A partida entre Portugal e a Noruega, da fase de grupos da Liga das Nações, começou da pior maneira para ambas as equipas, considerando um choque entre a guarda-redes Inês Pereira e a atacante norueguesa Sophie Roman, o que determinou a saída de ambas.
No Estádio Cidade de Barcelos, esta terça-feira, as mulheres lusas viram-se em “palpos de aranha” para derrotar (3-2) a forte seleção norueguesa, na partida da segunda jornada da fase de grupos da Liga das Nações.
A equipa das Quinas viu as nórdicas adiantarem-se no marcador, com um golo contra a corrente aos 32 minutos. Numa jogada individual, Frida Maanum surgiu junto à grande área e rematou com êxito ao ângulo, se bem que a guardiã lusa estava adiantada quando a bola saiu dos pés da avançada,
A formação nacional não acusou o toque e Andreia Jacinto aproveitou uma confusão na área para surpreender a guarda-redes Aurora Mikaelsen, fazendo-o num vistoso remate desenhado com o pé direito (38’). Aos 43′, marcou Carole Costa, na conversão de uma grande penalidade, cometida sobre Diana Silva.
No segundo tempo, as escandinavas apostaram em contra-ataques rápidos e conseguiram empatar a partida (59′), depois de uma jogada nas costas da defensiva portuguesa. Elisabeth Terland fez o golo da Noruega.
Tal como na primeira parte, a armada lusa reagiu bem e voltou a criar muito perigo, de tal modo que enervou as defesas nórdicas, a ponto de conquistar novo penálti. Carole Costa, uma vez mais, mostrou-se exemplar na marca dos 11 metros, a castigar uma falta sobre Catarina Amado.
Com este resultado, a seleção nacional passou a somar três pontos, no segundo lugar do Grupo A2, atrás da França, que lidera com seis, depois de vencer esta terça-feira (1-0), a Áustria, que tem um ponto, tal como a Noruega.
Os próximos encontros do agrupamento realizam-se no final de outubro, com Portugal a defrontar por duas vezes a Áustria, em Altach, a 27 de outubro, e na Póvoa de Varzim, no dia 31.
Para o selecionador luso, Francisco Neto, “foi a prova que jogamos e competimos para ganhar. Não há equipa que ganhe ou perca sempre. Acho que estes resultados vão acontecer com mais frequência.
Começámos a perder, conseguimos dar a volta, depois veio o empate, num lance em que facilmente podíamos ter entrado em frustração, e conseguimos reagir. Esta equipa tem crescido na forma como encara os jogos. O que se passou em França [derrota por 2-0, na sexta-feira] é, hoje, sinal de crescimento”.
Acrescentou ainda que “o maior crescimento é na forma como as outras equipas olham para Portugal. A França foi a primeira vez que jogou em 4x4x2, claramente para encaixar na nossa equipa, e a Noruega, que é uma equipa dominadora e com um historial incrível no contexto internacional, baixou as linhas e não nos pressionou tão alto, deixou-nos livre na nossa zona de construção. Isso é sinal de respeito”.
Referiu também que “o primeiro objetivo é não descer de divisão na Liga das Nações, porque, não sendo decisivo, pode ter um peso muito grande no apuramento para o Campeonato da Europa. Depois, queremos chegar a dezembro, quando recebermos a França, a depender só de nós, sabendo que é um objetivo difícil e ambicioso”.
Concluiu por dizer que “estamos a criar referências em Portugal e elas têm consciência disso. É incrível ver o número de crianças hoje aqui, rapazes e raparigas que vêm ao estádio para as ver jogar e que se identificam com elas. Isso cria responsabilidade, podendo colocar algum erro no caminho porque todos erramos, é tudo novo para nós. Felizmente, estamos numa instituição que nos ajuda e apoia e nos dá todas as condições e nos permite errar de forma sustentável”.
Entretanto, a Federação Portuguesa de Futebol deliberou distinguir as jogadoras que cumpriram as metas na seleção, como foram os casos das internacionais Kika Nazareth, Catarina Amado, Andreia Jacinto, Ana Capeta e Telma Encarnação, por terem somado 25 internacionalizações ao serviço da principal Seleção Nacional feminina.
A homenagem aconteceu antes do pontapé de saída do Portugal-Noruega, com as cinco jogadoras lusas a receberem uma placa alusiva ao feito, das mãos de José Couceiro e Mónica Jorge, vice-presidente e diretora da FPF, respetivamente.