que tais; não tinha argumentos desportivos para dialogar comm os vários “interessados” no processo, incluindo os próprios jogadores, de quem o clube é o patrão, para todos os efeitos legais; foi impelido, pela “entouragem” interna – e porque era o mais novato e menos conhecido na praça – para a liderança sem perceber bem porquê; pelo que se viu, foi comandado. E quanto não o era, cometia asneiras como aquela em que, no aeroporto, respondeu a um associado (por mais arruaceiro qwue fosse) em modos pouco próprios para quem desempenhava a função de presidente do Sporting Clube de Portugal. Que não é um clube qualquer.
Foi o primeiro presidente do clube a ser pago. A peso de ouro. Apesar de ter dito que ficava a perder dinheiro e que foi o amor ao clube que o fez saltar para a ribalta. Abriu um precedente que não vai parar mais. Os próximos também querem ser profisisonais. Pelo menos para receber dinheiro. É que há os “assessores”, os “chefes de gabinete”, os adjuntos e outros que tais para trabalhar, ainda assim pagos muito acima da média e do que vale o trabalho que desenvolvem.
O Sporting já não tem património próprio. Nem uma sede condizente para reunir os associados. E paga renda no edificio onde está, instalação que foi erigida precisamente para ser a sede do clube.
E o que é que espera os associados do clube que cada vez são menos? Apesar das campanhas meticulosamente concretrizadas nos primeiros tempos do mandato e, curioso, onde surgiu pela primeira vez o Senhor Ministro (Costinha) a inscrever o filho para associado – com foto nos jornais – que deu em contratação para o pai alguns dias depois. E não se percebendo porquê – porque não explicado – surge um novo director-geral (José Couceiro). Em vez de se investir em jogadores, compram-se serviços administrativos!
Pelo que se vai lendo, haverá mais do mesmo.
E até o presidente demissionário já referiu que Rogério Alves é op candidato ideal. Mais do mesmo. Rogério Alves já está na estrutura há muitos anos. E pouco adiantou a sua presença como presidente da Assembleia-geral do clube (premiado recentemente com a presidência da Assembleia-geral da SAD), face a uma posição “coladissima” a Soares Franco.
Os órgãos tem de ser independentes; têm de cumprir os estatutos. Não dizer “amén” quando, à vista desarmada, o “rei vai nu”!.
O Sporting não precisa de gente mediática. Com sistemátícas intervenções na rádio-tv-press e por aí fora.
O Sporting precisa de gente que sinta o clube, que goste e que trabalhe por ele!
Rogério Alves, Rogério de Brito, Dias Ferreira, Menezes Rodrigues, Agostinho Abade, apesar de terem feito trabalho, já são passado. Há que haver uma grande renovação, embora se possa contar por pessoas que já serviram o clube.
Mas, mais do mesmo, como se está a prever, é que não! Se isso acontecer, é o fim dos fins do Sporting. Não é ser fatalista. É ser realista. Desde a mudança, com José Roquette, o que é que se viu? Está à vista.
E se o futebol é o problema principal, a situação tem mais envolvências. Também muito importantes no que se refere à estratégia de um clube centenário deste gabarito.
O sistema de gestão tem de ser revisto, a par dos novos objectivos que há que lançar. É preciso mudança de estrutura, de estratégia, de planeamento, de … pessoas!
Haja sentido de responsabilidade.
E aqui os associados mais antigos tem uma palavra a dizer. Mas tem de perceber que é preciso mudar.
Sérgio Luso