Pela primeira vez, Portugal vai discutir, este sábado, com a Eslovénia, o acesso promocional aos play-off de novembro que abrem portas para os Qualifiers de 2026.
Matilde Jorge e Angelina Voloshchuk ganharam o par do tudo ou nada diante da Áustria, no duelo decisivo da pool D do grupo I da zona Europa/África da Billie Jean King Cup by Gainbridge, a decorrer em Vilnius, na Lituânia, para chegarem a este play-off.
Depois de ter entrado na SEB Arena a ganhar à Letónia, no primeiro embate da fase de grupos, Portugal somou a segunda vitória frente à Áustria (2-1), depois de um par inédito, mas assertivo, graças aos parciais de 6-2 e 6-2 sobre Arabella Koller e Ekaterina Perelygina, adversárias com quem Matilde Jorge e Angelina Voloshchuk, as protagonistas da dupla lusa, jogaram os dois singulares.
Portugal terminou, assim, em segundo no grupo D – Croácia ficou em primeiro – sendo que os dois primeiros classificados de cada uma das quatro pools discutem até sábado os play-off de promoção. Ao segundo classificado do grupo D estava escalonado o vencedor do B, neste caso a Eslovénia, com quem a Seleção joga este sábado.
“Puxem pela malta, a nossa equipa está a crescer! Gostávamos que olhassem para estas jogadoras de outra forma, estamos com uma equipa forte, sólida e com grande futuro pela frente”, rogou a selecionadora nacional Neuza Silva, “muito feliz” após ter visto Matilde Jorge e Angelina Voloshchuk terem dado, no par, o ponto da vitória que colocou Portugal na inédita situação de lutar por um lutar no play-off de novembro e, assim, poder discutir o acesso aos Qualifiers de 2026.
Para já, a manutenção no grupo I da zona Europa/África está assegurada, que era o objetivo primordial, mas a seleção nacional conseguiu mais, após a vitória sobre a congénere austríaca (2-1), esta quinta-feira. “Com o susto que tivemos, ontem [quarta-feira] com a Kika [Francisca Jorge], decidi ir com a Angelina a jogo no singular. Felizmente a lesão da Kika não é grave. Foi mais o susto, mais a inflamação. Já fez exames de manhã e vai estar apta para jogar no sábado contra a Eslovénia”, desdramatizou a capitã.
“A Angelina vinha de um período sem jogar e com pouco ritmo, mesmo assim ainda conseguiu equilibrar o resultado. Teve bastantes oportunidades para passar para a frente no primeiro set, mas não conseguiu converter. No segundo, liderou por 3-1, mas devido à falta de ritmo, cometeu erros que fizeram com que deixasse fugir o encontro”, analisou Neuza Silva sobre o desaire da mais jovem da Seleção diante de Ekaterina Perelygina. “Depois, a Matilde assumiu o primeiro singular e fê-lo muito bem, esteve a um nível altíssimo não deu qualquer hipótese à adversária [Arabella Koller], foi uma partida sem história.”
Os pares “de tudo ou nada” eram “muito importantes para as contas”, uma “autêntica final”, descreveu a selecionadora nacional feminina da BJKC, orgulhosa da dupla apresentada. “Penso que a Angelina e a Matilde nunca tinham jogado juntas. Felizmente, a Angelina tinha um monstro de pares ao lado. Gosto muito de ver a Matilde a jogar pares, ela cresce, adora, é a praia dela e comandou a equipa de forma brilhante”, exultou a técnica. “Estamos muito felizes. São sempre encontros muito duros, física e emocionalmente. Aliás, esta é uma semana exaustiva, mas mesmo com a derrota de ontem mantivemos a cabeça erguida. Sabíamos que hoje seria equilibrado e importante e foi o que fizemos.”
Com um dia de descanso para “recuperar” e “analisar as jogadoras da Eslovénia”, Neuza promete trabalho e deixa um pedido. “Vamos preparar da melhor maneira o embate histórico de sábado. Penso que é a primeira vez que estamos nesta posição, de lutar para ir a um play off destes, vamos fazer tudo para conseguirmos levar o apuramento para casa”, prometeu.