Pouco a pouco, dia a dia, os atletas portugueses que se encontram a representar o país nos Jogos Olímpicos de Paris’2024 vão acertando o “azimute” com os objetivos traçados à partida, com Gabriel Albuquerque a conquistar o sexto Diploma para Portugal.
Em mais um momento inédito para o desporto luso, Albuquerque, em estreia, conseguiu um extraordinário quinto lugar na prova de qualificação para o Trampolim (Ginástica), tendo sido apurado para a final, que se realizou cerca de uma hora depois entre os oito apurados.
O 5º lugar na final foi o melhor resultado de sempre para Portugal nesta disciplina.
Gabriel Albuquerque competiu pela primeira vez no maior palco desportivo do mundo aos 18 anos e mostrou-se a alto nível.
Na série da final pontuou 59.740, superando a melhor classificação em Jogos Olímpicos que pertencia a Nuno Merino (6º) desde Atenas 2004 e que mesta sexta-feira acompanhou a prova.
Para chegar à final, Gabriel Albuquerque ultrapassou com distinção as qualificações, em que também foi 5º (59.750).
Ivan Litvinovich revalidou o título olímpico de Tóquio 2020, pontuando 63.090. Os chineses Zizai Wang (61.890) e Langyu Yan (60.950) completaram o pódio.
Gabriel Albuquerque salientou que “apesar de saber que sou ainda melhor que isto, é bom saber que já agarro um recorde a sair da minha primeira prova olímpica e isso é incrível. É difícil lidar com as emoções à flor da pele, às vezes deixamo-nos levar, é difícil fazer a série bem. Não foi o caso, acho que consegui lidar muito bem com as minhas emoções. [O 5.º lugar] soube-me a pouco porque sei que sou melhor que isto, mas não podia ter desfrutado mais deste momento”.
A dupla de dinghy misto (470) Diogo Costa e Carolina João estreou-se esta sexta-feira, somando no final de duas regatas 23 pontos e ocupando o 11º lugar.
Eduardo Marques em dinghy masculino (ILCA7) completou mais duas regatas, seguindo no 9º da geral com 31 pontos.
No atletismo ainda, Irina Rodrigues garantiu esta sexta-feira a presença na final olímpica do lançamento do disco, ao registar a 10ª melhor marca entre as 32 atletas que disputaram a qualificação no Stade de France.
A atual recordista nacional (66,60) fez o melhor lançamento a 62,90, num dia em que apenas seis concorrentes conseguiram a marca de apuramento direto, fixada nos 64 metros, sendo a primeira a norte-americana Valarie Allman, atual campeã olímpica, que lançou 69,59 logo à primeira.
Irina Rodrigues salientou que “é um sonho tornado realidade esta presença na final olímpica, num ano muito bom. O meu treinador sempre me disse: ‘Semeia filha, semeia, para depois poderes colher’. Estou muito feliz.”
Liliana Cá acabou por ficar fora da final por apenas dois lugares, uma vez que foi 14ª, com 62,43, tendo a última a garantir a passagem, a alemã Marike Steinacker, lançado 62,54.
No lançamento do peso, nem Tsanko Arnaudov nem Francisco Belo passaram à final. Arnaudov foi o 16º – qualificavam-se doze – com 20,31, ao passo que Francisco Belo realizou três ensaios nulos e não se classificou. O apuramento fechou nos 20,81.
Por seu lado, Diogo Ribeiro encerrou a participação na natação no 20º lugar nas eliminatórias dos 100 metros mariposa, com 51,90, tendo sido o 6º na terceira série.
O apuramento para as meias-finais fechou nos 51,62 conseguidos em situação de empate, no 15º lugar, pelo japonês Naoki Mizunuma e pelo francês Clement Secchi, tendo o mais rápido sido o húngaro Kristof Milak.
Tendo conquistado dois títulos mundiais na presente época, quando chegou ao apuramento para os Jogos, Diogo Ribeiro como que se “esfumou” nas “brumas da memória” e não teve sorte, não dominou a ansiedade quando na piscina e acabou por ser eliminado nas provas em que participou, parecendo ser necessário analisar a situação com cuidado, porquanto não se esperava que passasse tão despercebido como se verificou, pese embora o “ambiente” tivesse estado carregado, num dia inolvidável para a natação mundial.
Quando dos títulos mundiais por ele alcançados, verificou-se uma superação pouco comum e não se sabe o que se passou até aos dias de hoje, cargas excessivas de treino? Criadas expetativas acima da “mente”? Redução da carga de treino não controlada? Questões de ordem física e anímica? E outras?!
Será bom analisar, desde já, as causas que deram origem a este abaixamento, tão rapidamente, para evitar eventuais “macacos no sótão”!
Na abertura do calendário do Atletismo – sem dúvida a modalidade rainha dos Jogos Olímpicos (como se provou com o Estádio Olímpico a ter estado a abarrotar de espetadores) – Isaac Nader qualificou-se para as meias-finais dos 1500m, com 3.35,44, o sexto tempo do conjunto das três séries das eliminatórias.
No primeiro dia de competições de Atletismo, no Stade de France, o atleta da Equipa Portugal foi 6º na série 2, na qual correu o mais rápido do dia, o etíope Ermias Girma, que fez 3.35,21.
No Judo, Rochele Nunes foi derrotada pela bósnia Larisa Ceric na ronda de 16, com um “ippon” por estrangulamento, e terminou a categoria de +78kg no 9º lugar.
No primeiro combate, Rochele derrotou, por acumulação de castigos, a turca Sarra Mzougui.
Voltando ao atletismo, Mariana Machado foi esta sexta-feira a 11ª classificada na 1ª série das eliminatórias dos 5000m femininos, com o tempo de 15.23,26, ficando fora das apuradas para a final (as oito primeiras de cada uma das duas séries). No conjunto das duas séries foi a 28ª entre 40 participantes.
A queniana Faith Kipyegon (14.57,56) fez o melhor tempo – vencedora da série da atleta portuguesa, sendo a última apurada a venezuelana Joselyn Brea, com 15.02, 75.
Quarenta anos depois da estreia da sua mãe, Albertina Machado, em Jogos Olímpicos (Los Angeles 84), foi a vez de Mariana Machado competir pela primeira vez como olímpica, tendo referido que “foi especial. Tenho pena que a corrida tenha sido tão tática, porque eu estou numa boa forma, a valer o meu recorde pessoal (15.05,77). Estive aqui entre as melhores do Mundo, mas não ainda entre as melhores das melhores do Mundo. Espero voltar”.
Na primeira eliminatória dos 100 metros, Lorene Bazolo foi 44ª classificada com o tempo de 11.38s, tendo a última apurada para as meias-finais registado 11.30s.
O quadro de provas para os portugueses para este sábado é o que aqui se apresenta
China continua a comandar o medalheiro
A China, com 31 medalhas conquistadas (13 de ouro, 9 de prata e 9 de bronze) continua a comandar o medalheiro dos Jogos Paris’2024, tendo a França subido à segunda posição, com 36 (11-12-13) e a Austrália ao 3º lugar, com 22 (11-6-5), enquanto os Estados Unidos da América desceram à quarta posição, com 43 (9-18-16) e a Grã-Bretanha desceu ao quinto posto, com 27 (9-10-8).
Portugal encontra-se na 51ª posição, com a medalha de bronze alcançada pela judoca Patrícia Sampaio, com 52 países contabilizados com medalhas conquistadas.