“Como de costume, principalmente quando joga em Alvalade em jogos do burgo, o Sporting voltou a estar “sem eira nem beira mas… com sorte”.
Este foi o período de entrada da crónica feita após o jogo Sporting – Paços de Ferreira, a contar para a Taça de Portugal. E, esta noite, pouco ou nada mudou. O que quer dizer que o texto podia ser o mesmo, integral, sem tirar nem pôr.
Mas entendemos que temos que respeitar aos nossos leitores e dar uma outra imagem, embora para menos e não para mais.
Logo aos 5’, perda de bola de João Pereira permitiu a Hazard rematar para uma defesa algo apertada por parte de Patrício. Estava dado o toque. Desde essa altura, foi o Lille que teve mais posse de bola, mais centros para a pequena área de Patrício, mais passes e certeiros, embora em atinar o caminho directo para a baliza.
Embora Evaldo tenha provocado (10’) uma defesa a soco (como precaução) de Landreau, o Sporting respondeu bem com um remate de cabeça, por parte de Polga, que encontrou a barra da baliza visitante no caminho, perdendo-se a recarga, se bem que o nº 4 do Sporting tivesse tido. logo de seguida, uma falha enorme que só não deu golo dos franceses porque não estava nenhum jogador da trajectória da bola.
Apesar de o controlo do jogo ser feito pelo Lille, foi o Sporting que acabou por marcar, numa jogada em que a sorte voltou a bafejar. Na sequência da marcação de um canto, a bola foi defendida pela defesa francesa mas a bola parou mesmo ao pé de Polga que, com prontidão, viu um a nesga e rematou pela certa, fazendo o golo aos 27’.
Se a velocidade no primeiro tempo foi fraca, no segundo foi de quase parado, por parte do Sporting. O Lille continuou a deter mais a bola, mas não teve nem arte nem manha para passar de um futebol bonito, bem jogado, com passes sempre de jogador para jogador, mas cuja progressão não chegava à zona de remate. Daí o nulo.
A partir dos 61’, altura em que começaram as substituições, Valdés entrou para o lugar de Djaló (que não fez praticamente nada senão correr atrás da bola), para defender (o resultado) e não atacar. A qualidade colectiva da formação leonina, se já era pouca, passou a ser praticamente nula.
Não admira que o Lille se chegasse um pouco mais à frente para tentar o golo do empate, com Rozehnal a enviar (81’) a bola ao poste, não havendo seguimento. Os franceses ainda fizeram mais duas substituições até aos 78’ e o Sporting só aos 80 e 90’ se “lembraram” que podiam integrar mais dois elementos. É caso para dizer: que resultados positivos dariam estas duas mudanças nesta altura do jogo? Alguém é capaz de justificar? Nenhum numa coisa nem outra. Quiçá justificar o prémio da vitória.
Pelo meio ficou ainda o remate (81’) de Rozehnal ao poste, tendo a recarga de De Melo proporcionado a Patrício a defesa da noite e a evitar o empate, que seria justo.
Vukcevic ainda enviou a bola à barra, já depois dos 90’, mas isso foi fruto de um pontapé livre, bem executado, é verdade, mas apenas para criar o tal “broooowwwww…” final. Aguardemos pela fase seguinte, lá para Janeiro. Pode ser que o Natal trago algo de mais positivo.
Polga foi, a par de Evaldo, o melhor jogador do Sporting, não só pelo golo mas porque andou muitas vezes lá pela frente, realçando-se ainda o esforço de João Pereira, André Santos, Maniche. No Lille, relevo para Landreau, De Melo, Obraniak, Rozehnal, Beria e Hazard.
Hendrikus Nijhuis, o árbitro foi disciplinador, em especial para o Sporting e com razão e não teve influência no resultado, tendo tido um trabalho positivo. Erwin Zeinstra e Davie Goossens foram os auxiliares, todos da Holanda. As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Polga e Evaldo; Maniche (Zapater, 90’), Pedro Mendes e André Santos; Djaló (Valdés, 61’), Liedson e Postiga (Vukcevic, 80’).
Lille – Landreau; Beria, Chedjou, Rozehnal e Emerson; Gueye (Pierre-Alain Frau, 61’), Mavuba e Balmont (Cabaye, 78’); Obraniak, De Melo e Hazard (Moussa Sow, 72’).
Cartões amarelos para Postiga (25’), Polga (39’) e João Pereira (41’), do (Sporting) e Rozehnal (63’), do Lille.
Artur Madeira