O Benfica ganhou o apuramento para a Liga Europa, curiosamente perdendo, em casa, contra o Schalk04, uma partida psicologicamente arrasante e que provocou como que uma paragem cárdio-respiratória ao longo dos 95 minutos que o jogo durou.
Para além da “crise” latente – do ponto de vista psicológico – que é transversal a toda a gente no clube da Luz de algum tempo a esta parte, a ligação a França também complicava, porquanto o cronómetro avançava no tempo e o Hapoel podia “chutar” o Benfica para canto, mais a mais quando, aos 88 minutos, vencia por 2-1. Só que os franceses, num “golpe de asa”, empataram e são os encarnados que vão avançar. Do mal, o menos.
No jogo desta noite, apesar de um certo domínio territorial dos benfiquistas, a verdade é que a bola poucas vezes chegava ou às mãos do guarda-redes alemão ou passando por parto dos postes.
O primeiro remate mais a sério foi de Saviola (15’) com a bola a sair ao lado, o que aconteceu também a Carlos Martins (25’).
Antes disso, já os alemães tinham chegado ao 1-0 (19’). Numa avançada rápida, Rakitic centra para Raul amortecer com o peito enviando a bola para Jurado, que não se fez rogado (só para rimar) ao enviar a bola para a baliza deserta. E o primeiro tempo concluiu-se.
No segundo, Jesus começou por fazer entrar Gaitan e Aimar para os lugares de Maxi Pereira e César Peixoto, sem resultados práticos, pese embora o guardião alemão tenha feito uma excelente defesa (66’) e Carlos Martins ter concluído um ataque (75’) do Benfica rematando ao lado.
Cinco minutos depois, os visitantes aumentam para 2-0, com um golo de Howedes, que aproveitou, estando isolado, uma bola proveniente de Rakitic, para surgir só frente a Roberto e rematar pela certa.
Coube aqui a entrada (82’ e 85’) de Matip e Edu para os lugares de Klug e Huntelaar, reforçando o meio campo e a defesa, o que não impediu de Luisão, na zona frontal da baliza de Neuer, fazer um excelente golo de cabeça (87’), e fazer um ponto de honra merecido.
David Luiz, aos 90+2’, na marcação de um livre sobre a direita da baliza de Neuer, enviou a bola ao poste, e o jogo acabou de seguida.
Uma vitória forasteira que se aceita, quiçá não tanto pelo que fizerem ao longo do jogo, mas sobressaindo duas coisas: aproveitaram ao máximo as oportunidades e o Benfica não fez o que tinha que fazer.
Outras curiosidades: Roberto estreou luvas novas (e não por aí que deixou entrar as bolas na baliza) e o Benfica apresentou um equipamento novo. Duas estreias de má memória.
O britânico Howard Webb, considerado pelos “experts” como o melhor árbitro da actualidade, esteve à altura do seu prestígio e uma ou outra falha não influiu no resultado.
As equipas alinharam:
Benfica (4x1x3x2) – Roberto; Maxi Pereira (Gaitan, 46’), Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Javi Garcia; Ruben Amorim, Carlos Martins (Salvio, 79’) e César Peixoto (Aimar, 46’); Saviola e Cardozo.
Schalk04 (4x4x2) – Neuer; Uchida, Howedes, Metzelder e Schmitz; Rakitic, Klug (Matip, 82’), Papadopoulos e Jurado; Huntelaar (Edu, 85’) e Raul.
Cartões amarelos para Huntelaar (63’), David Luiz (67’), Saviola (71’), Aimar (77’) e Rakitic (79’).