Quarta-feira 03 de Julho de 2024

Dia D para Portugal no europeu da Alemanha no primeiro de julho de 2024

Segunda-feira, dia 1 de julho de 2024, vai ser, ser dúvida, de grande nervosismo para a seleção portuguesa presente no europeu de futebol da Alemanha, numa altura em que não há espaço para qualquer erro.

FPF-Europeu-Portugal-30-06-2024

FPF / Diogo Pinto

Daí que seja proibido qualquer “deslize” que redunde em prejuízo para a equipa nacional que, como se recorda, sofreu um grande revés frente a uma “hiper-desconhecida” Geórgia – estreante em fases finais do europeu – mas que “obrigou” Portugal a baixar a auréola que tinha conquistado na fase de apuramento (três triunfos consecutivos, máximo de pontos e de tudo e mais tudo), levando à única derrota portuguesa neste europeu alemão, que só não “estrilho” com dois triunfos a formação lusa tinha assegurado o primeiro ligar no respetivo grupo.

Mais, na partida frente â Espanha, nos oitavos de final, a Geórgia voltou a surpreender, desta vez pela negativa, não por ser goleada pela Espanha (as pernas e a cabeça do tronco comum georgiano (18’) deixaram de “comunicar” a partir do autogolo de Normand) mais precisamente porque o “descalabro” foi sintomático no segundo tempo.

É verdade que a Espanha se valeu da segunda parte para resolver o temporal (choveu imenso no estádio) – ante a avalanche atacante espanhola que, num ápice, passou do 0-1 para o 1-1 (39’) e, depois, até aos 4-1, que passeou em vinte e dois minutos.

Com esta base, importar escalpelizar as palavras proferidas pelo técnico espanhol da seleção nacional Roberto Martinez, tendo começado por dizer que “vai ser um jogo diferente [do particular de março] porque não é um amigável. Acho que é um momento histórico para a Eslovénia, que está pela primeira vez nos oitavos de final. É um europeu, um jogo competitivo, mas a essência da Eslovénia é a mesma. Admiramos muito o que o treinador está a fazer, tem uma seleção que joga como um clube, tem uma sincronização defensiva muito forte, com muita entreajuda, pode passar tempo sem bola, mas são muito perigosos. A dupla de avançados tem uma ligação muito boa. Não sofrem golos de bola corrida. Temos de competir bem, a Eslovénia é uma equipa que acredita e é muito competitiva”.

Adiantou ainda que “Desconfiança? De dentro, não. No balneário, avaliámos o jogo, é sempre importante fazer isso. É a primeira vez que Portugal tem jogadores sub-23 no onze. O resultado e a imagem que deixámos diante da Geórgia não é o que queremos, mas precisamos de avaliar esse jogo com seis pontos e a liderança garantidas. A exibição diante da Geórgia foi consequência disso. Agora temos de olhar para a frente, com a lição do jogo com a Geórgia. A lição é simples: se não tivermos a mesma intensidade do adversário, será difícil. Quanto à arbitragem, é um árbitro top, estamos tranquilos”.

Salientou também que “gosto de um jogo perfeito e um jogo perfeito não existe. Queremos marcar muitos golos, controlar o jogo, manter a baliza a zero. Mas gostaria de continuar com o que vi nos primeiros três jogos, que é a capacidade e trabalho dos jogadores, a reação à perda, a intenção de ajudar o colega, somos uma equipa muito comprometida. Precisamos de melhorar muitos aspetos e continuar o que fizemos de bem. Gostaria que hoje tivéssemos uma resposta ao jogo com a Geórgia a fazer as coisas bem”.

Registou ainda que “Eslovénia é uma equipa que gosta de jogar sem bola precisa de defender bem. A Eslovénia não precisa de muitos toques ou posse de bola para ter perigo. Conhecemos as ligações dos avançados, são jogadores que jogam rápido e têm um jogo direto. Se marcar primeiro, o jogo é muito mais difícil. Temos de usar as nossas ligações, chegamos muito bem ao último terço. Temos de controlar o momento, sentimento, desfrutar, mostrar o talento individual, onde Portugal é forte. Mas com uma clara ideia de que a Eslovénia é uma equipa muito boa defensivamente. Temos de ter muita paciência, não podemos querer marcar golos sem jogar bem, sem manter a baliza a zero”.

FPF-Europeu-Portugal--30-06-2024

FPF / Diogo Pinto

Para Bruno Fernandes, “não gosto de tocar neste ponto [qualidade exibicional] porque hoje fala-se muito em estatística. Em todos os aspetos estatísticos com bola, somos das seleções melhores. Uma das seleções com mais remates, chegadas ao último terço, maior capacidade de construir jogo ofensivo. Não acho que seja jogar mal. Acho que temos sido mais respeitados do que fomos nos últimos anos, relativamente a algumas equipas que têm jogado com blocos mais baixos contra nós. E isso pode tornar esse aspeto negativo. Temos vindo a jogar bom futebol e demonstrámos isso na qualificação. Digo que o jogo com a Chéquia foi mais bem conseguido do que o jogo com a Turquia e o resultado não demonstra isso, com a Turquia deixámos o jogo aberto e permitimos que o jogo se tornasse um bocadinho assim. Contra a Chéquia, houve muito mérito nosso em mantê-los tão atrás que não criaram quase nada. Queremos sempre melhorar, jogar melhor, marcar mais golos, não sofrer e tornar o nosso jogo atrativo para que o povo goste de nos ver jogar”.

Quanto ao selecionador, “estamos com ele há muito tempo, usámos vários sistemas, mas a ideia é a mesma, não muda muito. Toda a gente na Seleção está habituada a jogar a um nível muito alto, mas isso é bom porque também muda a maneira como os adversários olham para nós, podem preparar-se de uma maneira e nós aparecemos de outra. Até agora, toda a gente está a fazer muito bem o que o mister tem pedido, mesmo que o sistema vá mudando de jogo para jogo ou até dentro do mesmo jogo”.

Salientou que “todos nós podemos fazer melhor, todos podemos dar sempre mais. São duas equipas com boas individualidades, que podem fazer a diferença em cada jogo. Confiamos em todos os jogadores que jogaram naquele jogo e ninguém me diz que o resultado seria diferente caso fossem outros jogadores em campo. Sabemos o que temos de fazer”. O nosso objetivo será sempre ganhar”.

“Sei que se tem vindo a falar muito disso[dificuldades perante adversários que jogam com bloco baixo] principalmente depois do jogo com a Chéquia. Quando os blocos são tão baixos, não há espaço entre linhas e é difícil que a bola entre, temos de lateralizar um bocadinho. É preciso não forçar e isso foi uma das coisas que disse depois desse jogo, que estava frustrado porque queria tentar encontrar os médios mais ofensivos, os avançados, mas não havia esse espaço. Os nossos dois golos vêm de dois cruzamentos, de duas bolas lateralizadas onde, na primeira, Nuno Mendes ganha e surge o autogolo. E no segundo, bola do central para o ala, consegue ganhar no um para um, a bola fica ali e o Francisco faz o golo. É preciso ter paciência com bola. Cansando a Eslovénia e tendo bola, estamos mais perto de fazer golo. É difícil entrar quando os blocos são baixos e quando as equipas defendem bem. A Eslovénia também defendeu muito bem contra nós no outro jogo, mas temos de encontrar soluções que nos levem ao sucesso”.

 

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