Foram empossados, esta terça-feira, os Órgãos Sociais do Comité Olímpico de Portugal para o ciclo 2025-2029.
Felicitações, votos de confiança do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, e muita esperança num mandato que possa ser marcado pela consecução de bons resultados, marcaram a jornada da equipa liderada por Fernando Gomes – 14º presidente da história do COP – perante uma plateia de três centenas de convidados, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou José Manuel Constantino para enquadrar o desafio que se coloca aos novos Órgãos Sociais do COP, tendo afirmado que “agora é hora da unidade de todos em torno deste novo capítulo da história do Movimento Olímpico em Portugal. Tínhamos um líder. Que começou por ensinar, que depois praticou e foi construindo um capítulo longo, marcando uma boa parte da história da democracia em termos de movimento olímpico. Agora começa outra vez. E por muito bom que tenha sido, e foi belíssimo no futebol, não basta o presidente Fernando Gomes”, sublinhando que “é preciso que dê certo para todos. Porque representa todos no movimento olímpico. E há três anos apenas. Tem de haver um acordo de regime alargadíssimo aos atletas, aos clubes, às famílias, aos meios de comunicação social, ao mundo empresarial.”
Marcelo Rebelo de Sousa definiu um objetivo preciso: “Temos de chegar a Los Angeles e dar um exemplo de espírito olímpico. Próprio do espírito democrático português. Da nossa história dos grandes momentos. Tem de realmente corresponder ao momento histórico que estamos a viver. Temos de ganhar”, desafiou o Presidente da República.
Para o primeiro ministro, Luís Montenegro,” estou convencido que temos fundadas razões para sermos otimistas”, tendo deixado ainda uma mensagem de confiança no futuro do Movimento Olímpico, em Portugal.
“A minha esperança e expectativa é que o ciclo que agora se inicia, de abordagem aos próximos Jogos Olímpicos de Los Angeles, vá culminar na superação, uma das características que o desportista sempre tem como alimento do seu trabalho.” E a convicção de Luís Montenegro está ligada à confiança que tem nos Órgãos Sociais do COP recém-empossados: “Estou convencido que temos fundadas razões para sermos otimistas, porque temos uma equipa diretiva que acabou de ser empossada com muita habilitação.”
O Primeiro-Ministro referiu então as medidas governativas que se preveem possam ser aplicadas ao desporto, ligadas à redistribuição das verbas geradas pelas apostas desportivas. “O ministro dos Assuntos Parlamentares [Pedro Duarte] e o secretário de Estado do Desporto [Pedro Dias] já têm trabalho muito adiantado para a reponderação que farão com o Comité Olímpico das verbas das apostas desportivas”, estando disponível para garantir “maior equidade na distribuição dessas verbas para que todos possam ter a possibilidade de usufruir das receitas provenientes dessas atividades”.
Luís Montenegro informou ainda que o Governo “está a terminar o trabalho de elaboração do Plano de Desenvolvimento do Desporto”, depois do trabalho preliminar já realizado. “Nós éramos um dos três países da União Europeia que não tínhamos esse plano. Já finalizámos a fase da consulta às autarquias, às federações, aos clubes, às universidades, às escolas. Estamos já numa fase de definição final da estratégia e até ao próximo mês de maio será apresentado o Plano de Desenvolvimento do Desporto.”
O novo presidente da Comissão Executiva do COP, Fernando Gomes, invocou José Manuel Constantino para sublinhar o significado que tem para si assumir uma nova posição de liderança. “A honra que sinto por suceder a um dos maiores pensadores da história do Desporto português de sempre, José Manuel Constantino, é proporcional à responsabilidade que tenho de dar vida ao seu legado e à sua visão”, disse.
Fernando Gomes lançou, no seu discurso, um desafio incisivo, depois de ter traçado um contexto de isolamento a que têm sido votados os atletas portugueses. “Que ninguém se esconda: Estado, empresas, comunicação social. Sintamo-nos todos do mesmo lado de um objetivo maior. Para que o silêncio e a solidão de milhares de raparigas e rapazes por Portugal inteiro vá deixando de existir. Para que nos sintam verdadeiramente ao seu lado”, sublinhou
As empresas tiveram uma palavra particular de Fernando Gomes: “Vou procurar-vos a partir de amanhã. Em todas espero poder encontrar uma genuína vontade de se juntar a um movimento único e pioneiro de financiamento aos atletas de alta competição que nos leve a ter em Los Angeles uma equipa mais reconhecida, menos solitária, mais apoiada e mais perto de ganhar.”
O novo presidente do COP referiu a coincidência que foi o COP ter como eleita pela primeira vez na sua história para secretária-geral uma mulher – Diana Gomes – quando também o Comité Olímpico Internacional elegeu pela primeira vez uma mulher como sua presidente em 131 anos de história, Kirsty Coventry.
Falando do papel que Diana Gomes vai desempenhar, disse Fernando Gomes: “É com ela que o Comité Olímpico de Portugal vai também ser maior. E ela é mulher, é portuguesa, é nossa olímpica e será agora uma dirigente das maiores de Portugal. Preciso eu e precisamos todos muito da sua inquietude, da sua energia, da sua persistência e da sua alma de vencer.”
Perante o Primeiro-Ministro e o Presidente da República, o presidente do COP foi claro quanto às próximas necessidades que se colocam ao Desporto: “Precisa de olhar para as suas fontes de financiamento e perceber se elas estão a contribuir para o equilíbrio e competência, ou se estão a aumentar a vertigem que existe entre o futebol e todo o restante universo desportivo de muitos milhares de jovens talentos.” E apresentou um pedido: “Instamos o Governo a criar de imediato um grupo de trabalho que possa de forma rápida e objetiva, analisar o que aconteceu nos últimos oito anos e perceber onde podemos introduzir ponderadores que fomentem uma distribuição mais concorrente com o êxito desportivo.”
Fernando Gomes disse ainda que esta terça-feira informou os presidentes da FIFA, Gianni Infantino, e da UEFA, Aleksander Ceferin, da sua renúncia aos cargos que desempenhava em ambas as organizações. “O Comité Olímpico de Portugal é a partir de hoje a minha vida. A tempo inteiro e em exclusivo. Sem amarras e sem agenda que não seja a de defender os atletas, o olimpismo e o desporto nacional num todo.”
A finalizar, Fernando Gomes focou-se no que vem a seguir. “Sou um dirigente de poucas palavras e focado em objetivos. O mais importante, a partir de hoje, é o rendimento e os resultados. Mas sei, e sabemos todos, que antes de resultados há trabalho, antes de rendimento há consistência”, reforçou. “E se os nossos campeões, os que já foram e continuarão a ser e os que ainda não foram, mas vão ser, se fortalecem em cada momento de sofrimento, nós teremos de estar ao seu nível. Aqui, ninguém baixa os braços, nem vira a cara a dificuldades. Terminou o tempo das palavras, começa agora o tempo da ação. É para esse tempo que convoco todos. Pelo Olimpismo, pelos nossos atletas e por Portugal!”
Os Órgãos Sociais do COP que tomaram posse esta terça-feira são:
Comissão Executiva
Presidente – Fernando Soares Gomes da Silva
Vice-presidente – Domingos da Silva Castro
Vice-presidente – Ricardo Jorge de Azevedo Meneses Machado
Vice-presidente – Vasco Alexandre Pinheiro de Magalhães Costa
Secretária-geral – Diana Duarte Gomes Pedras
Membro – Rosa Maria Correia dos Santos Mota
Membro – Catarina Eduarda Lage Pedrosa Rodrigues
Membro – Miguel Nuno da Cruz Brito Pereira
Membro – Pedro Miguel Santos Farromba
Conselho Fiscal
Presidente – Leandro Rodrigues da Graça Silva
Vice-presidente – Ana Paula Fernandes Borges Monteiro
Secretário – António Pedro Vieira Nunes
Conselho de Ética
Presidente – Tiago Brandão Rodrigues
Vice-presidente – Marina Vinagre Soares da Costa Frutuoso de Melo
Vogal – Duarte Vieira Pestana de Vasconcelos
Vogal – Patrícia José Paiva Matos Pinto Monteiro
Vogal – José Pedro Sarmento de Rebocho Lopes