Um grupo de investigadores do Departamento de Ciências da Terra (DCT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu o fóssil de uma nova espécie de planta com 300 milhões de anos na Bacia do Bussaco.
A nova espécie, apresentada num artigo científico que será publicado em setembro na Review of Palaeobotany and Palynology, pertence à família das Cordaitales, um grupo primitivo das atuais gimnospérmicas, recebeu o nome de Florinanthus bussacensis. Este fóssil corresponde a um cone (estróbilo) masculino de uma gimnospérmica da já extinta ordem das Cordaitales. A descoberta permite saber como estas plantas se reproduziam.
De acordo com Pedro Correia, professor no DCT e investigador do Centro de Geociências da FCTUC, «os resultados até agora alcançados dão uma maior perceção sobre a riqueza e a diversidade florística que existiu na Bacia do Bussaco, mas também das condições ambientais e climáticas que as floras viveram, num ambiente intramontanhoso, após uma transição climática (de um clima húmido para um clima seco) que ocorreu no intervalo Kasimoviano-Gzheliano».
A descoberta deste novo fóssil, como refere o paleontólogo, «fornece também uma maior visão sobre a variabilidade das características morfológicas e ontogenéticas das Cordaitales. Devido à difícil preservação e reconhecimento destas estruturas reprodutoras, a diversidade deste grupo de plantas é ainda pouco conhecida», esclarece o especialista em paleobotânica.
«A maior dificuldade em trabalhar com fósseis vegetais é conectar as diferentes partes fossilizadas destas plantas e estabelecer uma relação de parentesco. A maioria dos restos destas floras preservados no registo fóssil corresponde a folhas, caules, raízes e sementes», conclui.
Neste momento, a equipa de investigadores da FCTUC está a elaborar um novo estudo paleobotânico do Carbónico do Bussaco, em colaboração com especialistas do Brasil.
Universidade Coimbra