Foram precisos 73 minutos para que os 43.317 espectadores presentes na Luz pudessem gritar por golo e, com isso, acreditassem que o Benfica ia ganhar.
{jathumbnail off}Foi assim mas não foi fácil. É que os encarnados tudo fizeram para que o 0-0 se mantivesse todo esse tempo, face a uma apatia (que até Jorge Jesus ajudou porque, contrariamente ao que é costume, não esbracejou uma única vez, não deu saltos, não barafustou com o árbitro ou o assistente do seu lado) quase geral, apesar de terem tido, sempre, a posse de bola, que chegou aos 59-41%. Será que a chuva que chegou influenciou?
Depois de um remate-centro que Aimar fez logo aos dois minutos e de Felipe ter defendido para canto duas bolas que foram na sua direcção, só houve mais emoção quando Luís Aguiar foi amarelado, logo seguido de Javi Garcia.
Esporádicamente, a bola chegada aos guarda-redes, com pouco perigo, pese embora Roberto tivesse de se empregar algumas vezes. E não foram mais porque o Benfica, como lhe competia, baralhava na zona central do campo e não avançava decididamente para tentar o golo.
No segundo tempo e até aos dez minutos, mais dois amarelos foram a nota dominante. Logo a abrir foi Luisão e minutos depois Salino, numa altura em que o Braga avançou no campo ante a passividade do Benfica, jogando também em antecipação, até que aos 69 minutos há o primeiro erro do auxiliar do lado da bancada Meo, que assinalou mal um fora de jogo a Alan quando era Lima que se encontrava adiantado, cortando uma jogada que poderia ter dado golo para o Braga.
Pouco depois o golo do Benfica. Numa rápida avançada, a bola viaja da esquerda do ataque encarnado para a direita onde, só, Carlos Martins tem tempo de parar o esférico e rematar com conta, peso e medida para a baliza onde Felipe talvez não merecesse ser batido.
A um quarto de hora do final (embora Duarte Gomes prolongasse para 20 minutos), Moisés vê um amarelo e aos 90 foi Salvio, que tinha entrado, a não se livrar de um cartão da mesma cor.
Nos 90+5, Coentrão ainda surgiu isolado na área (num centro largo de Saviola) de Felipe mas não acertou na rede, terminando o jogo logo a seguir com um triunfo do Benfica. Que se aceita mas que não é sinónimo de ter tido maior posse de bola. É preciso rematar.
O Braga, por seu lado, começou por ver como as coisas corriam mas, depois, não conseguiu forçar o que seria necessário para tentar vencer. E as oportunidades que teve não passaram disso mesmo: sem efeitos práticos.
Duarte Gomes começou por deixar jogar largo, aplicando quase sempre a lei da vantagem, mas teve que amarelar a partir da altura em que os jogadores começaram a abusar. Deixou abusar no que se refere ao facto de, na marcação das bolas fora e livres, a bola nunca estar no lugar que devia. Não cumpriu a lei. Como todos os árbitros.
Referência para Roberto, Luisão, David Martins, Kardec e Carlos Martins (Benfica) e Felipe, Vandinho, Hugo Viana, Lima, Paulão e Alan (Braga).
Sob a direcção de Duarte Gomes, coadjuvado pelos assistentes Venâncio Tomé e José Lima, as equipas alinharam:
Benfica – Roberto; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Carlos Martins, Javi Garcia e Gaitán (César Peixoto, 86); Aimar, Saviola (Salvio, 75) e Kardec (Weldon, 89).
Braga – Felipe; Sílvio, Moisés, Paulão e Elderson; Vandinho (Madrid, 61), Salino e Luís Aguiar (Matheus); Alan, Lima e Hugo Viana (Paulo César, 64).