Mais golo menos golo, para o caso, não faz diferença porque o Benfica ganhou bem. Entrou rápido e em força e em 20 minutos chegou aos 2-0. Tudo parecia fácil. Mas não foi. Porque o Nacional, apesar do desnorte inicial, pressionou sempre que podia e, por isso, chegou a assustar.
Apesar de logo aos dois minutos Diego ter obrigado Roberto a uma boa defesa, a verdade é que, cinco minutos depois, o Benfica abriu o activo por intermédio de Gaitán que, pelo lado esquerdo, centra para a área, a bola é rechaçada por um defesa madeirense e volta a Gaitán que, à segunda, não perdoa, embora com “ajuda” de outro defesa, que ainda desviou a bola do guarda-redes.
Pouco mais de dez minutos depois chegou o 2-0. Salvio marca um canto, Sidnei eleva-se mais alto do que ninguém e cabeceia para a baliza onde Bracalli tentou defender mas fê-lo para além da linha de baliza. A partir daqui o Nacional pareceu ainda mais perdido – embora se possa queixar de alguma falta de sorte dos seus jogadores – mais a mais quando, aos 23’, Saviola rematou, descaído sobre a esquerda do ataque benfiquista, e a bola passou a rasar a trave.
Após o descanso, o Benfica manteve a toada ofensiva e Cardozo (50’) fez o 3-0. Depois de um primeiro remate que a defesa madeirense devolveu, a bola chegou ao nº 7 do Benfica que apareceu isolado defronte de Bracalli – pareceu fora de jogo – e atirou para golo.
Logo a seguir o erro técnico (de direito) de Rui Costa. Na marcação de um livre, na sua área, Roberto chutou a bola, devagar, e não podia tocá-la outra vez. Fê-lo. E o árbitro mandou repetir a marcação. Erro para anular o resultado e repetir o jogo. Claríssimo. Só o árbitro é que não soube. Mas a “desculpa”, se o protesto avançar, é de que não tinha apitado. Naquela situação não é norma apitar.
Com o 3-0, o Benfica fez entrar (59’) Carlos Martins e terão começado aí os sustos. O Nacional não baixou os braços e em nove minutos chegou ao 3-2. Aos 75’, acorrendo a um centro da esquerda do seu ataque, a bola voou até ao poste mais longe, onde se encontrava, meteu a cabeça e como que empurrou a bola para a baliza, onde Roberto se limitou a ver a bola passar. Aos 79’, Anselmo, só frente a Roberto, não foi inteligente e atirou à figura o que podia ter sido o segundo golo do Nacional. Mas cinco minutos depois é mesmo o segundo. Aos 84’, Rene desviou a bola para o fundo das redes, após primeiro cabeceamento de Anselmo, com Roberto também a ver a bola a passar. Aconteceu aos 84’.
Com seis minutos para jogar, esperava-se que este tempo passava normalmente e sem direito a mais nada. Mas Jara, que substituiu Cardozo, fez um belo golo (88’), dando o melhor seguimento a um bom trabalho de Coentrão na esquerda, com a bola a passar por Saviola e a acabar nos pés do goleador.
Uma vitória justa do Benfica, numa partida em que a posse de bola foi de 57-43% para os donos da casa, mas que rematou mais ante um Nacional sempre à espreita de “ataques rápidos e furtivos” que deram para “assustar” um pouco quando menos se esperava, ante 31.255 espectadores.
Fábio Coentrão o que mais trabalhou e foi o melhor, com Luisão, Saviola, Nico Gaitán, Javi Garcia e Salvio em bom plano. No Nacional, destaque para Filipe Lopes, Bruno Amaro, Anselmo, João Aurélio, Diego e Luís Alberto.
Rui Costa (Porto) cometeu o referido erro técnico, mostrou cartões amarelos a mais (pelo menos dois) e foi mal auxiliado pelo assistente da tribuna VIP (Serafim Nogueira) com Tomás Santos em bom plano.
As equipas alinharam:
Benfica – Roberto; Máxi Pereira, Luisão, Sidnei e Fábio Coentrão; Salvio, Javi Garcia e Aimar (Carlos Martins, aos 59’); Saviola, Cardozo (Jara, aos 67’), e Gaitán (Filipe Menezes, aos 89’).
Nacional – Bracalli; Claudemir, Filipe Lopes, Danielson e Tomasevic; Luís Alberto, Dejan (René, aos 59’) e Bruno Amaro; João Aurélio (Mateus, aos 66’), Diego (Márcio Madeira, aos 87’) e Anselmo.
Cartões amarelos para Maxi Pereira (10’) e Jara (68’) e Luís Alberto (17’), Diego (31’) e Dejan (55’)
Artur Madeira