É verdade que o que conta são os três pontos da vitória. A partir daí, nada mais interessa. Nem o sofrimento que massa associativa leonina (27.752, número excelente e só possível porque os bilhetes eram a cinco euros) teve ao longo de 88 minutos, tantos quantos foram precisos para que Abel introduzisse a bola na baliza de Paulo Santos.
Digamos que, entre este jogo e o com o Olhanense (empate), pouco terá mudado. Na altura, depois de um triunfo em Lille que garantiu a chegada à fase de grupos. Desta vez, depois dos 5-1 da passada 5ª feira, o que é que se viu agora em Alvalade?
Ante um Rio Ave que se dispôs a defender, até porque tem mais poder físico e estatura – embora tivesse atacado mais em função das aberturas permitidas pela equipa do Sporting e que até podiam ter dado golo – o Sporting não teve arte nem manha para, até aos 70 minutos, conseguir chegar ao golo.
Que parecenças se pode fazer? Duas certezas: Liedson não (dá-nos ?) deu alma (ao contrário do que disse Paulo Sérgio) e a dupla Abel e João Pereira não teve efeitos práticos, o que baralhou o sistema por completo. Daí as dificuldades.
O primeiro momento de perigo foi o excelente remate de João Tomás (37’) que rematou sesgado ao canto superior do lado esquerdo da baliza de Rui Patrício, que quase ia sendo traído mas defendeu bem. Aos 50 minutos, João Tomás voltou a colocar Patrício à prova.
O Sporting só começou a carregar no acelerador, embora ainda sem acertar com a baliza.
No lado direito, o par Abel/João Pereira “endireitava-se”, Postiga surgiu mais acutilante (quiçá porque Liedson tinha saído) e ainda porque Evaldo começou a surgir mais pela esquerda.
E assim se jogou até ao minuto 88 quando a bola, finalmente, entrou na baliza de Paulo Santos. Dez minutos antes, o mesmo Postiga rematou ao poste (79’) e aos 87 enviou a bola à barra. Isto depois de João Pereira ter feito o mesmo. À quarta foi de vez e, felizmente, para o Sporting que, com isso arrecadou os três pontos, que acabaram por ser merecidos ante o “forcing” final feito, depois de um primeiro tempo incaracterístico, sem amorfo.
Destaque para Rui Patrício, Evaldo, Postiga, João Pereira e Abel; pelo Sporting e Paulo Santos, João Tomás, Milhazes, Yazalde e Mendes, no Rio Ave.
Antes do jogo se iniciar, o Sporting homenageou os mineiros do Chile e todos os intervenientes no jogo entraram com a camisola do apoio do Futebol profissional na luta contra a fome.
Sob a direcção de Olegário Benquerença (Leiria), coadjuvado pelos assistentes José Cardinal e Luís Marcelino – num trabalho em que, apesar de alguns erros, não influiu no resultado, as equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; Abel, Carriço, Nuno Coelho (Torsiglieri, aos 40’) e Evaldo; André Santos e Maniche; João Pereira, Postiga, Liedson (Matias Fernandez, aos 67’) e Salomão (Valdês, aos 67’).
Rio Ave – Paulo Santos; José Gomes (Cícero, aos 90’), Gaspar, Jefferson e Milhazes; Wires, Bruno China e Tarantini; Bruno Gama (Fábio Felício, aos 77’), João Tomás e Yazalde (Mendes, aos 62’).
Cartões amarelos para Postiga e André Santos (Sporting) e Milhazes, Bruno China e Mendes (Rio Ave).