O 3-0 com que o Benfica venceu o Famalicão não expressa a verdade total do jogo que foi visto por 58.725 espetadores – número de realçar numa noite fria – porquanto foi a equipa de Roger Schmidt a fazer três golos quase do nada, aproveitando falhas da defesa famalicense, aproveitadas pelos homens que entraram (69’) para decidir!
Na estatística do jogo, o Benfica esteve sempre superior (17-14 remates, dos quais 11-2 para a baliza, com 58/42% de posse de bola) dados que mostram, por um lado, que o Famalicão não foi presa fácil, esteve mais perto de marcar antes dos encarnados o decidirem, que teve alguma infelicidade nos momentos cruciais e, ao não os aproveitar, foi dando o ouro aos benfiquistas.
Com o “vento norte” pelas costas, o Benfica entrou disposto a resolver o resultado a tempo e horas, mas depressa se viu confrontado com um Chiquinho irrequieto enquanto na formação da Luz João Neves era um maestro sem violino, atendendo a que não conseguiu “esticar” a música de forma que os golos surgissem mais cedo.
Neste “medley” – com os estreantes Tiago Gouveia e Tomás Araújo a não comprometerem, pese embora um ou outro deslize – foi o Benfica que conseguiu abrir o marcador (31’), com Arthur Cabral também a estrear-se com o golo que nasceu de uma tentativa comandada por João Neves, que endossou a bola a Rafa, para centrar para onde estava o avançado, desmarcado, para rematar para a baliza, com o guardião famalicense algo “bloqueado” face à rapidez do contra-ataque.
Após o golo a formação famalicense “amainou” um pouco o andamento, falhando demasiados passes, algo semelhante ao Benfica, com João Mário a alternar o bom com o menos bom, com o 1-0 a manter-se até ao intervalo.
No segundo tempo, os visitantes entraram a criar perigo logo no primeiro minuto, com duas oportunidades para poder empatar, mas a sorte do jogo não estava do lado de “fora”, o que se verificou logo a seguir quando começou a sentir dificuldades logo que o Benfica tentou recomeçar, falhando até um golo que teria outros efeitos no rendimento.
A maior posse de bola do Benfica acabou por ser “gasta” em passes que não adiantaram nada, como que deixando jogar (e porque seguia no comando do marcador), se bem que (55’) Théo surgiu isolado frente a Trubin e meteu a bola na baliza encarnada, golo que não foi validado porque o atacante famalicense estava fora de jogo.
Na resposta (57’), o Benfica arrancou com a bola em tom rápido, mas o passe para Arthur Cabral não chegou ao sítio certo e gorou-se a possibilidade de golo, o que podia ter acontecido se (60’) Trubin não tivesse a agilidade de afastar, com o punho e para canto, a bola chutada por Chiquinho, que chegou ao ponto de remate depois de passar por entre dois defesas benfiquistas.
Kokçu (62’), num livre direto rematou forte, levando a bola como folha seca bater na cabeça do defesa e desviá-la para como que permitir ao guardião Luiz Júnior afastá-la por cima da barra, originando uma resposta de Rafa, que levou a bola a Arthur Cabral para rematar para uma grande defesa, com o ombro, do guardião visitante, a desviá-la para canto, no que foi o período “mais quente” em termos de jogadas na procura de golo por parte do Benfica.
Isto sem que o Famalicão replicasse, como se verificou (65’), aproveitando várias distrações da defesa benfiquista, com Chiquinho a enviar a bola para Théo rematar e Trubin voltar a estar a alto nível para defender, sobrando a bola para Jhonder que rematou, mas Aursnes afastou definitivamente o esférico da área (69’).
Três minutos depois (72’) foi Yussuph a rematar ao poste da baliza de Trubin, que fez tremer até a “relva”, no que foi o período em que o Benfica teve mais dificuldades, ainda que reforçada com os substitutos (Guedes, Florentino e Musa) entrados pouco antes.
Musa que acabou por ser uma “nota maior” no segundo golo do Benfica (85’), com a bola a seguir de João Mário para Rafa, depois para Guedes e deste para Musa que fez a assistência final para Rafa aumentar a vantagem num momento crucial, altura em que o Famalicão como que “abanou” de vez.
A ponto de (89’) sofrer o 3-0 depois de outra arrancada de Rafa, que aproveitou um ressalto de bola vinda da defesa famalicense, endossou para fazer o golo, quando muito pouca gente, por certo, não esperava, face ao espelho que se tinha verificado ao longo de quase todo o desafio, em que o Benfica fez dois golos no espaço de quatro minutos, para ganhar com justiça, mas com um resultado demasiadamente penalizador para o esforço do Famalicão. É o sortilégio do futebol: quem marca mais, seja lá com for, mas dentro das regras, ganha e três golos são três golos.
Será que há estrelas a circundar o Estádio da Luz?
FC Porto teve de suar para vencer o Chaves
A culminar este sábado de futebol na Liga Betclic (15ª jornada) o FC Porto, ainda que dominando de alto a baixo, “viu-se da cor dos gatos” para marcar um golo apenas, que deu o triunfo (1-0) ante o Chaves, com João Mário (58’) a marcar e fazer o resultado.
O Chaves nunca se deu por vencido e ainda teve oportunidade de (81’) levar Benny a rematar ao poste da baliza portista, sendo que Rodrigo Moura, guardião flaviense, tivesse sido o herói da formação ao evitar os golos que o FC Porto não conseguiu alcançar.
O FC Porto rematou mais (19-6, dos quais 8-2 para a baliza, com uma posse de bola de 68/32%) e fez jus ao triunfo.
Com estes resultados, o Benfica somou 36 pontos, o FC Porto 34 e neste domingo, a fechar a ronda, o Sporting (34) terá que vencer em Portimão para se manter como líder.
Estoril-Farense e Gil Vicente-Boavista (ambos às 15h30), Casa Pia-Sporting de Braga (18h) e, a fechar, o Portimonense-Sporting (20h30) são os jogos a realizar.