Em cerimónia que decorreu ao fim da tarde de hoje, no Palácio Nacional da Ajuda, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa conferiu posse, ao Primeiro-Ministro, Luis Montenegro e aos 17 Ministros do XXIV Governo Constitucional.
O Presidente da República, releva nas suas palavras a situação que atravessamos a nível global, e que o Portugal celebra os 50 anos do 25 de abril, quer pelas realidades internas, mas também as tão importantes realidades externas ( em que as eleições nos Estados Unidos vão influenciar o desenvolvimento das guerras) terá de ter em quem lidera a capacidade de procura de consensos, maiores do que a maioria adquirida pelos votos em 10 de março.
Em suma o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa citando o socialista Salgado Zenha, ” há sempre soluções em democracia” e exemplifica recorrendo à obra de frei Manuel Bernardes, do século XVII, diz “Significa: parte-se um problema em vários mais pequenos e resolve-se um a um sem perder a vista do todo, com paciência, sem elevar expectativas, ou criar ambições ilusórias. Pode não ser espetacular neste tempo de grandes emoções, paixões, seduções pela sensação imediata.”.
Na sua intervenção, o novo Primeiro-Ministro, Luis Montenegro, citando a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, disse “A nossa democracia, que celebra neste mês de abril 50 anos, está viva. Honremos a ‘madrugada’ que Sofia esperava e saibamos construir o ‘dia inteiro e limpo’ que ela vislumbrou, para ‘livres habitamos a substância do tempo’.
Num discurso muito abrangente dos problemas que Portugal tem na actualidade e o novo governo vai ter de resolver, Luís Montenegro apelou à responsabilidade de todos “Não estamos interessados em jogos de semântica ou em politiquices estéreis. Se este Governo, como espero e sei que é o desejo dos portugueses, tiver a sua investidura parlamentar e assumir a plenitude dos seus poderes, vai começar desde já a programar e executar reformas estruturais… A investidura parlamentar, nestas circunstâncias, só pode significar que as oposições vão respeitar o princípio de nos deixarem trabalhar e executar o Programa de Governo”, acrescentando ainda que “Não se trata de uma adesão a esse programa, mas antes de saber se há um bloqueio à sua execução…”
O novo Primeiro-Ministro confronta as oposições “o Governo está aqui para governar os quatro anos e meio da legislatura…”.
A discussão do Programa do Governo na Assembleia da República, está prevista para os dias 11 e 12 de abril.