Depois de estar a perder por 3-0 aos vinte e cinco minutos de jogo, o FC Porto soube ir à procura da “sorte” para dar a volta ao resultado – no prolongamento que se seguiu ao período formal de noventa minutos – e aproveitar um recém-entrado para chegar ao 4-3, ante um Sporting que, de aguerrido, passou a apático, muito por culpa do guardião Kovacevic que permitiu o incrível golo do triunfo portista.
Entrando a jogar com pressão alta, a formação portista depressa deu a entender que “queria” chegar depressa aos golos, para ganhar vantagem e correr atrás da conquista da 24ª Supertaça – como se comprovou no final – ante um Sporting que também tinha a vontade férrea de entrar a nova época oficial a ganhar, ainda que logo se percebeu que a situação se podia complicar se as defesas suplantassem os ataques, como também se verificou.
O que levou ao resultado de 4-3 (sete golos num desafio), o que, por norma, não é muito normal, sob todos os pontos de vista.
Isso porque (4’) Namaso ousou rematar de forma a fazer um “chapéu” ao guardião leonino Kovacevic, que se adiantou da baliza, mas a bola passou dois centímetros acima do travessão.
Ainda que com uma ligeira vantagem no domínio das estatísticas, o Sporting teve a felicidade de tentar ser mais rápido, lançar ataques pelo lado esquerdo, com o endiabrado Quenda sempre na operacionalização, tendo conseguido o 1-0 (6’) por intermédio de Gonçalo Inácio, que respondeu de “rompante” a uma bola endossada a meia altura e cabeceou para golo.
Com o “gás” em descarga, aproveitaram os leões para chegar (9’) ao 2-0 com relativa facilidade, numa jogada quase a papel químico, quando Gyokeres recolhe a bola a meio-campo, bateu o defesa portista José Pedro em velocidade e chegou à linha final para atrasar o esférico para a zona da marcação da grande penalidade, onde surgiu Pedro Gonçalves a rematar à vontade, com Diogo Costa a ser traído pela trajetória da bola, que bateu num colega e foi anichar-se na baliza.
De vento em popa e partindo da vantagem territorial que tinha conquistado, Gyokeres voltou a internar-se até à linha final, fez a assistência para a área e diretamente para Quenda, que chegou depressa à bola e rematou com o pé esquerdo, de forma “enrolada”, fazendo o 3-0 (24’) que fez calar a claque portista.
Quenda, que foi o jogador mais novo a estrear-se na competição (com 17 anos e três meses), “mexeu” com tudo no decorrer do primeiro tempo, onde o FC Porto não teve espaço, nem velocidade de “ponta” para impedir os leões com tanta “fome” de golos. E encheram o estômago!
Mas esqueceram-se que era preciso manter a liderança global.
Não o fizeram e (28’) o FC Porto respondeu de forma acertada – numa “desacertada” defesa leonina, com Debast a fazer um corte de bola para a sua baliza, com Galeno a ser mais rápido do que Kovacevic e chegar primeiro à bola para se antecipar ao guardião leonino, de novo mal batido por reatividade lenta e fazer o 3-1.
Com uma posse de bola de 54/46% para os leões, num empate de remates (6-6), dos quais 3-2 para a baliza, a primeira parte decorreu de forma equilibrada, menos nos golos, onde os leões foram mais eficazes.
No segundo tempo, com os leões algo “satisfeitos” pela vantagem, os portistas entraram para dar a volta ao marcador e Nico Gonzalez (64’) foi o primeiro a fazê-lo (depois de os portistas terem feito algumas substituições), depois de receber a bola na zona central no meio da área, rematando sem oposição e com o guardião leonino a reagir tarde de mais.
Dois minutos depois (66’) o FC Porto chegou ao empate (3-3) com novo golo de Galeno, com a bola a ser conduzida por Eustáquio pelo lado direito, tendo batido Quenda no sprint e centrado para o miolo da grande área onde Nico surgiu rápido e a rematar pela certa, depois da defesa leonina não estar atenta aos movimentos verificados.
Na passagem do 70º minuto, Quaresma foi puxado pela camisola por um defesa portista, o árbitro nada assinalou do jovem sportinguista foi reclamar, para ser amarelado, porque, pela nova lei, não pode falar e muito menos reclamar junto do árbitro, aliás como Ruben Amorim também o foi.
Fran Navarro ainda teve (87’) oportunidade para desempatar, mas, desta vez, Kovacevic estava atento e defendeu “à queima” por cima da barra. O prolongamento veio a seguir.
Ainda que com jogado a uma velocidade razoável, os trinta minutos (repartidos em duas partes) não tiveram grandes jogadas de primor, mas sentia-se um Sporting mais cansado do que os portistas, o que se confirmou na segunda parte e que originou o quarto golo do FC Porto, de novo com Kovacevic a ter uma nota não positiva.
Ivan Jaime (101’), foi chamado, pela direita, para rematar, com a bola mais ou menos “enrolada”, com o esférico a bater num defesa leonino e subir até à altura na barra, na direção do guardião leonino, que não conseguiu desviar a bola por cima da barra, mas, antes, deixou-a entrar na baliza, cumprindo-se o 4-3 para o FC Porto. Para quem é alto, exigia-se um melhor posicionamento na linha de baliza.
O tempo esgotou-se e o os portistas conquistaram a 24ª Supertaça (o Sporting tem 9), com Galeno a ser considerado o homem do jogo e premiado por isso.
De saudar o gesto dos jogadores e técnicos das duas equipas, que abriram alas quando se deslocaram para o pódio para receberem os prémios devidos – um ato eticamente de aplaudir – ao contrário de outros responsáveis que não o fizeram.
Será, por certo, interessante conhecer os comentários que se vão seguir sobre este encontro onde a Supertaça foi o tema principal.
E para a semana aí está a abertura da Liga Portugal para se iniciar mais uma época, na procura do campeão 2024/2025!