Não há adjectivos que cheguem para qualificar a soberba, soberana, excepcional interpretação de conquista protagonizada por Jessica Augusto (1ª, 26.52), ao sagrar-se campeã europeia de crosse, esta tarde, na Aldeia das Açoteias, levando o público – maioritariamente português – ao rubro com uma exibição de luxo desde o tiro de partida e puxar a equipa para mais uma medalha de ouro, alcançando o tri-campeonato.
Tomando a liderança da corrida, nunca mais a largou e, na altura própria, soube dar o impulso fatal para todas as adversárias, ao isolar-se ainda a meio da prova no caminho para esta dupla vitória portuguesa.
Aproveitando toda a energia e sinergia de Jessica, a equipa como que se aliou a uma festa, quiçá como um “bailinho algarvio”, que foi a presença portuguesa nesta competição feminina.
Dulce Félix (3ª, 26.59) deu-lhe um “vipe” também a meio da prova e veio lá de trás para a frente para chegar à medalha de bronze, conquistada já com alguma dificuldade, face à pressão final da irlandesa Fionnuala Britton (4ª), ambas com o mesmo tempo.
Marisa Barros (6ª, 27,06), tal como Dulce Félix, foi uma surpresa muito agradável e Sara Moreira (9ª, 27.26) – esta algo longe do que vale – fecharam a equipa com uma vantagem nunca igualada nestes campeonatos, com 46 pontos de vantagem sobre a G. Bretanha, que foi segunda, e 53 sobre a Espanha.
Ana Dias (10ª, 27.27 e Anália Rosa (32º, 28.42) completaram a formação lusa.
A turca Binnaz Uslu foi uma surpresa para a medalha de prata e a questão do doping surgida a meio da semana que hoje encerra com a Espanha poderá ter influído (psicologiamente) no rendimento das espanholas, que não puderam contar com a campeã Rosa Morató, que não veio por lesão.
A melhor foi Alessandra Aguilar (8ª, 27.09), já com 32 anos.
Artur Madeira