Foi em 12 de agosto de 1984 que Carlos Lopes mostrou, título após título, ano após ano, que estava preparado para cumprir o sonho delineado com o Senhor Atletismo, Mário Moniz Pereira, num acordo selado verbalmente e que valeu como lei até ao referido dia.
Quando o rapaz provindo de Vildemoinhos (Viseu) controlou os mais de 40 km das avenidas da cidade de Los Angeles (Estados Unidos da América) para entrar triunfalmente no Estádio Olímpico, ser ovacionado ao longo dos últimos quinhentos metros da corrida e agradecer, na linha de chegada, a Deus por se ter consagrado no primeiro campeão olímpico da História de Portugal.
Dia que foi de Glória para Carlos Lopes e para Portugal, que deu “colo” ao primeiro campeão olímpico da história do desporto neste “cantinho europeu à beira-mar plantado”.
Desde 1967, quando ingressou no Sporting Clube de Portugal e se colocou sob as ordens do Mestre Moniz Pereira e até chegar ao ouro olímpico, Carlos Lopes foi colecionando situações inéditas, como o conquistar o primeiro título mundial de corta-mato (1976), chegar à primeira medalha olímpica (prata) nos 10.000 metros (no mesmo ano) – entre outros – e conquistar o ouro olímpico (1984).
Um percurso de duas décadas sempre em progressão para se consagrar como o melhor atleta (masculino) português de todos os tempos, que agora estão vertidos em dois livros promovidos pelo Comité Olímpico de Portugal e que vão ser apresentados na próxima terça-feira (dia 12), a partir das 18 horas, no Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, edifício cedido pela Câmara Municipal de Lisboa para o efeito.
Quarenta anos e três meses passados, Carlos Lopes vai receber mais uma homenagem para recordar todos os dias para os muitos que quererão ler, analisar e estudar uma carreira de alto rendimento a todos os níveis e também o Senhor Atletismo, o Prof. Moniz Pereira, o par que, em segredo, planearam o acordo para o atleta chegar ao primeiro lugar do pódio dos Deuses do Olimpo.
Para eles – e como Carlos Lopes confirmou nesta quarta-feira, a Fátima Campos Ferreira, no programa “Primeira Pessoa”, na RTP1 – o sentimento de que “vou ganhar, vou ser campeão olímpico” esteve sempre presente e ninguém o poderia impedir. Como se viu. E com uma visita inopinada ao gabinete do Presidente dos Estados Unidos da América, Ronald Reagan, outro feito único para um atleta português. Tal a consideração que os americanos tinham pelo povo português.
A sessão de apresentação decorrerá a partir das 18 horas, com as obras a serem apresentadas por Luís Marques Mendes, com os autores – os jornalistas desportivos António Simões e Rogério Azevedo – a dar conta do teor de cada livro.
Evento que terminará com as palavras do campeão olímpico Carlos Lopes.
