André Sanano/FPF
Apesar de fazer uma primeira parte de grande nível, a equipa portuguesa acabou por perder (2-1) na Áustria, dando um tropeção que parece recuperável se vencer a mesma Áustria no dia 31 deste mês.
Na prática, a formação lusa dominou em todos os parâmetros (15-10 em remates, dos quais 3-3 para a baliza, numa posse de bola de 58/42%) mas acabou por serem as austríacas a marcar por duas vezes e ganhar vantagem no resultado, que se manteve até final, ainda que Portugal tivesse reduzido para 1-2.
Portugal assumiu as rédeas por completo na primeira parte. E com valentia para se instalar na área contrária, a trocar bem a bola, a mostrar muita qualidade e a rematar à baliza, com o trio da frente (Jéssica Silva, Diana SIlva e Kika Nazareth) a deixar as defesas austríacas à beira de um ataque de nervos.
Além disso, a Equipa das Quinas apresentou-se com uma linha defensiva segura, a impedir todas as tentativas de contra-ataque da Áustria na etapa inicial do jogo.
O veneno luso viu-se cedo, no primeiro minuto, com Jéssica Silva a isolar-se e a rematar com muito perigo, para defesa da guarda-redes adversária. E uma das melhores oportunidades foi protagonizada por Kika Nazareth aos 25 minutos: já no interior da área, a criativa do Benfica recuperou uma bola, deixou para trás uma adversária e,com um pormenor técnico de encher o olho, chutou ligeiramente ao lado.
Bem diferente foi o segundo tempo, fase em que a seleção local se mostrou mais segura a subir, e a tentar surpreender com remates de longe. Depois de testarem uma vez os reflexos de Patrícia Morais, as austríacas acabaram por chegar ao golo num lance infeliz de Portugal. Tudo começou numa jogada confusa junto à baliza, em que Patrícia Morais fez uma boa defesa, mas um alívio de Ana Seiça levou a bola a bater nas costas de Catarina Amado e a entrar na baliza.
Pouco depois, uma bola perdida no meio-campo luso levou a Áustria a fugir em contra-ataque e a marcar de fora da área, por Dunst, com Patrícia Morais a ficar agarrada à relva. Portugal tentou responder de imediato, mas Ana Capeta rematou aos ferros e Tatiana Pinto atirou uns centímetros ao lado.
No último minuto do período de compensação, surgiu o golo de Portugal, num belo lance de cabeça de Tatiana Pinto, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Ana Borges da direita.
Francisco Neto, selecionador nacional, salientou que “foi uma primeira parte dominadora, em que criámos oportunidades suficientes para ir para o intervalo com outro resultado. Na segunda parte, a Áustria foi melhor que nós, esteve mais agressiva nos duelos e com melhor capacidade de ganhar segundas bolas. Num lance fortuito fez o golo. No final, conseguimos voltar a equilibrar o jogo e penso que o empate seria o resultado mais justo”.
Neto adiantou ainda que “no segundo jogo, temos de melhorar a finalização e temos de ser consistentes por 90 minutos. Não chegou fazê-lo por 45 minutos na primeira parte e dez na segunda. Temos de crescer num todo, porque sabemos que os pormenores podem matar uma equipa”.
Com este resultado, Portugal caiu para a terceira posição do Grupo A2, com três pontos, atrás da líder França, que tem nove, e da Áustria, com quatro, cm a Noruega a manter-se na última posição (1 ponto).
O reencontro das duas seleções está agendado para terça-feira, no Estádio do Varzim, e irá passar em direto na RTP1.
