Com o acesso aos play-offs e a vitória no Grupo B3 de qualificação para o Europeu feminino, Portugal venceu esta terça-feira na receção a Malta, por 3-1, em Leiria, encerrando esta fase sem derrotas.
O jogo começou como esperado, sob intensa toada ofensiva da equipa de Portugal e, sem estranheza, a adiantar-se no marcador aos sete minutos, por intermédio de Ana Capeta, após cruzamento de Catarina Amado desde a direita.
Um golo que não fez baixar os níveis de ambição das portuguesas, que se mantinham a jogar na intermediária de Malta. Porém, contra a corrente e beneficiando de um traiçoeiro desvio de uma defesa lusa, Maria Farrugia fez o empate aos 16 minutos, apesar do remate algo defeituoso.
A festa maltesa não durou muito tempo: Ana Capeta fez triangular nova jogada ofensiva e acabou a servir Stephanie Ribeiro para o coração da área, de onde esta desferiu um pontapé com sucesso, fazendo o 2-1 e marcando o seu primeiro golo pela seleção portuguesa, precisamente na tarde em que envergou pela primeira vez, de forma oficial, a camisola das Quinas.
Além da estreia da avançada, nota para o facto de o selecionador nacional ter aproveitado para dar oportunidade a jogadoras menos utilizadas, como Ana Rute (sétima internacionalização), que compôs o trio defensivo ao lado de Carole Costa e de Ana Seiça, os regressos de Catarina Amado, Andreia Norton e Tatiana Pinto, estas com mais tarefas a meio-campo, onde também apareceu Joana Martins (oito internacionalizações).
Ao intervalo, Malta substituiu a guarda-redes Patricia Ebejer pela colega de posição Maya Cachia. Portugal voltou a pegar nas rédeas da partida, mas, até aos 55 minutos, não conseguiu criar jogadas de grande perigo junto à área contrária.
Francisco Neto optou, nesse minuto por trocar Stephanie Ribeiro, Catarina Amado e Tatiana Pinto por Jéssica Silva, Ana Borges (perfez 175 internacionalizações) e Dolores Silva. Um trio mais experiente que emprestou mais soluções à dinâmica de conjunto. A velocidade de Jéssica fez-se sentir aos 62 minutos, quando aproveitou o espaço no corredor esquerdo e daí cruzou para o outro lado da área contrária, onde apareceu Ana Borges a tentar o desvio, mas a bola “morreu” na muralha maltesa.
Aliás, a defesa maltesa já há um par de jogos que havia mostrado mais acerto do que no início da qualificação, sobretudo desde que Manuela Tesse assumiu o cargo de treinadora principal. Andreia Jacinto rendeu Joana Martins e, mais tarde, Telma Encarnação viria a entrar para o lugar de Capeta. Perto do fim da partida (86’), Jéssica Silva viria a aumentar a vantagem, fechando o jogo com o 3-1.
Portugal alinhou com Patrícia Morais, Ana Rute, Carole Costa, Ana Seiça, Catarina Amado (Ana Borges, 56′), Tatiana Pinto (Dolores Silva, 56′), Joana Martins (Andreia Jacinto, 74′), Andreia Norton, Alícia Correia, Ana Capeta (Telma Encarnação, 84′) e Stephanie Ribeiro (Jéssica Silva, 56′).
Futebol Fem. – Seleção A
Para o selecionador nacional, Francisco Neto, “quando se ganha o balanço é sempre positivo. Melhorámos tendo em conta o último jogo, conseguimos crescer nalgumas coisas, tal como a reação à perda, o jogo posicional. Conseguimos criar mais e controlar um pouco melhor o jogo. No entanto, o jogo não foi perfeito, fruto do momento da época e da preparação. Temos agora três meses de paragem, as jogadoras vão trabalhar nos clubes e voltaremos em outubro. Nessa altura, as jogadoras estarão ainda melhores e teremos mais tempo e espaço para crescer”.
Salientou ainda que “a Stephanie Ribeiro tem vindo a trabalhar connosco. Esteve no último estágio, onde não foi utilizada. Sabíamos que com calma as coisas acontecem. Não é fácil entrar nesta Seleção, temos uma ideia de jogo muito próprio. A Stephanie teve calma, conseguimos também superar a barreira linguística. Estou muito contente por ela, mas também pela Diana Gomes – que fez 50 internacionalizações no último jogo – e pela Ana Borges – que fez 175 neste jogo. As palmas, no final, foram para elas”
Francisco Neto referiu ainda que “esta vitória é dedicada ao nosso staff. Desde a Nova Zelândia até aqui fizemos 22 jogos. Temos um staff maravilhoso que não nos deixa faltar nada, a vitória é para eles. Se conseguirmos estar ao nosso nível, acredito que em outubro e novembro conseguiremos disputar o play-off com qualquer equipa. Temos de crescer, as outras equipas também vão evoluir. Se não estivermos ao nosso nível as coisas ficam mais difíceis”.
Ana Capeta, autora do primeiro golo da vitória de Portugal frente a Malta (3-1), falou à Imprensa após a partida em Leiria, última do grupo 3 de apuramento para o Europeu 2025, tendo afirmado que “fechámos com chave de ouro esta fase de grupos e esta época. Fizemos uma boa temporada, há sempre coisas a melhorar, mas acho que fizemos um grande jogo hoje e a última imagem é a que conta”.
Adiantou que “fiquei muito feliz pela Stephanie Ribeiro [autora do segundo golo e estreia na Seleção]. É uma jogadora incrível, sempre com vontade de aprender. Tivemos alguma dificuldade em comunicar, ela fala pouco português. No entanto, acho que nos entendemos bem, deu tudo certo dentro de campo. Dou-lhe os parabéns”.
Sobre o play-off de acesso à prova continental, próxima fase da seleção, referiu que “o sorteio vai ditar aquilo que tiver de ditar. Estaremos sempre unidas, venha quem vier. Hoje quisemos melhorar relativamente ao último jogo. Somos capazes de tudo, independentemente do adversário. Vamos dar o nosso máximo”.
O sorteio está marcado para a próxima sexta-feira, em Myon, na Suíça.