Domingo 02 de Abril de 8130

Portugal logrou “safar-se” da Dinamarca (5-3) e defronta a Alemanha nas meias-finais da Liga das Nações

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Fernando Correia / CN

Portugal qualificou-se, este domingo, para as meias-finais da Liga das Nações, ao vencer a Dinamarca, em Alvalade, por 5-2 no prolongamento (5-3 no conjunto dos dois jogos), após 3-2 no tempo regulamentar, recuperando da desvantagem de 1-0 da primeira mão.

Num encontro que esgotou o Estádio José Alvalade (47.123 espectadores), o primeiro balde de água fria surgiu logos aos seis minutos, quando, beneficiando de uma grande penalidade, Cristiano Ronaldo – com o olhar num horizonte vazio – fez como que um passe para o guardião Schmeichel que defendeu com a toda a facilidade, criando uma grande “angústia” para o resto da partida.

Tendo-se bem presente que a formação lusa não tinha comprovado a sua categoria no jogo da primeira mão e sabendo-se que os dinamarqueses são portadores de um porte atlético de maior gabarito, muitos terão pensado que os restantes 94’ iriam ser jogados como que em “sofrimento”, mormente porque o capitão da equipa também viu apoderar-se dele um conjunto de nebulosas que o podiam tolher nas questões mentais.

E foi assim que se passou o jogo, porquanto, ainda que apresentando-se no mesmo sistema tático (4x3x3), os dinamarqueses pouco espaço deram à equipa lusitana procurar o golo, tendo a equipa forasteira, numa rara investida da equipa portuguesa, acabado por “oferecer” um golo, depois de Andersen ter introduzido a bola na sua própria baliza, ao tentar aliviar a bola provinda (37’) de um pontapé de canto, que chegou ao segundo poste, onde dois defesas saltaram ao mesmo tempo mas Andersen adiantou-se a cabeceou para a sua baliza, colocando Portugal na posição de vencedor, resultado com que se chegou ao intervalo.

No segundo tempo, os dinamarqueses reagiram ao infortúnio e igualaram (56’) o resultado, com um golo obtido por Kristensen, também no seguimento de um canto, com o defesa a saltar mais alto e a cabecear ante a passividade da defesa e até de Diogo Costa, ainda assim este o menos culpado.

Um quarto de hora depois (72’), Portugal voltou a comandar o resultado, com Ronaldo a fazer o 2-1, numa recarga a uma bola que veio do poste da baliza adversária, por onde tinha seguida por “ordem” de Bruno Fernandes.

Sol de pouca dura porquanto (76’) a Dinamarca voltou a empatar o resultado (2-2) com um golo obtido por Eriksen, depois de um contra-ataque em que os lusitanos foram lentos, com a bola a seguir do lado esquerdo para o lado direito, sem que ninguém da defesa (incluindo o guardião), onde surgiu o médio a mandar para a baliza deserta.

Portugal foi remando contra a maré, mas, ao mesmo tempo, a aproveitar algumas falhas que começaram a surgir na defesa dinamarquesas, com Trincão (86’) a fazer o 3-2, com o pé esquerdo, que levou a bola a entrar junto ao poste esquerdo do guardião escandinavo. Abertas as esperanças para o prolongamento, como se verificou poucos minutos depois.

Logo no primeiro minuto, no seguimento de uma avançada “com ganas”, com a bola a ser rematada para a baliza, onde o guardião Schmeichel, atento, defendeu para o lado, onde surgiu, num ápice, Trincão a fazer a recarga para golo, através de uma diagonal (da bola) que levou o esférico ao fundo da baliza. E Portugal a ver o apuramento mais perto. Mas chegou a troca de campo e houve que mudar as posições.

Entretanto, na sequência de uma jogada dentro da sua área, o guardião dinamarquês ficou menorizado face a uma lesão que o obrigou a jogar muito devagar, o que Portugal aproveitou para (115’) dar o remoque final, ao fazer o 5-2, depois de um golo alcançado por Gonçalo Ramos, depois de receber um passe de bandeja (dourada) para o centro da área onde o atacante luso se colocou para rematar e fazer o golo da confirmação do apuramento, notando-se uma nítida quebra mental e física da formação da Dinamarca, com Portugal a seguir para as meias-finais, defrontando a Alemanha na Liga das Nações.

Pelo que uma pequena parte dos adeptos portugueses se tivessem lembrado, nesta altura, em começar a gritar “olé, olé” como se se estivesse numa tourada.

Há muito para educar! Há muito para se ter ética!

Selecionador Roberto Martinez, ao site da FPF

Roberto Martínez, referiu que “acho que foi um desempenho muito diferente do que fizemos na Dinamarca. Vi uma capacidade para interpretar o jogo, para criar oportunidades, marcar cinco golos não é fácil. Ainda tivemos um penálti, a equipa foi muito inteligente. Fomos superiores. O ambiente na Dinamarca, em Copenhaga, foi muito bom, e hoje o ambiente em Alvalade foi ainda melhor.

Adiantou que “o futebol é uma lição de vida. Não há facilidades. Não é jogar os jogos e ganhar sempre 3-0. A vida é lutar, trabalhar bem, sermos honestos. A equipa mostrou os valores do povo português. Teve muita qualidade em momentos chave. Tivemos 11 jogadores no ‘onze’, com mais cinco que continuaram ao mesmo nível. É a nossa seleção, que nos deixa muito orgulhosos e, agora, na ‘final four’.

Port vs dinamarca_05 (7)

Fernando Correia / CN

Salientou que “não é fácil entrar no espaço da seleção. O Trincão já está a trabalhar muito bem. Quando começou no estágio, em setembro, outubro e novembro. Mostrou, nos treinos, que está preparado, como o Diogo Jota, o Ruben Neves, o [Nelson] Semedo. Acrescentaram, e no futebol moderno é preciso mais do que os 11 em campo. Foi um prazer ver o Trincão marcar e mostrar o talento que tem”.

Concluiu que “estou aqui para ajudar os jogadores. Sinto muita confiança, dos adeptos, do novo presidente. Sinto a confiança de toda a federação. A seleção é dos adeptos, não do selecionador. Estou aqui para ajudar. Não sou um treinador novinho, tenho muita experiência. Estou tranquilo. Quando a equipa perde, é culpa minha, quando ganha, é dos jogadores. O importante é estarmos aqui a lutar pelos objetivos. Hoje, vivemos uma festa, e é isso que, como selecionador, me importa”.

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