Quem ganha por 4-0 – como se verificou com o triunfo do Benfica sobre o Naval – de certo não pensa outra coisa que foi fácil. Tem o seu quê de verdade. Só que a realidade, na maior parte das vezes, não é assim tão linear. Como aconteceu.
Depois de abrir o marcador aos nove minutos (Kardec, a responder com o pé esquerdo a um centro de Salvio), e de, até aos 18 minutos estado mais perto da baliza de Salin, a verdade é que é que, por falta de sorte, o Naval não empatou ou mesmo colocar-se em vantagem, já que duas vezes a bola foi bater nos postes de Roberto em jogadas concretizadas entre os 21 e os 39 minutos.
Aliás, a Naval tinha as pedras melhor colocadas em tidas as situações, desenhava jogadas com princípio meio e fim, falhando apenas no remate final, não só nas duas bolas à trave como também pelo facto de Roberto estar atento, ante um Benfica que viveu do contra-ataque, quer no primeiro tempo quer no segundo, aproveitando ao máximo as oportunidades que surgiram e a oferta de Salina Nuno Gomes, para fechar a conta.
Como pouco espaço para a movimentação e com a Naval a jogar numa zona muito restrita, bem perto dos jogadores do Benfica, os encarnados foram “obrigados” a jogar em contra-ataque, como se referiu.
Os 2-0 e 3-0 surgiram precisamente de dois contra-ataques, o primeiro logo ao minuto e trinta da segunda parte, com Gaitán a afinar a pontaria directa à rede de Salin, após defesa deste, em recarga com conta, peso e medida, num golo de belo efeito, o que se verificou de novo passados que estavam 13 minutos, com o mesmo Gaitán a chegar no momento certo a um passe largo, da direita para a esquerda do ataque, feito por Salvio, acertando em cheio na bola e na baliza.
Sem baixar os braços, como sempre o fez, a Naval continuou a tentar o golo de honra – terminado que foi o eventual sonho de ganhar ou empatar na Luz – o que não conseguiu mas que era merecido pelo que fizeram.
Aliás, aos 70’ de jogo, o Benfica tinha feito 29 ataques contra 24 da Naval; 9 cantos a favor contra 3 e 14 remates contra 11. Pouca diferença para um tão largo número de golos alcançado pelo Benfica, ante a presença de 31.343 espectadores.
A cena mais caricata foi a “brincadeira” de Salin, que era o melhor jogador da equipa, ao permitir que Nuno Gomes, acabado de entrar, lhe roubasse a bola e fizesse um golo de belo efeito esforço. Uma vitória certíssima mas exagerada.
Gaitán foi o melhor no Benfica, onde Salvio, Aimar, David Luiz, Sidnei e Coentrão também estiveram bem. Do lado do Naval, Salin evitou mal maior mas Orestes, Edivaldo, Fábio Júnior e Camora estiveram também em excelente plano.
Vasco Santos voltou à Luz e esteve bem, deixando jogar, sem falhas e evitando mostrar cartões, o que conseguiu. Os foras-de-jogo continuam a ser a maior “dor de cabeça”, porquanto os árbitros auxiliares (para este jogo um senão de cada um – João Santos e Alexandre Freitas) deixam dúvidas a quem vê, no Estádio, a marcação “mal” medida. Ainda assim sem ter influência no jogo.
As equipas alinharam:
Benfica – Roberto; Ruben Amorim, Sidnei, David Luiz e Fábio Coentrão; Salvio, Airton e Gaitán (Nuno Gomes, 85’); Saviola (César Peixoto, 76’), Kardec (Franco Jara, 52’) e Aimar.
Naval – Salin; Carlitos, Gomis, Rogério Conceição e Daniel Cruz; Orestes e Camora (João Pedro, 45’); Marinho (Michel, 66’), Hugo Machado (Alex, 66’) e Edivaldo; Fábio Júnior.
Golos – Kardec (9’), Nico Gaitán (46’ e 61’) e Nuno Gomes (88’).