Como de costume, principalmente quando joga em Alvalade em jogos do burgo, o Sporting voltou a estar “sem eira nem beira mas… com sorte”.
Bastou uma falha da defesa pacense para que Yannick, descaído sobre a direita, fazer uma boa finta para a sua esquerda, entrar na linha frontal à marca de grande penalidade e encontrar um “alçapão” na defesa da equipa comandada por Rio Vitória para dar dois passos e introduzir a bola na baliza de Cássio, ainda assim com a bola a tabelar em Bura e trair o guardião visitante.
Assim se chegou ao 1-0, aos 46 minutos da primeira parte (em período de desconto). Assim se fez a história do jogo e do consequente apuramento do Sporting para a fase seguinte, afinal o grande objectivo. Como intitulamos, ganhar sem … produzir.
Ao longo dos 95 minutos de jogo (dois a mais no primeiro tempo e mais três no segundo), as jogadas de perigo contam-se pelos dedos de uma mão, tanto mais que só aos 35’ houve motivo para tal: André Santos remata de longe, com força e direcção, mas a bola embateu na barra e perdeu-se pela linha fina. Foi um perigo relativo.
E só aos 45+1’ é que os 8.742 espectadores (quem é que se aventura ir, precisamente na hora normal de jantar – 20/22 horas – a qualquer estádio deste país para ver um futebol caseiro sem interesse, desnatado, sem sabor nem cheiro de futebol?) como que “explodiram” com o golo, algo sonso, de Yannick.
O Paços de Ferreira, sabendo que tinha que defender mais do que atacar, cumpriu no seu papel. Mas não descurou ir lá à frente, com vontade, e algumas vezes a causar arrepios a uma defesa sportinguista que tremia. O Sporting continua a viver de individualidades. Sem fio de jogo, sai da defesa a correr, chega ao meio campo parado e depois tem que vir para trás porque perdeu a força e a mente para saber para onde deve ir.
No segundo tempo e apesar de entrar com maior dinamismo, nem isso resultado para os “leões” que depressa voltaram ao mesmo sistema. O Paços também manteve o comportamento dos primeiros 45 minutos e tentou chegar ao empate, sem resultado, porque os seus jogadores não aproveitaram as falhas cometidas por Polga e seus pares em momentos que poderiam ser cruciais para a história final do jogo.
Revendo o “filme” do jogo com o Rio Ave, não há dúvida que a linha “lenta” do Sporting de mantêm quase inalterável. Nem mesmo com Liedson que, uma vez mais, quase não mexeu na bola, nem tão-pouco com Yannick, que apenas correu muito. Ambos foram substituídos. Vá-se lá saber por quê. E Postiga, que esteve excelente na selecção, que levou o clube a anunciar a renovação do contrato? A agir desta forma, por certo que o balanço em Maio de 2011 poderá ser um desastre completo. Esperemos que não. Para bem do futebol, português.
Destaque o mais batalhador João Pereira, seguido de Valdés, André Santos e Evaldo. No Paços, relevo para Cássio, Samuel, Bura, Baiano e Manuel José.
Bruno Paixão entrou com sobranceria e se não teve influência no resultado registou dualidade de critério na marcação das faltas, para além de permitir que a sua marcação e o lançamento de bola fora seja feita sempre longe do local onde se deu. Coisas. António Godinho e Paulo Ramos foram os auxiliares, todos de Setúbal. As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Polga e Evaldo; Yannick (Vukcevic, 60’), André Santos, Pedro Mendes e Valdés (Saleiro, 97’); Postiga e Liedson (Salomão, 79’).
Paços Ferreira – Cássio; Baiano, Bura, Samuel (Leonel Olímpio, 65’) e Jorginho; Manuel José (Pizzi, 73’), André Leão e Filipe Anunciação; Bruno Paula, Romeu Torres e Nuno Santos (Maykon, 45’).
Cartões amarelos para Evaldo, João Pereira e Valdés (Sporting) e Nuno Santos e André Leão (Paços)
Artur Madeira