O Partido Comunista Português (PCP) realizou o seu 22.º Congresso, no Complexo Municipal de Desportos “Cidade de Almada”, o primeiro de Paulo Raimundo enquanto secretário-geral do partido, saiu um comité central mais reduzido, 125 membros contra os 128 atuais -, mais jovem (a média de idades passa dos 49 consagrados em 2020 para os 48) e terá mais mulheres (a proporção aumenta de 27,3% para 30,4%).
Este foi o congresso que “ não é o momento para desânimos e, àqueles que perdem esperança, lhes dizemos olhos nos olhos: olhem para este Congresso, confiem neste partido e juntos, ombro a ombro, vamos resistir, vamos acumular forças e vamos criar condições para avançar e para crescer.” disse secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, no encerramento do congresso.
Este foi o congresso que trouxe a igreja às bancadas em Almada, com o bispo de Setúbal, Américo Aguiar, presente “ “Estou aqui, hoje, como amanhã poderei estar no congresso do Chega, do PSD, do PS, do Bloco de Esquerda, da Iniciativa Liberal ou do PAN. Acho que não esqueci nenhum” acrescentando ainda “tudo aquilo que signifique proximidade em relação aos problemas reais das pessoas, das famílias e dos trabalhadores, independentemente do partido”, é importante para o trabalho da Igreja Católica.
Outras intervenções no congresso de Almada…
“Um embate e um confronto que não se compadece nem admite que se fique em cima do muro.”
“Temos consciência plena das nossas dificuldades, certamente não faremos sempre tudo bem, e estamos longe de enterrar a cabeça na areia.”
“Aproveitemos esta experiência para tomar a iniciativa e intensificar a preparação das próximas eleições autárquicas. Façamos das eleições autárquicas uma grande jornada de contacto e mobilização popular”
Paulo Raimundo
“O Governo anunciou uma pomposa agenda de combate à corrupção. É muita parra e pouca uva.”
António Filipe, deputado
“Todos os dias, a vida comprova, como é negativa para os trabalhadores e o povo a redução do número de deputados comunistas. São precisos mais para defender quem trabalha e vamos ter mais. E até lá, vamos lutar com todas as nossas forças.”
Paula Santos, líder parlamentar
“Queriam-nos derrotados e em debandada, mas encontraram-nos firmes e unidos. Queriam-nos calados, encolhidos e isolados, mas encontraram-nos inconformados, determinados, a apontar o caminho ao encontro das massas.”
João Oliveira, eurodeputado
“Num tempo de soluções fáceis, prontas a servir ao virar da esquina, não nos podemos iludir: esta política que transformará profundamente a situação económica e social, pressupõe ela própria, para se realizar, uma alteração substancial da atual situação política.”
João Ferreira, dirigente do PCP
“O que a História nos diz é que o PCP, perante as maiores das dificuldades e adversidades que enfrentou, encontrou sempre força para se erguer e avançar e cumprir os seus compromissos com os trabalhadores e o povo.”
Jerónimo de Sousa, ex-secretário-geral
“Agimos com a força e influência que temos, com o partido que somos, com as suas imperfeições, e com a força notável que constitui, e é também isto que alargará a sua influência e tornará o partido mais forte.”
Francisco Lopes, dirigente do PCP
Com base nos documentos oficiais distribuídos aos jornalistas no XXII Congresso do PCP, o partido tem atualmente 47.612 membros, menos 2.348 do que em 2020, quando tinha 49.960, segundo o Partido Comunista Português resulta do facto de o número de novos militantes não ter em número suficiente para equilibrar ou ultrapassar ensado aqueles que deixaram de ser membros do partido, referência particular para aqueles que faleceram.Novos militantes agora 3.452 , mais que entre 2016 e 2020, quando foram 3.245 militantes.