A sensação com que ficaram grande parte dos 35.063 espectadores que estiveram no Alvalade XXI foi de que qualquer das equipas, apesar do jogo não ter tido primor elevado, podia ter ganho, com algum pendor para os portistas, que tiveram melhor rentabilidade na transposição da defesa para a linha média e para o ataque, onde aí não houve arte nem manha para chegar ao segundo golo.
Aos oito minutos, Falcão isolou-se só com Patrício na frente atirou ao lado, no que foi o primeiro momento de perigo no jogo. As equipas ainda se estudavam e o Sporting, como lhe competia (Paulo Sérgio havia considerado que o Sporting era favorito) tentou ter a bola mais tempo e tentou também jogar para a frente. O que não conseguiu.
O Porto estava atento e fazia rotações entre Hulk e Varela, permutando a direita com a esquerda e vice-versa, como se verificou por duas vezes num espaço de trinta minutos, embora sem resultados práticos.
Aos 23’, Pedro Mendes surgiu na zona frontal da baliza de Helton e rematou com força, levando a bola ao poste com o guardião nortenho completamente fora da jogada, face ao esférico ter roçado em Maicon.
Foi preciso chegar aos 37’ para o golo surgir e para o Sporting. Valdez, depois de troca de bola com Postiga, surgiu na área portista e, apesar de acossado por Maicon, ganhou vantagem e aproveitou da melhor forma um compasso de espera feito por Helton para rematar para a baliza deserta. Um resultado que se aceitava face ao jogo jogado.
No segundo tempo, o Porto teve que avançar no terreno e Hulk, aos 50’ e 52’ criou grande perigo. Primeiro rematando sesgado que levou a bola a rasar o poste da baliza de Patrício; segundo ao m arcar um livre que Falcão aproveitou para proporcionar a Patrício a defesa da noite.
Aos 55’ Liedson fez o seu primeiro remate digno dessa qualificação à baliza e no minuto seguinte foi Falcão que igualou a partida. Excelente jogada de Hulk pela direita, centro com conta, peso e medida para Falcão rematar com força e foras do alcance de Patrício.
Para tentar ultrapassar este resultado, Djaló (64’) e Vukcevic (67’) entram na equipa mas a verdade é que isso não fez qualquer efeito.
Aos 67’ o caso do jogo. Maicon impede Liedson de se isolar para a baliza e é expulso – do livre nada resultou – mas na sequência Hulk vê um amarelo e pouco depois é a vez Do técnico do F.C. do Porto recolher às cabinas mais cedo, por expulsão.
A jogar com dez e sem “chefe” no banco, o Porto foi-se aguentando e o Sporting nada fazia, de jeito, que se visse para chamar a si as rédeas do jogo e tentar chegar aos 2-1.
No entanto, um empate é um resultado positivo e espelha, mais ou menos, o que se passou em campo, com alguma emoção mas com pouco sabor.
Valdés foi o melhor do Sporting, seguido por André Santos, Pedro Mendes Rui Patrício, enquanto no F. C. Porto sobressaíram Hulk (o melhor em campo), João Moutinho, Falcão, e Rolando. Liedson continua a arrastar-se. É intocável ou não há substitutos?
Jorge Sousa acabou por ter nota positiva, apesar de um ou outro erro mas de somenos importância e que não teve influência no resultado. Os auxiliares foram José Ramalho e José Luís Melo, sem problemas.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Polga e Evaldo; André Santos, Pedro Mendes (Vukcevic, 67’) e Maniche (Djaló, 64’); Liedson, Valdés (Saleiro, 82’) e Postiga.
F. C. Porto – Helton; Sapunaru, Rolando, Maicon e Emídio Rafael; Belluschi, Fernando e João Moutinho (Fucile, 85’); Hulk, Falcão (Otamendi, 70’) e Varela (Guarin, 64’).
Cartão vermelho para Maicon (67’) e amarelos para Postiga (93’), Evaldo (72’), Djaló (82’), Pedro Mendes (20’) e Bellushi (87’), Hulk (67’), Fernando (30’) e Otamendi (90’).
Expulso foi ainda o técnico do F.C, Porto, André Villas Boas (75’).
Artur Madeira