Foi tudo fácil. Aos treze minutos os leões já vencia por 2-0 e apesar de terem permitido um golo aos belgas chegaram ao intervalo a vencer por 4-1.
E não se pode dizer que não era justo porque os avançados estiveram em dia sim, com sorte e com alguma “cumplicidade” dos forasteiros, uma equipa que, pelo menos esta noite, esteve numa categoria de média-baixa. Ao Sporting bastou ser uma formação média-superior.
Por aqui quase se podia quedar esta crónica porque, na realidade, o único interesse que houve foi esperar para ver quantos golos marcaria o Sporting. Podiam chegar à dezena mas, por sorte da defesa forasteira, ou por azelhice dos avançados do clube de Alvalade, o “score” não aumentou.
Com 15.008 espectadores registados – uma das mais fracas de sempre nas competições europeias – o jogo revelou interesse apenas em saber quantos golos iam ser marcados.
Com várias velocidades ao longo dos 90 minutos, o Sporting apresentou-se diferente, com Abel no lugar habitualmente ocupado por João Pereira, surgindo este na linha média mas a subir, quase sempre, a extremo, fazendo o 4×3 a defender ou o 2×4 a atacar, o que resultou.
Foi uma boa experiência com um adversário fraco mas talvez também surta efeito quando “mais a sério” – por exemplo no domingo com o Rio Ave.
História dos golos:
1-0, aos 6 minutos – Num cruzamento largo de João Pereira, da direita, a bola passou por toda a defesa, mais ou menos apática, e surgiu no outro lado onde, à-vontade, Salomão como que empurrou a bola para dentro da baliza.
2 – 0, aos 13 minutos – Numa jogada ofensiva dos leões, quando menos se esperava (porque coberto) Liedson ficou com a bola e, à meia-volta, rematou forte, rasteiro e colocado.
2 – 1, aos 16 minutos – Na sequência de um livre, na zona intermédia, Thijs centrou para a baliza de Hildebrand, ninguém surgiu a cortar a jogada e Smolders centrou para o meio da pequena área onde Wils, mais lesto do que o guardião do Sporting, fez golo.
3 – 1, aos 27 minutos – Após uma insistência na área adversária, João Pereira “saca” a bola e fá-la ultrapassar toda a defesa para o lado contrário onde, só, Liedson remata sem apelo nem agravo.
4 – 1, aos 37 minutos – Maniche, lançado por Evaldo, surge a caminho da baliza, sofre carga de Hantsveit, mas a bola ressalta nele próprio e fica isolado diante do guardião do Gent, que não tem hipóteses de defender.
5 – 1, aos 60 minutos – Troca de bola entre Salomão e Postiga, permitiu a este último um pontapé forte e colocado para o último golo.
Reforçando o inicialmente dito, o Sporting precisa de jogar mais e melhor para poder progredir. Se continuar como se viu ontem, as dificuldades para se manter na luta pelo título nacional vão ser imensas.
Registe-se por último a homenagem prestada ao ex-treinador, campeão nacional pelo Sporting, o britânico Malcom Allison, falecido na passada semana.
Sob a Direcção do irlandês Alan Kelly, coadjuvado pelos assistentes Damien MacGraith e Marc Douglas – apesar do trabalho ter sido fácil ainda assim teve alguns erros embora sem importância de maior – as equipas alinharam:
Sporting – Hildebrand; Abel, Carriço, Polga (lesionado, foi substituído por Torsiglieri aos 43’) e Evaldo; Maniche (Zapater, aos 63’), André Santos e Salomão; João Pereira, Liedson (Vukcevic, aos 73’) e Postiga.
Gent – Jorgacevic; Baric (Coulibaly, aos 45’), Wils, Hanstveit e Skarabot; Azofeita, Thijs e Smolders (Grondin, aos 67’); El Ghanassv (Soumahoro, aos 67’), Ljubijankic e Ibrahima.
Cartões amarelos para João Pereira (12’), Postiga (19’) e Coulibaly (79’).