Tudo a postos para que, domingo, as selecções de Portugal tentem alcançar, mais uma vez, o pódio do 17º Campeonato da Europa de Crosse, cujas provas se desenrolarão a partir das 11 horas na pista da Aldeia das Açoteias, em Albufeira.
Feita a escolha dos atletas para as seis equipas (seniores, sub-23 e juniores, masculino e feminino) e depois do estágio realizado em Mira, os 36 representantes definidos chegaram ao Algarve em “bom estado”, pelo que se aguarda uma boa participação lusa, em especial no que concerne ao escalão principal.
A primazia vai para as senhoras, campeãs em título há dois anos consecutivos, que se apresentam em força para alcançar o “tri”, objectivo possível e praticável. Com três triunfos consecutivos, até agora, apenas a França o alcançou.
Jessica Augusto apresenta-se como a mais favorita ao pódio, não só porque já lá esteve (prata em 2008), sendo a oitava presença neste europeu (três delas em juniores). A mais “velha” na competição é a algarvia Ana Dias (11ª presença), seguida por Anália Rosa (9).
A estas três juntam-se ainda Dulce Félix, Sara Moreira e Marisa Barros.
No sector masculino – e depois dos quatro títulos (na primeira e segunda edição, 1994 e 1995, depois em 1999 e 2000) alcançados por Paulo Guerra – mais nenhum português venceu esta prova, o que também se deverá verificar este ano.
Com uma equipa constituída por José Rocha (6º o ano passado), Eduardo Mbengani (7º), Licínio Pimentel (14º), Yousef el Kalai, Rui Pedro Silva e Rui Silva, tudo pode acontecer, pelo menos se o factor casa – além do técnico-físico-psíquico – funcionar.
Em termos colectivos, a formação masculina obteve o quinto lugar há um ano.
De entre os inscritos, sabe-se que vão estar presentes os dois campeões de 2009, respectivamente o espanhol Alemayehu Nezabeh e a britânica Harley Melling, sendo que a terceira, a francesa Adrienne Herzog, também já confirmou a presença. A espanhola Rosa Morató (segunda o ano passado) não estará presente por motivo de lesão de última hora. Em relação aos homens, há ainda a destacar o ucraniano Sergey Lebid, bronze o ano passado mas que já tem oito triunfos nesta competição.
No entanto, é pena que nestas duas principais provas o número de equipas (países) seja reduzido, como se comprova pelas 11 masculinas e 7 femininas, o que reduz a competitividade e, logo, o interesse, dado a luta ser muito menor, comparando, por exemplo, com o mundial da especialidade. Criado por uma certa “imposição” de Portugal, Espanha, em especial, a que se juntaram França, Itália e G. Bretanha – logo que os africanos começaram a dominar na vertente mundial – a verdade é que a competição passou a ter pouca expressão. De entre o número de países que estão na Europa (e filiados), que são mais de sete dezenas, surgirem apenas 11, sem dúvida que confirma o que acabamos de salientar.
Estão assim reunidas as melhores condições para mais uma brilhante organização portuguesa, aguardando-se que os êxitos dos nossos representantes possam ser os melhores.
Em termos de inscrições e de um total de 507 atletas e 35 países – o que é um recorde absoluto nesta competição – 82 são seniores masculinos e 57 femininos.
Nas dezasseis edições já passadas Portugal tem dominado, a par de britânicos e franceses que, aliás, se encontram no pódio.
Portugal conquistou já 42 medalhas (16 de ouro, 15 de prata e 11 de bronze), sendo que os britânicos estão muito à frente, com 61 (25-22-14) e os franceses na segunda posição, com 46 (14-13-19).
Artur Madeira