Desde o primeiro minuto de jogo que se percebeu que Portugal não apresentava (num sistema de 4x2x3x1) “armas” suficientes para contrariar a possante “montaria” dinamarquesa, tendo-se ouvido, a abrir, um “Ai Jesus” que “encarnou” em Diogo Costa, para evitar um golo que ele próprio tinha provocado ao repor a bola em jogo e ter permitido que o adversário chegasse ao esférico.
Face à pressão inicial dos dinamarqueses, perfeitamente justificada porque jogava em casa e precisava de ganhar, a formação lusa andou em bolandas durante a primeira meia hora, tendo Renato Veiga (24’) jogado a bola com a mão, na grande área, ao desviar um remate de Eriksen, que originou a respetiva grande penalidade. Diogo Costa, com nervos de aço, conseguiu adivinhar o lado e agarrar a bola, atrasando a vantagem dinamarquesa.
Situação voltou a verificar-se, de forma diferente, quando Nuno Mendes (28’) safou outro possível golo com Diogo Costa batido.
Na única oportunidade para marcar, Pedro Neto não acertou com a baliza, mas Portugal manteve o sistema de errar bastante nos passes, feitos de forma lenta e sem que os jogadores se movimentassem rapidamente – o que originou maior posse de bola, mas sem resultados objetivos – esses sim vantajosos para os dinamarqueses, mais afoitos, que só não marcaram mais golos por mera infelicidade (em especial defesas de Diogo Costa).
Rafael Leão teve uma arrancada (33’) pelo lado esquerdo, passou dois defesas e centrou para o segundo poste, de onde a bola retornou para Ronaldo, no centro da área, que cabeceou ao lado do poste, no que foi o melhor lance luso na primeira parte.
Logo de seguida (36’) Diogo Costa voltou a entrar em ação para desviar a bola para canto e evitar outro possível golo, o que se verificou de novo (43’), depois de uma confusão criada na pequena área lusa, com Dalot a tocar na bola e Diogo Costa a agarrar.
Neste primeiro tempo, Portugal teve maior posse de bola (54/46%), mas os remates foram dinamarqueses (13-4, dos quais 4-1 para a baliza), confirmando a apatia quase total da formação portuguesa para rematar ao golo.
No segundo tempo, Rafael Leão entrou com velocidade, mas não deu em nada e Eriksen (50’) voltou a testar Diogo Costa, que conseguiu defender para canto.
No segundo remate à baliza por parte de Portugal (64’), Vitinha chutou ao lado, numa altura em que Nelson Semedo entrou para substituir Nuno Mendes, sem que a “mecânica” melhorasse muito, tendo Diogo Costa (72’) voltado a parar um remate do incansável Isaksen, sempre na brecha.
Continuando a aproveitar a “apatia” da equipa portuguesa, Isaksen rematou forte, mas a bola bateu num defesa luso e saltou por cima da barra.
Pouco depois (76’), Rafael Leão e Renato Veiga são substituídos por Ruben Neves e Gonçalo Inácio, altura em que Hojlund, aproveitando falha de marcação, isolou-se, mas não conseguiu marcar (77’), mas fê-lo um minuto depois, depois de aproveitar o adiantamento do defesa que o “cobria”, rematando forte rente ao poste direito da baliza de Diogo Costa que, desta vez, não conseguir evitar. O melhor jogador português em campo não merecia este “castigo”.
Olsen (90’) ainda rematou à malha lateral da baliza de Diogo Costa e Pedro Neto (90+5’) chutou em arco para uma boa estirada de Schmeichel, que evitou o golo do empate.
Com 23-8 em remates, dos quais 9-2 para a baliza, a Dinamarca fez-se vencedora e Portugal, ainda que tenha tido maior posse de bola (56/44%) não teve arte para se tornar superior.
Resta agora “retificar” o resultado em Lisboa (domingo, no Estádio José Alvalade) para tentar a vantagem suficiente para chegar à “final four” da Liga de Nações’2025. Um Jogo de “tudo ou nada”.
Nos outros encontros dos quartos de final, realizados esta quinta-feira, a Alemanha foi vencer a Itália (2-1), a Holanda e a Espanha empataram (2-2) e a Croácia recebeu e venceu a França (2-0), que farão o jogo da segunda mão também no domingo.
Em declarações ao site da FPF, Roberto Martinez, selecionador nacional, referiu que “foi a nossa pior exibição nos últimos dois anos, sem dúvida. Não tem a ver com o plano. Acho que, durante o jogo, não fizemos o que tínhamos de fazer para jogar com o ambiente, a agressividade da Dinamarca. Precisamos de jogos assim. Uma paragem de cinco meses, não entrámos com intensidade, a pressão da Dinamarca foi muito eficaz. Seria muito fácil para nós jogar bola longa e não tentar melhorar como equipa. Sofremos durante momentos. Acho que o Diogo Costa deu uma oportunidade para ir à 2ª parte com confiança, acreditar, e com o apoio dos nossos adeptos vamos para o próximo jogo”.
Salientou ainda que “houve falta de intensidade, não ganhámos duelos, não antecipámos as zonas que a Dinamarca gosta de explorar, faltou o facto de não perder a bola em situações desnecessárias, faltaram linhas de passe. Faltou uma sintonia necessária. A atitude foi fantástica, mas o nosso desempenho não esteve ao nível que esperamos. Os jogadores estão focados em aproveitar o apoio de Alvalade para terminar o que temos de fazer”.
Adiantou também que “foi um jogo fora de casa, e agora é tentar reagir ao que a equipa da casa vai fazer. Somos uma equipa que precisa de controlar o jogo, ser agressivos, olhar para a baliza, tentar marcar golos. E faltou isso. A Dinamarca esteve muito bem organizada e com uma ideia clara: ataques rápidos, colocar quatro ou cinco jogadores na zona central, e nós chegámos tarde nos duelos. Mas a atitude e a intensidade defensiva individual, as ações do Renato, do Rúben, do Diogo Costa, permitem-nos ainda estar numa posição para poder lutar no segundo jogo”.