O desporto individual continua a marcar presença forte nos Jogos Olímpicos de Paris’2024, tendo conquistado, esta quarta-feira, mais três Diplomas, o que perfaz quatro com o primeiro alcançado pelo ciclismo (Nelson Oliveira), que Vasco Vilaça (5º) e Ricardo Batista (6º) no Triatlo, e Inês Barros (8ª no Tiro com Armas de Caça) consagraram.
Um dia depois do inicialmente previsto, os dois atletas entraram para a prova de Triatlo, com os portugueses a saírem do primeiro segmento – 1500 metros de natação – em conjunto, Vasco Vilaça em 26º e Ricardo Batista em 27º. Os 40km de bicicleta foram de recuperação para os portugueses que conseguiram trabalhar para colar ao grupo da frente. Na segunda transição, da bicicleta para a corrida, 32 atletas passaram separados por apenas nove segundos, com os dois portugueses bem posicionados no grupo que iria decidir os lugares da frente.
Os 10km de corrida decidiram a classificação final com quatro atletas a distanciarem-se e os portugueses a conseguirem isolar-se dos restantes num sprint até cortar a meta. A vitória foi para o inglês Alex Yee (1h43m33s) que ultrapassou nos metros finais o neozelandês Hayden Wilde (mais seis segundos), ficando o bronze para o francês Leo Bergere (+10). O também francês Pierre le Corre foi 4º e os portugueses terminaram, respetivamente, com mais 23 e 25 segundos que o vencedor.
Vasco Vilaça salientou que “acreditei até ao último momento, nos últimos 5km dei tudo o que tinha para tentar chegar à frente e para o fazer tive de dar mais do que o que tinha. Fui até ao limite, o meu grande objetivo era trazer uma medalha para Portugal. Mas é a minha primeira experiência olímpica e há muito para aprender e o 5º lugar é espetacular”.
Ricardo Batista referiu que “estou sem palavras para este resultado. Eu tinha expectativas ambiciosas para esta prova, mas conseguir concretizá-las foi a cereja no topo do bolo. Fizemos a prova de trás para a frente e acabarmos os dois juntos é um extra. Foi excecional a prova”.
As estafetas terminam a participação na próxima segunda-feira, 8 de agosto, com a prova de estafetas mistas, com Maria Tomé, Melanie Santos, Ricardo Batista e Vasco Vilaça.
Maria Tomé, na estreia olímpica, terminou no 11º lugar, disputado ao sprint e com recurso a photofinish, com o tempo de 1h57m13s, tendo sido a atleta com melhor tempo no segmento de bicicleta, com 57:34 minutos. Maria Tomé fez uma prova em crescendo, com a transição dos 1,5km de natação em 39.º, para no final dos 40km de bicicleta ser já 20.ª e encerrar os 10km de corrida bem perto do top 10.
Maria Tomé referiu que “nem tenho palavras para descrever, estou super feliz. Sabíamos que tinha de gerir bem, fiz uma segunda volta [na natação] inteligente, deu para chegar um bocadinho mais à frente. Depois tínhamos uma boa ciclista e quando comecei a correr disseram-me que estava no top 15 portanto foi lutar até ao fim”.
Já Melanie Santos teve problemas na natação decorrentes do posicionamento de várias atletas e chegou mesmo a ser penalizada por falhar uma boia, saindo da água em 41º lugar, fazendo depois a transição para a corrida em 43º. Terminou em 45º com o tempo de 2h03m48d.
Melanie Santos declarou que “não foi o resultado que estava à espera, não foi o resultado para que trabalhei, mas ao mesmo tempo há uma segunda oportunidade e é isso, focar agora na estafeta. Apesar de ter sido um dia mau acho que estou bastante preparada para ajudar a equipa”.
Venceu a francesa Cassandre Beaugrand (1:50:07) com Julie Derron, da Suíça, e Bett Potter a ocupar os restantes lugares do pódio.
Inês Barros explicou-se dizendo que “cumpri os meus objetivos pessoais, que não revelei, e eram, no mínimo, conseguir o meu recorde pessoal, de 119. Fiz 121, sabendo que na última pranchada precisava de um 25, se quisesse pensar em chegar à final. Deu para ir ao ‘shoot-off’, que não correu bem. Mas estou muito contente com o resultado.”
A participação portuguesa na prova de dressage (Equestre) terminou em Versalhes, esta quarta-feira, com Rita Ralão Duarte, montando “Irão”, a somar 68,261 pontos (a melhor da equipa) e a aumentar o somatório da equipa portuguesa para 201.801, ainda assim insuficientes (12ª posição) para chegar a lugar de apuramento para a final (os dez primeiros grupos).
Um wazari fez a diferença a favor da italiana Kim Polling e ditou o afastamento de Taís Pina da competição de Judo (-78 kg), esta quarta-feira. A atleta da Equipa Portugal (24ª do ranking) ainda chegou a marcar um wazari dentro do período regulamentar de quatro minutos de cada combate, que lhe foi posteriormente retirado pela arbitragem, e a decisão foi para “golden score”, altura em que Polling (15ª) fez a diferença perante a jovem estreante Taís Pina.
Quinta-feira com “pesos pesados”
Nesta quinta-feira. Ana Cabecinha (Marcha) – com a estreante Vitória Oliveira ao lado – Jorge Fonseca e Patrícia Sampaio (Judo) e Diogo Ribeiro (Natação) são as principais figuras portuguesas em ação.
O dia começa com a presença de Patrícia Sampaio (-78 kg), seguindo-se Jorge Fonseca (- 100 kg) no judo, com Camila Rebelo, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento (natação), todos na procura das melhores posições, tal acontecerá como Eduardo Marques (Vela – ILCA).
Todas as atenções ainda na rainha da ginástica portuguesa, Filipa Martins, na final do all around na classe artística.
Prevenção de manipulação e competições desportivas
João Paulo Almeida, diretor-geral do Comité Olímpico de Portugal, apresentou uma sessão de formação e capacitação presencial para Comités Olímpicos Nacionais de língua oficial portuguesa sobre prevenção de manipulação de competições desportivas.
A sessão, que decorreu à margem dos Jogos Olímpicos, em Paris, contou com a presença de Timor-Leste, Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau.