Na edição de hoje, o “Expresso” dá à estampa que o “desígnio maior da Câmara Municipal de Lisboa” é repovoar a cidade, numa acção mais vasta e alargada a nove eixos de intervenção, que vão desde a zona da Fundação Champalimaud (nova sede, na Avenida de Brasília), cujas obras estão a decorrer, ao que parece, dentro do normal, até às zonas do plano de urbanização da Gare do Oriente, passando ainda por outras áreas da capital do país.
Também ali é referido que a cidade tem perdido uma média de cem mil habitantes por cada década, habitantes estes que são, numa maioria significativa, os mais jovens, sem condições financeiras para adquirir ou arrendar casa em Lisboa. Aliás o que é do conhecimento da CML.
Mas continua a ver-se centenas, milhares de casas vagas na cidade.
Por outro lado, os cidadãos ainda resistentes têm que amargar com a existência de “stands” de automóveis, comerciantes (alguns com mais do que uma loja) que ocupam vários espaços, a seu bel-prazer, o que prejudica os residentes.
A juntar a esta situação, a zona oriental da freguesia de São Jorge de Arroios tem vindo a receber alguns milhares der cidadãos estrangeiros (de predominância chinesa na sua maioria e mais recente), sem que haja condições de estacionamento para todos, por inexistência de garagens em prédios.
Daí que um bom trabalho que a Câmara seria promover a motivação não só destes cidadãos (que são milhares) como também, como é lógico, dos lisboetas, criando as zonas parqueadas e até desenvolver a construção de parques de estacionamento, de parceria com os próprios cidadãos.
Basta ver a desorganização que se verifica (entre outras que sofrem do mesmo problema), especialmente no espaço edificado que se encontra entre a Avenida Almirante Reis, Alameda D. Afonso Henriques, Rua Carvalho Araújo, Rua Edith Cável, Rua Heróis de Quionga e Rua Marques da Silva.
Só regularizando estas situações se poderá tentar fazer regressar à cidade alguns milhares de cidadãos. Sem condições, ninguém voltará. Nem sequer aqui haverá muitos nascimentos de cidadãos portugueses. Porque continuam a sair de Lisboa.
Sérgio Luso
Foto: DR