No quadro da comemoração dos 40 anos da conquista, por Carlos Lopes, da primeira medalha de ouro olímpica para Portugal, o município de Lisboa prestou homenagem aos atletas olímpicos que representaram os clubes da capital do país, evento que decorreu na Pista Municipal Professor Moniz Pereira neste sábado.
No primeiro ato, foram descerradas as placas com os nomes de todos os atletas (na ordem da centena e meia) que, desde 1912 e até este ano, vestiram a camisola de Portugal nos Jogos Olímpicos, com destaque para Carlos Lopes e que imortaliza os heróis que representaram Portugal em diferentes disciplinas do atletismo,
O antigo atleta do Sporting Clube de Portugal (SCP) conquistou a medalha de prata nos 10 000m em Montreal, em 1976 e, oito anos mais tarde, em Los Angeles, a primeira medalha de ouro olímpica para Portugal.
Nomes como: Nélson Évora, (ouro em 2008); Pedro Pichardo (ouro em 2020 e prata em 2024); Francis Obikwelu (prata em 2004); Patrícia Mamona (prata em 2020); António Leitão (bronze em 1984), e Rui Silva (bronze em 2004), estão entre os atletas olímpicos, de sete clubes de Lisboa, que representaram Portugal em 23 edições dos Jogos Olímpicos.
“Estes atletas não apenas competiram: eles carregaram consigo os sonhos e esperanças de toda uma nação, e por isso, merecem nosso mais profundo respeito e admiração”, afirmou Ângelo Pereira, vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa.
As placas de homenagem descerradas são “um tributo ao esforço, à perseverança e ao espírito de superação que cada um desses atletas representa”, acrescentou, a encerrar os breves discursos alusivos, depois de terem usado da palavra o presidente da Associação de Atletismo de Lisboa, Luís Jesus, que salientou que “o Carlos Lopes foi o meu ídolo e por causa dele dediquei-me a esta modalidade, com muito gosto”, enquanto Domingos Castro, o novo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo que referiu ter sido “por causa de Carlos Lopes que me dediquei à modalidade. Ainda que não tenha conquistado qualquer medalha olímpica, tive oportunidade de integrar a mesma equipa do Sporting e lutar pelo atletismo nacional”, tendo acrescentado que “ainda que seja conotado com o Sporting, a partir de agora terei de ter bem presente que sou o presidente de todos os atletas”.
Artur Lopes, presidente do Comité Olímpico de Portugal, salientou que “toda a carreira de Carlos Lopes teve um significado especial face ao impacte que teve no país, no que foi o primeiro passo para que Portugal chegasse mais longe, mais alto, mais rápido aos lugares do pódio, a todos os níveis, como aqui foi referido. Tudo foi histórico, faz parte da história do país e não pode ser olvidado!”
Na cerimónia, o Professor Mário Moniz Pereira, um dos maiores símbolos do desporto nacional, também foi recordado pela enorme capacidade de trabalho, de conhecimento científico e resiliência, se tivermos em consideração que esperou 39 anos para ganhar a “aposta” de que queria “treinar um atleta que fizesse subir a bandeira nacional ao mais alto mastro do pódio olímpico e ouvir o hino nacional”. Carlos Lopes foi o mais capaz e “selou” o desejo do Senhor Atletismo.
No segundo passo, foi inaugurada, numa sala do edifício de apoio à Pista Municipal Moniz Pereira, a Exposição alusiva aos 40 anos da conquista da primeira medalha olímpica de ouro, por parte de Carlos Lopes, onde se destacam alguns dos maiores êxitos alcançados da vida e obra do atleta nascido no concelho de Viseu.
Parte da família do atletismo lisboeta, no qual se incluíram vários atletas olímpicos – José Carvalho, Dionísio Castro, Fernando Mamede, Paulo Guerra, Armando Aldegalega e outros – estiveram presentes e o convívio foi salutar.