Com uma palavra com apenas cinco letras, o Papa Francisco não se cansou de dizer ao mundo que, para se poder ser mais e melhor havia que contar com Todos! E mais: “substitui os medos pelos sonhos, não sejais administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!”
“Jogando” com as palavras, escritas ou faladas, afinal esta é a tarefa de quem escreve ou fala e que deve ter sempre presente quando em contato com outros seres humanos, transmitindo a verdade dos atos e dos fatos.
A palavra e a frase que titula esta prosa foram, diariamente, utilizadas na quase totalidade do que se passou no âmbito da Jornada Mundial da Juventude que trouxe até Lisboa (e não só) um Papa Francisco de coração aberto, versando sobre tudo o que devia ser dito no evento em que os jovens eram as “estrelas” maiores, porque futuro de cada nação no mundo.
Um mundo que há muito continua em conflito com ele próprio porque torna-se difícil perceber o que cada um pretende alcançar, da forma de o fazer, com quem o obter e se o resultado é a meu favor ou não!
A “saída de cena” do Papa Francisco, mais isolado nos últimos tempos (porque cansado de trabalhar e não obter resultados substantivos), vem trazer ao mundo (mas qual mundo?) outras perspetivas, objetivamente pouco convenientes, porquanto só se pensa em dinheiro, em poder – que só se consegue com muito dinheiro – e outras formas de obter rendimentos de formas quiçá não convencionais à luz dos dias de hoje, pensando em Todos os seres humanos!
O Papa Francisco referiu (Vigílias) em Lisboa que “na vida, nada é de graça; tudo se paga. Só uma coisa é gratuita: o amor de Jesus! Assim, com este dom gratuito que temos – o amor de Jesus – e com a vontade de caminhar, caminhemos na esperança, olhemos para as nossas raízes e continuemos para diante, sem medo. Não tenhais medo”.
É este o caminho que tem sido seguido? A interrogação é lícita e a resposta também: não se tem feito melhor nem sequer se encontrou o caminho para fazer o bem, aquilo que a simplicidade, a simpatia e a humildade do Papa Francisco tem apregoado sem descanso.
Pelo meio, ainda que também com o objetivo de alertar para determinadas situações que vão acontecendo, o Papa Francisco, com propriedade, não deixa passar em claro alguns “espinhos” que foi encontrando ao longo da vida, referindo-se a Todos!
Agora que o Papa Francisco se “despediu”, sem dizer “adeus” a Todos, Todos vão ter a missão de encontrar as velas que possam continuar a iluminar o caminho de Todos e de cada um para levarem ao bem comum. O mais possível!
Das frases disponibilizadas pelo Papa Francisco, devemos recordar algumas para nos ajudar, a Todos, a seguir o trilho do bem-estar de cada um, enquadrado no bem comum que se pretende seja equilibrado e exequível!
“Substituí os medos pelos sonhos, não sejais administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!”
“O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo: quando queremos ajudá-la a levantar-se”.
“Continuai a cavalgar as ondas do amor, as ondas da caridade, sede surfistas do amor.”
“Uma vida sem crises é uma vida assética (…), é como água destilada. Água destilada é uma água sem crises. Não tem sabor a nada, não serve para nada, a não ser para guardar no roupeiro e fechar a porta”.
“Para onde navegais, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios? Para onde ides se, perante o tormento de viver, vos limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar? Penso em tantas leis sofisticadas a esse respeito!”
“Quem ama não fica de braços cruzados, quem ama serve, quem ama corre para servir, corre empenhado no serviço aos outros.”
Leiamos estas frases proferidas ao longo da “eternidade” do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
Tendo presente que “não devemos ter medo de nos sentir inquietos, de pensar que tudo o que possamos fazer não basta. Neste sentido e dentro de uma justa medida ser descontente é um bom antídoto contra a presunção da autossuficiência e do narcisismo”.
Saibamos ter a força para que, cada palavra, cada frase, seja vista de forma positiva.
Só assim seremos melhores, com uma visão global aberta à vida e a Todos … Todos … Todos, recordando ainda que:
“O ser humano é estranho.
Briga com os vivos e leva flores para os mortos;
Lança os vivos na sarjeta e pede um “bom lugar para os mortos”;
Afasta-se dos vivos e se agarra desesperadamente quando estes morrem;
Fica anos sem conversar com um vivo e desculpa-se e faz homenagens, quando este morre;
Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto;
Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o santifica quando este morre;
Não liga, não abraça, não se importa com os vivos, mas se autoflagela quando estes morrem;
Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte e não na sua vida.
É bom repensarmos isto enquanto estamos vivos.”
Princípios tão básicos, comum à grande maioria da população mundial, pelos quais se tenta pugnar no dia-a-dia, isto é, falando com os vivos para que não morram tão depressa! Precisamos de Todos!
Com ética, transparência e integridade!
Três palavras que muito significam para a sociedade – pela sua penetração sócio cultural e desportiva – mas que muitos atores fazem por não entender em qualquer tempo, mesmo que seja no tempo em que o tempo também não corre de feição, mas com muitos a terem tempo para, noutro tempo, “arrefecerem” os pés a outros que, por isso e pelo tempo, não se conseguem segurar no tempo que podiam sorrir!
Mas sorriamos! Estejamos sempre iluminados, ainda que sem tempo para ligar a luz! Continuando com a passagem do testemunho na estafeta da ética para a vida!
Até um dia Papa Francisco! Que a Tua alegria de viver seja a nossa também!