O Sporting voltou a estar “sem eira nem beira”. Para um treinador que disse que o Sporting de 45 iria fazer 46 pontos (em 15 jogos), o tiro saiu pela culatra.
Como se sabe, o peixe morre pela …boca. E mesmo que merecesse o empate (pelo erro do penalti que não foi) era exagerado para aquilo que a equipa produziu.
Desta vez estiveram presentes 17.643 espectadores (8.742 há pouco tempo no jogo para a Taça Millenium e também contra o Paços, com vitória dos leões por 1-0, com sorte), entre os quais a que foi a 5 milhões (uma adepta do Sporting), para assistir a mais um jogo em que o Sporting jogou mal e perdeu e, no final, viu o presidente “bater com a porta”. Mais um dia para esquecer num Sporting que tem ido de mal a pior.
Logo ao primeiro minuto, Liedson atirou a centímetros do poste, parecendo que o Sporting estava disposto a resolver o jogo depressa. No entanto, passaram-se vinte minutos até que Liedson, de novo, fizesse novo remate à figura de Cássio. Pelo meio, quando o Paços atacava e ganhava cantos, todos os jogadores do Sporting estavam dentro da grande área. Ninguém estava de fora para um contra-ataque que podia surgir. Mas que táctica!
Com uma toada de jogo muito movimentada – o Paços ajudo imenso em termos de vivacidade – dois minutos depois foi a vez de Baiano, isolado frente a Patrício, atirar ao lado. Até aos 30’ foi os homens das mobílias a mandarem no jogo, pelo que não admirou o golo obtido por Samuel (27’), com um pontapé a cerca de 45 metros, tipo “folha seca”, que seguiu directamente para a baliza de Patrício, que estava adiantado, deslocado e sem reflexos. Foi um golo à Osvaldo Silva nos 5-1 dados ao Manchester United quando o Sporting venceu a Taça das Taças.
Para marcar, basta rematar. O Sporting dominava mas não rematava. E o domínio também era por aí além, já que Vukcevic continua a ser o “dono da bola” e Salomão um “brinca na areia”, sem arte nem engenho para fugir a homens de barba rija como Samuel, Cohene e Maikon.
O empate (41’) surgiu por Liedson, que fez a recarga a um defesa de Cássio para junto de si, depois de um primeiro remate de Valdês. Ainda assim um resultado que se aceitava. Mas dois minutos depois o caso do jogo: Baiano surge isolado junto à pequena área, pelo lado direito de Patrício, e aparece no chão. Carriço era quem seguia no encalço de Baiano, o árbitro interpretou mal a situação e marcou penalti, sem que houvesse falta para tal. Chamado a converter, Manuel José fez o que lhe competia, colocando o Paços a vencer ao intervalo.
No segundo tempo, o jogo começou a ser mais duro, os homens do Sporting mais nervosos e a virilidade acabou em meia dúzia de amarelos.
O Sporting voltou a tomar conta do jogo mas pouco esclarecido e com algum receio do pior, o que só pode ser falta de confiança ou….confiança demasiada. Nem uma coisa nem outra mas a verdade é que conseguiu empatar aos 61’, por Salomão, que aproveitou uma indecisão de Cássio para atirar a bola por baixo do seu corpo. O resultado até se aceitava, se bem que o Paços era quem estava a jogar melhor em termos globais.
Aos 66’ surge outro caso, onde se ficou com a ideia de que Saleiro (que havia entrado aos 62’) foi puxado na área do Paços mas que o árbitro nada assinalou. Vukcevic ainda atirou ao lado aos 77’, mas foi o Paços que voltou ao comando do resultado quando, aos 80’, Pizzi, depois de excelente jogada pela direita, por parte de Manuel José, que centrou, houve um deixa passar por parte de Leonel Olímpio e Pizzi, no lado contrário, chuta para a baliza onde Patrício não conseguiu defender. Estava feito o resultado e uma vitória perfeitamente justa do Paços, o que mais porfiou para ganhar.
No Sporting, Valdés e André Santos foram os melhores, com relevo ainda para João Pereira, Salomão e Vukcevic, se bem que agarrando-se muito à bola. Liedson marcou o golo e continua a mostrar que não está lá. E os sportinguistas vão ter de o “aturar” porque não tem saída para lado nenhum, o que diz bem da sua categoria actual. No Paços, relevo para Cássio, Samuel, Maikon, Baiano e Manuel José, numa equipa que esteve muito bem em termos de conjunto.
Luís Catita teve o seu principal pecado na grande penalidade que marcou contra o Sporting não existindo falta para isso, teve ainda uma dualidade de critérios em relação à marcação das faltas e amostragem dos amarelos e, por isso, não pode ter uma nota por aí além. Os auxiliares José Braga e Cristóvão Moniz passaram quase incólumes. As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Polga e Evaldo (Grimi, aos 81’); André Santos e Maniche (Saleiro, aos 62’); Vukcevic, Valdés e Salomão; Liedson (Zapater, aos 81’).
Paços Ferreira – Cássio; Baiano, Samuel, Cohene e Maykon; David Simão (Nuno Santos, aos 90’), André Leão e Leonel Olímpio; Manuel José (Filipe Anunciação, aos 84’), Mário Rondon (Nelson Oliveira, aos 67’) e Pizzi.
Cartões amarelos para Polga (mas foi Carriço que cometeu o penalti), João Pereira, Valdês e Liedson (Sporting) e André Leão e Baiano (Paços)
Artur Madeira