Com uma equipa arrumada, com a relva fria e própria para esta altura do ano, o Sporting “atemorizou” um FC Porto que esteve longe do que tenho demonstrado em alguns jogos, ao fim e ao acabo uma questão que tem abrangido os quatro emblemas que mais tem brilhado em termos internacionais.
No futebol do burgo, com os altos e baixos que se tem verificado, em especial em termos da qualidade do futebol praticado, a questão tem tido fases “arrepiantes”, como se verificou no recente Braga-Benfica e, nesta segunda-feira, no Sporting-FCPorto, no que foi um fim-de-semana em que os clubes de Lisboa saíram por cima, ocupando os dois primeiros lugares da classificação, numa luta “olho-a-olho”-” dente-a-dente”.
Em Alvalade, ante um recorde de espetadores nas bancadas (44.385, superando os 42.301 frente ao Atalanta para a Liga Europa) – recorda-se que no Benfica-Sporting de 12 de novembro passado estiveram “apenas” 62.166 – os leões confirmaram ao que vinham, entraram melhor preparados, mais frescos, física e mentalmente, colocando o extraordinário Gyokeres a fazer das suas, isto é, a marcar o primeiro golo aos 11’, o que serviu para baixar mais a temperatura dos portistas, de si abalados pela longa viagem, que originaram uma primeira parte pouco positiva, que poderia ser pior se o árbitro do jogo tivesse validado o segundo golo de Gyokeres (45’), obtido dentro das regras, porquanto Eduardo Quaresma esteve longe de cometer falta sobre João Mário.
Com uma tática de lançamentos longos, a partir de Adán ou dos defesas mais especialistas, Gyokeres apareceu sempre na linha de remate com disponibilidade e agilidade, física e mental, que não fez mais estragos porque, umas vezes, houve desencontros com os companheiros de equipa e, noutras, os defesas portistas conseguiram recuperar a bola.
A vantagem leonina no primeiro tempo foi justa, trabalhou mais para isso, ainda que, na posse de bola, os portistas seguiram na frente (60/40%), ainda que sem tantos momentos de perigo para a baliza leonina, com o Sporting a fazer mais remates (3-2, dos quais 2-1 para a baliza)
Assinalável foi a defesa (45+4’) de Adán ao evitar o golo do FCPorto, no seguimento de uma jogada em que João Mário lançou para o segundo poste, onde surgiu Galeno a cabecear, mas o guardião leonino puxou do físico e defendeu com sapiência.
Na segunda parte, a predominância portista na posse de bola manteve-se (57/43%), mas sem benefício de qualquer espécie, com 9-5 remates (5-2 para a baliza), por parte dos leões, que chegaram ao 2-0 quando o FCPorto logo após Pepe ter sido expulso (51’) com vermelho direto, por ter maltratado um jogador do Sporting, que ficou ensanguentado.
A partir deste momento, notou-se que os portistas começaram a não acreditar que seria possível recuperar, o que se confirmou no final do jogo, depois de Pedro Gonçalves ter conseguido (60’) o referido segundo golo, com Catamo a iniciar a jogada pela esquerda do ataque, a bola seguiu depois para Gyokeres que, vendo que Pedro Gonçalves estava em melhor posição para rematar, endossou-lhe a bola em boa altura e tudo deu certo.
Diogo Costa (64’) ainda evitou mais um golo dos leões, onde Gonçalo Inácio (70’) viu um amarelo por “jogo lento”, que o vai levar a ficar de fora do jogo frente ao Portimonense (dia 30, em Portimão), acontecendo o mesmo a Hjulmand, que também atingiu o quinto amarelo.
Aos 71 e 72’, Gyokeres ainda meteu a bola na baliza, em voo, num golo que seria magnífico, bem como (72’) Evanilson meteu a bola na baliza de Adán, ambos não confirmados pelo árbitro devido a terem sido procedidos de fora de jogo.
Outro golo invalidado, este para o Sporting, foi o protagonizado por Paulinho, no seguimento de uma jogada iniciada por Gyokeres, com Daniel Bragança a embrenhar-se para a frente, de onde fez chegar a bola a Paulinho, que marcou, mas não foi validado, ainda que por falta feita por Bragança.
De registar que, antes do jogo se iniciar, Pedro Gonçalves recebeu uma prenda do clube leonino, entregue pelo presidente Frederico Varandas, por ter alcançado 150 jogos com a camisola dos leões.
Concretizada a 14ª jornada, o Sporting passou para a frente da classificação, agora com 34 pontos, seguido do Benfica (33), FC Porto (31), Sporting de Braga (29), Guimarães (26), Moreirense (25), Famalicão e Farense (18), Estrela Amadora, Casa Pia e Boavista (16), Portimonense (15), Estoril (14), Arouca (13), Gil Vicente e Rio Ave (12), Vizela (11) e Chaves (10).
Nos marcadores, o bracarense Simon Banza (13) continua na frente, seguido de Gyokeres (Sporting), com 10; Héctor (Chaves), 8; Ricardo Horta (Braga), Rafa Mújica (Arouca) e Samuel Essende (Vizela), todos com 7; Paulinho (Sporting), Cristo Gonzalez (Arouca), Bozenik (Boavista) e André Luis (Moreirense), todos com 6.
Na próxima ronda (15ª), o Guimarães-Rio Ave e Vizela-Moreirense (dia 23) abrirão a jornada (15h30), prolongando-se depois até ao dia 30, em vésperas de findar 2023, com o líder Sporting a deslocar-se (20h30) para defrontar o Portimonense.