DR/ CPP
Com a Missão Portuguesa aos Jogos Paralímpicos de Paris’2024 a pisar o solo francês “são e salva”, completou-se mais um passo da caminhada da equipa lusa para uma atuação ao mais alto nível e que tenha a felicidade de obter os melhores resultados possíveis.
Ambientados à Cidade Luz desde a noite passada, os atletas lusitanos começaram, desde logo, a aclimatarem-se ao ambiente que se vive na aldeia olímpica, para onde convergem cerca de 4.400
atletas de 168 países, o que é um número recorde, estreando-se mais três nações.
Quanto aos portugueses, Beatriz Monteiro experimentou o badminton muito jovem na escola. Um professor disse-lhe que ela tinha talento para a modalidade e daí até à ribalta foi um curto passo.
A pequena Beatriz teve a sua estreia além-fronteiras no torneio internacional de Dublin com uma medalha de bronze. Em Tóquio 2020 foi a atleta mais jovem da Missão Portuguesa (apenas 15 anos!) e brilhou ao conquistar um brilhante 5° lugar.
Em 2023 assegurou o bronze nos Campeonatos Paralímpicos Europeus e prepara-se para dar tudo de si em Paris 2024.
Para Além de Atleta, Beatriz é estudante. Abdicou de muito, e até da proximidade à família, para ir viver para as Caldas da Rainha e treinar com a elite nacional.
Para Além de Atleta, Beatriz é sonhadora. E luta todos os dias pelos seus sonhos, que ficam em segredo até serem concretizados.
Carolina Duarte apaixonou-se desde cedo pelo atletismo. Chegou a ser internacional por Portugal na vertente regular, até que a baixa visão a levou para a dimensão paralímpica e foi aí que encontrou a glória.
Competiu nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e foi Campeã da Europa em 2018 e Vice-Campeã do Mundo em 2019. O destino fazia prever grandes conquistas para Tóquio 2020, mas a bênção da maternidade deu a Carolina novos e belos desafios que a afastaram de terras nipónicas e a aproximaram da família.
Carolina Duarte regressou à elite desportiva pouco tempo mais tarde com as medalhas de prata nos Campeonatos do Mundo de Atletismo de 2023 e 2024, nos 400 metros T13, e vai encarar Paris 2024 com o estatuto de vice-campeã do mundo e recordista da Europa.
Para Além de Atleta, Carolina Duarte é mãe e mentora, revelando especial prazer por inspirar pessoas através da partilha da sua história.
Um número recorde de delegações e mulheres competirão nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, segundo anunciou o Comité Paralímpico Internacional (IPC).
Com os números finais ainda a serem totalmente confirmados devido à medida em que as equipas vão chegando ao país, Paris 2024 contará com cerca de 4.400 atletas de um recorde de 168 delegações.
Esse número inclui 167 Comités Paralímpicos Nacionais, uma equipa Paralímpica de Refugiados composta por oito integrantes e até 96 Atletas Paralímpicos Neutros (NPA) (88 da Rússia e 8 da Bielorrússia).
O número de 168 delegações para Paris 2024 supera o recorde anterior de 164 dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 e Tóquio 2020. O maior número anterior de atletas em Jogos Paralímpicos foi de 4.393 de Tóquio 2020.
Eritreia, Kiribati e Kosovo farão a estreia paralímpica na capital francesa.
Competindo em 549 eventos de medalhas em 22 desportos, os 4.400 atletas provavelmente incluirão um recorde de 1.983 mulheres. A nova proporção recorde (45%) supera o melhor anterior de 1.846 (42%) estabelecido em Tóquio 2020 e é mais que o dobro das 988 atletas femininas que se alinharam em Sydney 2000.
Além de um número recorde de competidoras femininas, Paris 2024 contará com mais eventos de medalhas para mulheres do que nunca. Os 235 eventos para mulheres são oito a mais do que os disputados em Tóquio 2020.
“O IPC está constantemente a esforçar-se para se envolver com os seus membros para promover o Movimento Paralímpico, pelo que atingir um número recorde de delegações competidoras e atletas femininas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 é uma notícia fantástica” – salientou Andrew Parsons, presidente do Comité Paralímpico Internacional.
“Todo o crédito deve ser dado aos Comités Nacionais e às Federações Internacionais pelos esforços extraordinários que tem feito, em particular aos três novos países que farão sua estreia paralímpica na capital francesa.
“Ter 168 delegações nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 representa um crescimento de 24% em relação às 135 nações que participaram dos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, pelo que estar tão perto de atingir a paridade de género apenas 64 anos após os primeiros Jogos Paralímpicos é um progresso rápido.
“O mais impressionante é que, ao mesmo tempo em que o número de delegações competidoras cresceu, também cresceu o número de atletas femininas e a qualidade do desporto e da competição.
“Estou confiante de que Paris 2024 serão os melhores Jogos Paralímpicos até agora em termos de desempenho atlético e níveis de competição em todos os 22 desportos.
“Desde 2016, o IPC investiu milhões de euros a cada ano em programas de desenvolvimento dos Jogos Paralímpicos, com as organizações membros, com foco real em aumentar a participação feminina em todos os níveis. Esses esforços, somados ao excelente trabalho dos Comités Nacionais e Federações Internacionais, estão a dar resultado” – referiu ainda Andrew Parsons.
A China, que lidera o quadro de medalhas em todos os Jogos Paralímpicos desde Atenas 2004, ostenta a maior delegação, com 282 atletas (124 homens e 158 mulheres).
Com 255 atletas (138 homens, 117 mulheres), o Brasil tem a segunda maior delegação, seguido pela França, país anfitrião, com 237 atletas (155 homens e 82 mulheres). Pela primeira vez na história, a França estará representada em todos os 22 desportos.
A equipe francesa ostenta 82 mulheres, o maior número que já enviou para os Jogos Paralímpicos e mais que o dobro das 37 mulheres que competiram em Tóquio 2020. A atleta mais jovem da equipe francesa é Marie N’Goussou, de 15 anos, no atletismo paralímpico.
Os EUA contarão com 220 atletas (110 homens e 110 mulheres), enquanto a Grã-Bretanha terá 201 (109 homens e 92 mulheres).
Trinta e cinco Comités Nacionais ostentam um número recorde de atletas femininas para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, enquanto 27 têm mais atletas femininas do que atletas masculinos.
Para-tiro, Para-atletismo, Para-badminton, Para-canoagem, Para-ciclismo, Para-hipismo, Para-judo, Para-levantamento de peso, Para-remo, Tiro Para-esportivo, Para-natação, Para-taekwondo, Para-triatlo, Para-tênis de mesa e cadeira de rodas rugby – tem mais atletas femininas competindo em comparação com Tóquio 2020.
Para equestre (17 homens/61 mulheres) e levantamento de peso paralímpico (89 homens/90 mulheres) têm mais competidoras do que homens, enquanto badminton paralímpico, goalball, remo paralímpico e basquete em cadeira de rodas atingiram paridade de gênero.
Boccia (68 homens/57 mulheres), judo paralímpico (79 homens/68 mulheres), taekwondo paralímpico (61 homens/60 mulheres), triatlo paralímpico (66 homens/55 mulheres), vólei sentado (96 homens e 91 mulheres) e esgrima em cadeira de rodas (49 homens/48 mulheres) estão quase em paridade de gênero.
O para-atletismo contará com o maior número de competidores (1.135 atletas que disputarão 164 eventos de medalha), a natação paraolímpica é o segundo maior desporto, estrelando 608 atletas que competirão em 141 eventos de medalha. O ténis de mesa paraolímpico tem o terceiro maior número de atletas, com 281 que competirão em 31 eventos de medalha.
Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 iniciam-se na quinta-feira (dia 28 de agosto), com a cerimónia de abertura e decorrerão até 8 de setembro, dia marcado para a cerimónia de encerramento e passagem da bandeira paralímpica para a cidade (Los Angeles) que organizará a edição de 2028.
